Capítulo 36 | O Livro

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"Porque eu não quero perder você agora

Estou olhando bem para a minha outra metade

O vazio que se instalou em meu coração

É um espaço que agora você ocupa.” Justin Timberlake – Mirrors

” Justin Timberlake – Mirrors

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Capítulo 36

Ajudei dona Jaci com as compras e ela abriu a sua casa para nós e nos fez chá. Estávamos sentados no sofá, inquietos e sem saber o que falar.

– Foi difícil, sabe? – ela começa cortando o silêncio que tinha se iniciado. Volto minha atenção para ela. – Quando soubemos da notícia – ela completa e sinto um aperto em meu coração.

Estou sentada no sofá, no meio de Mia e Avery, enquanto Jonathan está ao lado de Mia e dona Jaci na nossa frente, sentada em uma poltrona. Sinto meus olhos arderem e pisco algumas vezes, tentando afastar a sensação de choro.

Avery coloca a sua mão em cima do meu joelho, acariciando o mesmo e sinto minha pele se arrepiar com o seu toque. Mas ignoro-o e ele percebe, tirando a mão dali.

– Por que você disse que não podemos estar aqui? – pergunto, um pouco curiosa e com um pouco de medo da resposta.

– Dora sabia algumas coisas... coisas perigosas – Dona Jaci diz, sua voz falha por um momento, mas ela continua. – Eu não sei bem o que era. Uma noite ela chegou em casa, dizendo que ele era perigoso e que matou ela.

Franzo a testa, confusa.

– Ele? Quem? – questiono e vejo meus amigos escutarem atentamente.

– Eu não sei de quem ela estava falando, mas no mesmo dia, o seu pai saiu da cidade – ela confirma com a cabeça e sinto uma súbita vontade de vomitar.

Deus, não. Por favor, não faça isso comigo.

– O que você acha que ela estava tentando dizer? – é a vez de Avery perguntar. Dona Jaci olha para ele e depois se volta para mim.

– Não sei, mas a carta dela está aqui – ela se levanta da poltrona e caminha até um corredor que tem no meio da sala de estar e da cozinha, dando acesso aos quartos.

– Isso está ficando estranho – Mia comenta, desconfiada igual a todos nós. Engulo a bile que se forma em minha garganta e tento me manter firme.

Dona Jaci volta com um papel nas mãos e me entrega.

– Pode ler – ela diz gentilmente e eu abro cautelosamente o papel. É a carta de seu suicídio. Me preparo para ler e respiro fundo.

"Caros amigos e família, minha vida mudou drasticamente durante os últimos anos. Tive filhas emprestadas que amo mais que tudo, mas nunca pude ter meus próprios filhos e isso me destrói a cada dia. Eu sou um espinho em meio às flores mais bonitas e sinto que não me encaixo mais nesse meio. Sinto muito, não posso mais viver desse jeito.
Amo vocês, Dora"

Depois Dele: Livro 1 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora