Capítulo 46 | Cúmplices

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"Isso não me machuca

Você quer sentir como é?

Você quer saber, saber que isso não me machuca?

Você quer ouvir sobre o acordo que estou fazendo?" Kate Bush – Running Up That Hill

Você quer ouvir sobre o acordo que estou fazendo?" Kate Bush – Running Up That Hill

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Capítulo 46

Respiro profundamente, tentando me manter firme. Encaro-o com ódio nos olhos e abro a boca para falar, mas a fecho novamente quando Caroline entra no quarto segurando um vaso de flor e joga na cabeça de meu pai. Ele caí com tudo no chão e desmaia na hora. Caroline segura minha mão e me puxa para si, e tenho que pular por cima do corpo caído de meu pai, para não cair junto dele.

— O que... – ela me interrompe antes que eu possa terminar.

— Precisamos ser rápidas! – ela diz depressa e me puxa para sair do quarto. Eu a sigo, mas Caroline cessa os passos quando Lydia saí do seu quarto e nos encara.

— O que vocês fizeram com ele? – ela pergunta, perplexa.

— Você tem uma necessidade tão grande de ser a favorita de todos, que você faz decisões estúpidas – digo e ela me encara incrédula com o que eu acabei de dizer.

Ajo por mim mesma e me aproximo dela, batendo a sua cabeça na parede e a fazendo desmaiar na hora. Caroline observa meus movimentos em choque.

— Você fez o mesmo há poucos segundos – digo, dando de ombros. Pego o corpo de minha irmã e arrasto escada abaixo, Caroline me ajuda e caminhamos até a garagem.

— Eu tenho uma chave reserva do carro dele – ela me explica e destrava o veículo. Coloco Lydia deitada no banco de trás e me sento na frente, ao lado de Caroline.

Ela insere a chave na ignição, mas quando ameaça ligar o carro, vejo meu pai quebrar o vidro do banco do motorista com uma pedra e puxar os cabelos louros de Caroline.

— Não! – grito e a puxo pelo braço, mas meu pai é mais forte e consegue puxá-la de volta para ele, tirando o seu corpo pela janela e derrubando no chão. Coloco minha mão na maçaneta da porta, pronta para ajudá-la, mas Caroline chama a minha atenção.

— VÁ – ela grita, com o meu pai em cima dela, enquanto a mesma tenta se debater. Hesito por um momento, com medo de deixá-la sob seu alcance. – VÁ ATRÁS DELE – ela continua gritando e tentando arranhar meu pai.

Engulo em seco, debatendo comigo mesma se devo ou não deixá-la ali. Ele vai matá-la. Esse pensamento faz com que meu estômago se revire dentro de mim. Sem mais opções, pulo para o banco do motorista e volto a ligar o carro, pisando no acelerador.

— Ela vai morrer! – meu pai grita assim que saio da garagem. Não olho para trás, apenas sigo em frente. Para onde? Não sei. Meus pensamentos estão desordenados e não sei o que fazer com o corpo desmaiado de minha irmã no banco de trás.

Depois Dele: Livro 1 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora