Capítulo 13 | Foda-se Cassie Marshall

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"E Deus sabe que eu não estou morrendo, mas eu sangro agora

E Deus sabe que é a única maneira de me curar agora

Com todo o sangue que eu perdi com você

Também se afoga o amor que eu pensei que conhecia." Ellie Goulding – My Blood

" Ellie Goulding – My Blood

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Capítulo 13

Abro meus olhos lentamente e ao
observar o local em que estou, percebo que estou na enfermaria da escola. Uma das enfermeiras me vê acordar e se aproxima.

– Como está se sentindo, querido? – ela me pergunta, seu semblante é de preocupação.

– Dolorido – digo.

Ela se afasta por um momento e volta com um pequeno espelho. Ao me entregar, vejo meu reflexo no espelho e começo a me lembrar do que aconteceu.

Meu rosto está avermelhado, meu olho direito está com um enorme hematoma roxo, quase não consigo abri-lo direito. Toco em meu nariz, e ele está intacto.

Bom, pelo menos uma coisa boa.

Uma batida soa na porta e ela vai atendê-la. A pessoa que vejo a seguir, é a última que eu gostaria de ver hoje.

Cautelosamente, Cassie se aproxima de mim com a expressão de arrependimento... ou seria de preocupação?

Não sei, quase nunca consigo decifrá-la e isso me irrita pra cacete.

– Como você está? – ela murmura. Solto uma risada irônica, apesar da dor que estou sentindo.

– Como eu estou? Fodidamente dolorido – digo, sendo estúpido. E é isso mesmo que quero ser para ela nesse momento.

Tentei ajudá-la, tentei alertá-la, mas ela não quis me ouvir. Então foda-se.

– Me desculpa, não achei que a situação iria ganhar aquela proporção – ela admite, pela primeira vez desde que nos conhecemos. O que não faz muito tempo.

Gostaria de poder dizer que estou feliz por ela estar se desculpando, ou coisa do tipo, mas não estou. Estou puto com ela por não ter me ouvido.

– Não. Você sabia sim, eu te avisei, Cassie – nego subitamente.

– Eu sei, mas ele acabou ouvindo a minha conversa com a Mia e.... deu no que deu – ela diz, se referindo à Aron.

– Por pouco eu não estou com o rosto todo quebrado! – exclamo, perdendo a paciência com essa garota de cabelos ruivos, meio castanhos, sei lá porra.

– Eu estou aqui, admitindo meu erro, não é o bastante? – ela aumenta seu tom de voz.

Vejo pelo brilho de seus olhos que está se segurando para não chorar. Porra, desde que ela chegou aqui, ela não parou de chorar.

– Sabe o que seria o bastante? Se você e sua família sumissem da minha vida! – cuspo as palavras, sendo o mais rude possível.

– Bem, você também não é nada inocente – seu tom de voz é de puro deboche.

Que garota impossível!

– Foda-se! Lembra quando você disse que me odiava? Bom, é recíproco. A partir de hoje, quem não quer olhar na sua cara, sou eu – digo com rispidez. Ela solta um longo suspiro.

– Graças a Deus. Não preciso e nunca precisarei da sua ajuda. Aliás, quem pediu para você ir me defender? – ela indaga, irônica.

– Some da porra da minha vista, Marshall! – grito, com uma certa dor no meu rosto.

Ela não diz mais nada e saí dali. Garota ridícula, o que ela acha que vai ganhar com essa história toda?

Não estou pensando direito e estou muito puto com essa situação toda, mas pelo menos agora ela sabe que também quero distância dela.

Essa garota só me trouxe problemas desde que chegou aqui em StarMoon.

Depois de tomar mais alguns medicamentos, sinto uma presença entrar na enfermaria.

Viro minha cabeça para ver quem é, e imediatamente solto um suspiro de alívio.

– Jonathan, ainda bem que é você – digo, aliviado.

– O Aron está muito puto. Ele tomou detenção de três semanas – ele me avisa.

Solto outro suspiro de alívio. Três semanas longe do diabo, foi isso o que eu pedi sim. Pelo menos isso.

– Jonathan, nós precisamos... – ele me interrompe rapidamente.

– Eu sei, nós precisamos nos livrar dele – ele completa por mim. – Você tem alguma ideia? – Jonathan me pergunta.

– Precisamos provar que ele abusa das meninas – digo e ele franze o cenho.

– Como faríamos isso? As duas vezes em que ele atacou, nós não estávamos com ele – Jonathan diz, confuso.

– Eu tive uma ideia um pouco maluca. Era isso que eu ia conversar com a Cassie hoje de manhã, mas... não deu – hesito em explicar em detalhes a nossa pequena discussão.

Desde que essa garota chegou na cidade, eu não paro de discutir com ela.

– Qual é a ideia? – meu melhor amigo questiona, me tirando do meu devaneio.

– Nós vamos atrair ele com alguma garota em algum lugar afastado, levaremos nossos celulares para tentar alguma prova contra o que ele tentará fazer. Mas ele não vai tocar nela, porque estaremos lá – explico.

– Mas quem iria topar essa ideia maluca? – ele pergunta e eu engulo em seco, antes de dizer o seu nome:

– Lydia – afirmo.

Eu sei que se Cassie descobrir isso, ela me mataria, mas foda-se. Foda-se Cassie Marshall. Eu tentei inclui-la nisso, agora farei do meu jeito.

O olhar de Jonathan é de medo.

Aron é um predador, e se a nossa única maneira de mandá-lo para a cadeia é a Lydia, então será a Lydia.

Sem discussão.

Depois Dele: Livro 1 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora