Capítulo 75

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Assim que o Charles sai do local com um sorriso satisfeito no rosto, lágrimas que tentei segurar começam a escapar pelos meus olhos.

Meus músculos doem, meu nariz está quebrado e não consigo sentir nada além de uma dor horrivel na minha perna esquerda.

Quebrada também.

Não sei quantas vezes ele me chutou, me socou e até mesmo me sufocou. Achei que iria morrer aqui mesmo, mas assim que já estava ficando inconsciente, ele parou.

Meu couro cabeludo dói depois de tanto que foi puxado e meus olhos estão enchados.

Fecho eles e o mínimo esforço já faz minha cabeça doer, mas então, penso na minha família.

Sinto tantas saudades que parecem que estou uma eternidade sem eles, quando só são poucos dias. Queria tanto sentir o cheiro do meu amor, da minha baby, dos meus irmãos... Até mesmo dos meus pais e de Nina.

Imagens do meu aniversário e do de Adam preenchem a minha mente me fazendo suspirar. A felicidade que eu senti naquele momento, o sentimento de pertencimento e carinho... Deus, não sei se vou aguentar.

Não posso passar por tudo de novo. Não posso sentir machucarem ainda mais meu corpo e ter que viver com isso.

Quando noto, já estou soluçando. Meu rosto pressionado no chão empoeirado enquanto soluços altos se forçam para fora de minha boca.

Só queria que ele estivesse aqui. Meu amor. Queria abraçar ele e sentir seus carinhos no meu cabelo, ouvir sua voz no meu ouvido com ele me dizendo que vai ficar tudo bem.

E com meus pensamentos no amor da minha vida, meus olhos de fecham.

(...)

- Anda, acorda! - fala uma voz ao fundo, patendo o que parece ser a porta.

Abro os olhos um pouco, lentamente, sentindo meu rosto rosto todo enchado.

- Quem... Quem é você? - pergunto meio grogue.

- Vamos, vamos! O chefe quer vê-la. - diz um muleque desconhecido, chegando até mim e se agachando, puxando meu braço para levantar.

Grito de dor ao sentir minha perna apoiar no chão e a dor no meu braço acordar como em uma avalanche.

- Ande, moça, eu não tenho a noite. - ele diz apressado,me puxando em direção a porta.

- Para, para! Está doendo, não vou conseguir andar. - grito, querendo chorar.

Ele para e se vira para mim, franzindo o cenho e me observando. Só então posso prestar mais atenção em minha frente.

Seus cabelos loiros escuros e seus olhos azuis fazem contraste com seu maxilar. Seu corpo de um muleque de 16

- Eu não posso andar assim, Charles me machucou. - digo tentando soar tranquila, mas minha voz está trêmula pela dor latente que estou sentindo.

Ele estreita os olhos.

- Ficamos sabendo que a Srta. jogou a tigela quente de sopa em Allie. - ele diz. - Não deveria ter mexido com a garota de um cara.

Posso notar que sua voz não está brusca, mas sim curiosa e com um pouco de pena.

- Ela assediou meu irmão. Faria tudo de novo só para vê-la se queimar. - digo erguendo o queixo com falsa bravura e arrogância. O garoto balança a cabeça.

- Enfrentar aqueles que te tem sobre merce deles, só vão fazê-los sentir vontade de te machucar ainda mais, moça. - diz, envolvendo seu braço em volta da minha cintura.

O Homem De Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora