Capítulo 47 | Olá, querido filho

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"Fale em línguas

Eu nem sequer reconheço seu rosto

Espelho na parede

Me diga todas as formas de me distanciar." Phantogram – Black Out Day

" Phantogram – Black Out Day

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Capítulo 47

Meus olhos cansados começaram a se abrir e pisquei diversas vezes, devido à luz forte que estava acesa. Meu corpo ainda estava mole e minha cabeça latejava de dor.

Olhei ao redor, observando onde eu poderia estar, mas eu não reconhecia o lugar de jeito nenhum. As paredes eram feitas de madeira, sem estar pintadas, e o lugar era pequeno. Havia um colchão no chão, onde eu estava, uma pia mais à frente e um vaso ao lado.

Uma pequena janela estava aberta, enquanto o vento entrava no ambiente. Mas a janela era tão pequena, que só uma criança de dois anos de idade poderia passar por ela. Havia uma porta ao lado de onde eu estava deitado, e uma pequena escada que dava acesso a essa porta.

Levantei-me, me sentindo zonzo e minha visão ficou escurecida. Pisquei algumas vezes, afastando a escuridão, e minha visão voltou a ficar normal.

Subi os poucos degraus das escadas e peguei na maçaneta, tentando abrir a porta. Mas nada aconteceu, ela estava trancada. Bufei em frustração e comecei a bater na porta.

— Alguém? – gritei, mas nenhum sinal de vozes ou presenças ali. Cansado, me sentei em um degrau da escada e apoiei as mãos nos joelhos, passando os dedos por entre os fios dos meus cabelos úmidos, devido ao suor em que estava.

Fechei os olhos por um momento, sentindo algo dentro do meu peito pesar... Cassie. Quero tentar sair daqui e voltar para ela, mas nem sei onde estou. O que percebi é, estou em um porão, devido ao espaço pequeno, mas também não tenho certeza.

Sinto meus ombros ficarem pesados e o rosto de Cassie sorrindo para mim quando eu disse que queria um futuro com ela, invade minha mente e eu sinto um nó se formar em meu estômago.

—Porra! – grito, frustrado. Sinto meus olhos arderem e pisco os mesmos, sentindo algumas lágrimas caírem por meu rosto.

Não posso desistir, tem que ter algo aqui que possa me libertar e me levar de volta para Cassie. Eu... eu não posso deixá-la com o monstro do seu pai e do tal de Jordan, não posso deixá-la sozinha eu... puxo os fios do meu cabelo com força.

Eu não posso deixá-la sozinha, eu tenho que estar com ela em um momento tão difícil como esse. Descobrir que o homem que te deu a vida é um monstro, é como se alguém te esfaqueasse na barriga. Inspiro o ar profundamente, tentando me manter calmo. Mas não consigo! Simplesmente não consigo! Eu tenho que voltar para ela, eu prometi que tentaria ter um futuro com ela, e...

— BABACAS! – grito, perdendo a porra da minha paciência.

Sinto o meu estômago roncar e percebo que não ingiro comida há horas. Olho de relance pela janela, percebendo que o sol está se pondo e reviro os olhos. Há quanto tempo estou aqui? Ouço o ranger da porta se abrindo atrás de mim, e antes que eu possa reagir, alguém chuta minhas costas, me fazendo cair escada abaixo.

Depois Dele: Livro 1 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora