Capítulo 48 | Perigo

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"O mal, ele se espalhou como uma febre

Era noite quando você morreu, meu vaga-lume

O que eu poderia ter dito para te ressuscitar dos mortos?" Sufjan Stevens – Fourth Of July

O que eu poderia ter dito para te ressuscitar dos mortos?" Sufjan Stevens – Fourth Of July

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Capítulo 48

Isso seria impossível? Minha mãe havia me dito que ele estava morto e agora...

— Você está morto – consigo dizer, ainda perplexo. Ele une as sobrancelhas e abre um sorriso de canto.

— Sua mãe inventou a pior mentira de todas – ele debocha.

Ao ver a minha expressão confusa, Jordan continua a falar:

— Você é o meu filho, garoto – mesmo depois dele ter dito essas palavras, sinto que a ficha ainda não caiu. Isso seria... não impossível, porque o meu pai era um cara horrível e eu sabia disso. E o cara que está na minha frente é igualmente repugnante. Mas não seria surpresa minha mãe ter mentido sobre isso...

Tento controlar a minha respiração e o encaro. Mas não ouso dizer nada, não depois do que eu ouvi. Eu não sabia que o meu pai era da máfia, eu só sabia que ele fazia coisas inexplicáveis com a minha mãe e por isso ela o deixou.

Minha mãe sempre foi muito sincera comigo em relação a essa história, mas acho que ela deixou algo de for a. Mas eu não a culpo, eu nunca quis saber nada do cara, não depois de saber que tipo de homem ele era. Ou melhor, é. Porque pelo visto, ele está vivo, respirando.

Engulo a bile que se forma em minha garganta e me afasto dele, arrastando minha bunda pelo chão sujo.

— Queria que você estivesse morto – digo. Ele poderia estar mentindo em relação a isso, mas por alguma razão, eu sei que ele não está. E não é a primeira vez que o vejo e sinto que o conheço. Ele abre um sorriso de canto e se afasta de mim, voltando para o pé da escada.

— Em alguns momentos, eu também queria que eu estivesse morto – ele admite e eu me surpreendo com a sua dureza. Não é como se eu ouvisse ele todo dia, mas ele é o vilão da história e normalmente os vilões não admitem as coisas.

Eu o observo desviar o olhar do meu e encarar a porta.

— Eu mudei... Sabe? – ele diz, um pouco receoso. – Depois que eu perdi a sua mãe, mesmo ganhando milhões de dólares, eu perdi a única pessoa no mundo que foi capaz de me amar – sua confissão me pega de surpreso outra vez e algo dentro de mim se identifica.

Pensei em Cassie no mesmo momento.

— Então por que não voltou? – pergunto, sentindo minha voz falhar. Ele me encara novamente.

— Quando você fez dez anos, eu fui atrás, mas ela não queria, ela tinha... medo de mim – Jordan diz. – O que é obviamente aceitável depois de tudo o que eu fiz – ele completa e eu continuo encarando-o, perplexo.

Depois Dele: Livro 1 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora