Capítulo 52 | Sangue Em Minhas Mãos

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"Eu sou bem melhor sozinha sabe

Mas talvez tenha um cantinho e cabe

Um pouco quase nada

Eu não sou de fazer sala

Então pensa, então tenta." Luísa Sonza – Melhor Sozinha

" Luísa Sonza – Melhor Sozinha

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Capítulo 52

Eu fiz o que era certo.

Eu fiz o que era certo.

Eu fiz o que era certo.

É isso que venho dizendo para mim mesma desde que tudo aconteceu. Entrei no meu quarto e chaveei a porta. Inspirei fundo e me sentei no chão ainda ensanguentada.

O sangue de Lydia.

Minha cabeça está a mil, minhas mãos suadas, mas isso nem é o pior da situação. O pior é que, eu nem senti remorso ao puxar a porra do gatilho e atirar no meu próprio pai. E ele não demonstrou estar com medo em nenhum momento. Ele realmente achava que eu não iria matá-lo, mas eu o fiz.

E se me perguntarem o que eu sinto em relação a isso, direi que não sinto nada. Não sinto remorso ou arrependimento. Mas ao me perguntarem sobre a minha irmã, direi que estou de luto e isso basta.

Me levanto do chão e vou até o banheiro, ligo o registro do chuveiro e entro de roupa e tudo. O sangue seco escorre por meu corpo e eu me sento no chão, sentindo a água quente cair sobre mim.

Eu ainda tinha tantas perguntas para fazer a ele. Por que ele parou o tratamento da minha mãe? Por que ele se juntou a máfia? Mas eu não fiz nenhuma delas, eu o matei. Com certa dificuldade, me levanto do chão e tiro minhas roupas que estão grudadas no meu corpo.

Deixo-as no chão e pego a esponja que está pendurada no registro do chuveiro. Pego o sabonete e começo a me ensaboar, tirando todo o resquício do sangue da minha irmã. Ele viu que ela estava morrendo e não fez nada. Ninguém fez nada! Eu estava implorando por ajuda e eles... eles só ficaram lá, me olhando.

"Eu gritei por ajuda, você deveria ter ouvido"

As palavras de minha irmã invadem minha mente e sinto meus olhos arderem. Minhas lágrimas se misturam com a água do chuveiro e tento me controlar. Depois que descobrimos sobre a doença de nossa mãe, Lydia e eu nos afastamos. Mas quando éramos pequenas, nós éramos muito próximas e eu... eu deveria ter reparado que ela precisava de ajuda.

Após terminar de me lavar, desliguei o chuveiro e peguei uma toalha do armário, secando meu corpo. Enrolei-me na toalha e fui até o meu guarda-roupa. Vesti uma calça moletom e uma camiseta preta. Penteei meus cabelos molhados, que não fiz questão de ensaboar, apenas deixei-o molhando na água.

Enquanto escovava os cabelos em frente ao espelho, eu me vi. Pela primeira vez em muito tempo, eu me vi e eu estou... destruída. Não, não destruída, quebrada. Uma batida soa na porta, mas não me movo.

Depois Dele: Livro 1 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora