O Homem De Las Vegas

Passado - parte 4

ADAM (6 ANOS ATRÁS)

- Se arrume, irei te levar a um lugar. - Atena me diz, entrando no quarto de repente, me assustando.

- Attie, você só pode estar maluca! Já são...- olho no relógio pendurado na parede. - 22h:30m PM, eles não irão deixar a gente sair. - digo, fazendo uma careta.

Atena bufa, revirando os olhos.

- Adam, pode fazer isso por mim, por favor? - ela pede carinhosa, vindo em minha direção e acariciando meu rosto devagar.

Assinto pegando as mãos dela de meu rosto e levando meus olhos até elas.

- Por que suas mãos sempre estão machucadas? - pergunto baixo, curioso.

Atena rapidamente se afasta de mim, limpando a garganta e escondendo suas mãos arranhadas atrás do corpo. Seu olhar envergonhado.

- Eu...acabei me arranhado em algum lugar que eu não me lembro. - ela diz, suavemente. Estreito meus olhos para a desculpa mal contada, mas apenas dou de ombros, fingindo que acreditei.

- Tudo bem. - falo por fim, respondendo a sua súplica. - Mas como iremos sair daqui sem que avistem a gente?

- Eu dou meu jeito. - ela sorri pequeno.

Dou uma leve risada para as paranóias de Atena e me viro, pegando o ursinho de cima da cama que tia Aury me deu de aniversário, quando eramos crianças.

- Sabe, as vezes eu penso que estou grande demais para ter ele. - digo distraído, acariciando a pelúcia do urso marrom. - Mas quando eu penso em dispensa-lo, eu não consigo. É a única coisa de valor que eu tenho.

Ouço os passos de Atena caminharem em minha direção e ela colocar o braço em volta da minha cintura e deitar a cabeça em meu ombro, observando o urso.

- As vezes eu me sinto uma criança e não um rapaz que acabou de fazer 17 anos. - exclamo, chateado.

Minha irmã levanta a cabeça de repente, me olhando com atenção e seriedade.

- Você não é uma criança apenas porque tem um urso de pelúcia, Adam. - nego com a cabeça, a interrompendo.

- Atena, eu durmo com um urso de pelúcia enquanto você me abraça contando histórias de contos de fadas para que eu possa dormir. - digo, revirando os olhos. - Eu, literalmente, ajo como uma criança. - falo debochado, mas por dentro me sentindo frustrado.

- Você é uma bebezão, Adam. - Atena diz, dando de ombros sem se importar. A olho indignado pela confirmação. - O meu bebezão. - diz dando efase em suas palavras. - Gosto de contar histórias para você. Gosto que durma me abraçando para se sentir seguro e confortável. Gosto de imaginar que para você, eu sou a pessoa que vai espantar seus monstros debaixo da cama. Não se envergonhe disso.

Olho para a ruiva, me sentindo reconfortado e feliz com suas palavras.

Ela é.

Ela é a minha heroína.

A pessoa que espanta meus monstros de baixo da cama toda noite antes de me colocar para dormir.

A garota que bate de frente com garotos o dobro da sua altura na escola apenas para me defender.

Atena é a melhor pessoa que eu tenho na minha vida e não quero imaginar o meu mundo sem ela. Nunca.

- Eu não sei o que seria de mim sem você, raposinha. - digo com carinho, beijando sua testa enquanto aperto sua cintura, a abraçando.

- Não perca tempo imaginando um mundo sem mim, Adam. Eu nunca vou te deixar.

- Promete? - pergunto, abaixando minha cabeça para olha-la.