Capítulo 29

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ATENA

Me aconchego ainda mais em seu colo me sentindo exausta.

Eu odeio quando estamos nesse mês, pois sempre me sinto perdida emocionalmente, ainda mais quando finalmente chegamos nessa data.

Aceitei vir para esse baile para não ter que ficar em casa perdida em pensamentos que fazem com que me perca.

— Você está se sentindo bem? - a voz preocupada de Axel me desperta.

Assinto com a cabeça afundando meu nariz em seu pescoço e sorrindo quando o sinto arrepiar.

— Preciso ir ver minha filha. - resmungo, não querendo de maneira alguma sair de seu colo.

Axel me aperta mais a si, aparentemente não querendo que eu levante de seu colo também.

— Eu quero ficar mais com você! - fala baixinho e suspiro. Droga, eu também quero isso. — Mas precisamos pegar nossa filha. - e se levanta, me retirando com cuidado do colo dele.

Fico paralisada, olhando em sua direção como se ele fosse algum estranho maluco.

Nossa filha?

— O que foi? - pergunta, me olhando confuso após eu não mover um músculo para o seguir.

Aparentemente, ele não percebeu o que falou, mas mesmo assim, uma sensação estranhamente boa toma conta do meu peito, fazendo com que eu vá em sua direção e puxe seu rosto para mim, lhe dando um beijo.

— Droga, eu acho que eu estou apa...- uma batida na porta interrompe a minha fala, nós fazendo afastar um do outro.

Olho para baixo e mordo os lábios, que agora estão trêmulos.

Eu não ia fazer isso.

Ia?

Eu não iria falar para ele que eu estava apaixonada por ele.

Não. Com toda certeza, não.

Axel bufa irritado e segue em direção a porta, a abrindo.

levanto meu olhar para ver quem é, e percebo que a pessoa a qual nós atrapalhou, na verdade, é Mia.

— Mamãe e papai estão nos chamando, já irão fazer o discurso. - comunica, olhando para dentro da biblioteca e lançando um sorriso para mim.

— Já estamos indo. - responde Axel, mal humorado.

Mia olha para ele divertida e assente, mas antes de ir, não deixa de lançar uma piscadela para mim, me deixando completamente invergonhada.

— Acho melhor irmos. - falo, quando ele volta a fechar a porta.

Axel olha para mim e posso ver em seu olhar o quão frustrado ele está. Sei que ele sabia, de alguma forma ele sabia o que eu iria dizer e estava esperando isso.

Suspirando, ando em sua direção e lhe dou um abraço forte, me afastando logo em seguida e puxando sua mão em direção a porta, a abrindo.

— Talvez em outra hora. - murmuro para ele, sem olha-lo.

Sinto ele prender a respiração e então a solta.

— Tudo bem. - resmunga.

(...)

AXEL

Ela ia dizer.

Por algum motivo, sei bem o que iria sair por aqueles belos lábios e eu estava ansioso o suficiente para explodir em felicidade quando ouvisse. Mas então, minha irmã chegou atrapalhando tudo.

O Homem De Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora