Capítulo 77

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ATENA

- Vo-você? - sussurro incrédula, olhando para a figura em minha frente. - Não! Não pode ser!

A mulher ruiva, tão parecida com minha mãe, ergue uma sobrancelha com deboche.

- E quem mais seria? - pergunta com uma risada cínica.

- Você é irmã da minha mãe! É a família dela! - grito, não me segurando.

De repente, o rosto de Ângela se torna frio, sem um pingo do humor que agora pouco habitava seu rosto.

- Davina nunca foi minha família, e nunca vai ser. - diz duramente, se aproximando de mim.

- Por que... Por que você fez isso?! Com a sua própria irmã! Sequestrou os filhos dela recém-nascidos e os enviou o mais longe possível. Como pôde, sua psicopata? - digo, assustada.

Me arrasto no chão, tentando me levantar, mas a dor na minha perna não ajuda em nada.

- Eu não podia deixar a sua mãe ter o final feliz dela, com o principezinho e a princesinha dela enquanto havia destruído o meu. - ela fala sem emoção na voz.

Vejo quando Ângela caminha tão arrogantemente em direção a cadeira bem em minha frente e me encara, cruzando as pernas.

- O que você quer dizer com isso? - pergunto confusa, sentindo meus membros internos trêmulos. Ela respira fundo, revirando os olhos.

- Tão igual sua mãe... - ela diz, parecendo enojada. - Realmente? Isso me deixa enjoada. - ela resmunga. - Bom, mas acho que você precisa saber o motivo que fiz o que fiz e já adianto que a culpa é todinha de seus pais, se me permite dizer.

Fico calada enquanto meus olhos se prendem na mulher.

Deus, meus pais conviveram o tempo todo com o diabo e nem sequer prestaram atenção!

- Deixa eu começar pelo começo. - diz devagar, se inclinando para apoiar o cotovelo de um braço na perna dobrada enquanto apoia seu queixo na mão, o olhar preso no meu. - Resumindo bem rápido, sua mãe destruiu a minha vida. - diz rapidamente.

- O quê? - engasgo com as palavras, arregalando os olhos.

- Exatamente, querida sobrinha. Vamos começar por quando meus pais fizeram um acordo com os pais de Owen e Dominick, planejando juntar nossas famílias por um contrato de poder. Eles eram amigos de infância, então, achavam a ideia perfeita para se unirem. Eles fizeram quando Owen e Davina ainda eram bebês. Óbvio anos depois, fiquei aliviada por não ser eu quem teria que se casar, e sim Davina. Até senti pena, mas não demorou muito a passar. Não me imaginaria me me entregando a um casamento sem amor com um cara que eu sequer conhecia, já que Owen e Dominick nunca nem sequer compareceram junto de seus pais na Noruega, mas sabia que Davina poderia tirar isso de letra, ela sempre foi centrada quando se tratava de formar uma família.

Vejo quando ela respira fundo, inclinando um pouco a cabeça como se tivesse perdida em lembranças.

- Eu tinha a minha vida. Saia com meus amigos, me divertia e eu pensava que era feliz, sabe? Meus pais haviam parado de tentar mandar em mim e finalmente eu me senti... Solta?! Enfim; livre.

Sinto meu estômago se revirar com o desconforto de ver o brilho de uma paixão genuína em seus olhos. Uma paixão que ela sente pelo marido de sua irmã.

- Foi então que Davina fez seus 17 anos e eles deveriam se conhecer. - ela sorri - Me lembro que estava saindo escondido de casa pois não queria participar daquela chatice, mas assim que meus pés pisaram no gramado da mansão, meu mundo girou e eu o vi. Lindo. Maravilhoso. Em toda a sua glória de bad boy enquanto olhava com indiferença para o castelo. Eu me apaixonei no mesmo momento. Mas então, Davina chegou e atrapalhou tudo, como sempre. - sua voz de repente se torna fria, distante. Um ódio sem igual dirigido apenas para sua irmã.

O Homem De Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora