ADAM
Passo um pouco de shampoo em seus longos cabelos e esfrego. Coloco ela embaixo da água para tirar o sabão.
Atena se mantém em silêncio dês da hora em que acordou. Seus olhos estão desfocados e tristes. Mordo meus lábios ao descer meus olhos pelas suas costas, vendo algumas cicatrizes.
Sempre me perguntei onde ela ganhou essas cicatrizes, mas Atena nunca falou. Sempre chegava ao quarto onde dormíamos no orfanato sangrando, mas nunca chorava. Era como se ela não sentisse dor alguma enquanto limpava seus cortes, aparentemente profundos.
Ficava irritado por ela nunca confiar em minha para confidenciar algo assim, mas assim que os anos foram passando, percebi que ela nunca ia contar e passei a aceitar. Atena sempre vai confiar em mim. Sempre contamos as coisas um para o outro mas também sei que existem coisas que dói demais para compartilhar.
Prendo um soluço ao ver minha pequena assim e pego o condicionador passando nos fios de seus cabelos. Deixo agir e começo a ensaboar seu corpo com cuidado. Assim que acabo, a lavo e penteio seus cabelos para lava-los.
Pego a toalha e enrolo uma em seu corpo e outra em seus cabelos, levando ela para o quarto. Pego um vestido soltinho e uma calcinha colocando um absorvente nela, pois percebi que sua menstruação desceu.
Coloco nela e a deixo sentada na poltrona de seu quanto enquanto retiro o lençol e coloco outro.
— Pode trazer minha bebê para mim, por favor? Dora já deve ter alimentado ela. - ouço sua voz baixinho, seu olhar baixo.
Suspiro e ando em sua direção, beijando o topo de sua cabeça.
— Vou trazer algo para você comer. - falo, me dirigindo em direção a porta, mas antes de sair, paro me lembrando de algo. — Axel viu. - murmuro. Posso ouvir seu arfar. — Ele estava na linha. Chamada de vídeo. Ele viu. - e saio do quarto.
Passo direto pelo quarto de Hera sabendo que minha pequena não está lá e desço as escadas indo direto para a cozinha vendo Nina, a cuidadora aqui de casa, montando uma bandeja de comida.
— Você é a melhor, Nina! - falo, assim que chego perto dela e dou um beijo em seu rosto. — Estava morrendo de saudades. Por favor, não vá mais viajar. 4 meses sem você foram muita coisa.
Ela fica vermelha.
— Ah menino, não me deixe envergonhada. - resmunga, suas bochechas vermelhas como tomate. — Fiz para Atena. Fiquei sabendo que ela não está bem e provavelmente não irá sair do quarto hoje. - fala apontando com seu dedinho para a bandeija.
Sorrio com carinho para ela e inclino meu corpo dando um beijo em sua cabeça.
— Eu te amo, mulher. - murmuro, lhe dando um abraço. — Fiquei com saudades da senhora quando foi visitar aquele vagabundo do seu filho. - resmungo, revoltado. — Era para ter ficado com a gente na Grécia e ter voltado com a gente!
— Também te amo, menino. Amo você e a minha outra criança ruiva. - fala, se aconchegando em meu peito. Sua mãozinha macia fazendo carinho em minha bochecha. — E sobre o Piettro, uma mãe, por mais errado que seu filho seja, nunca vai abandonar seu filho. - ela diz baixinho, suspirando.
— Ele não te merece, Nina. - falo firme. — Não quando fica te tratando como se não fosse nada. Gastando o seu dinheiro que a senhora tanto luta para ter, com bebidas e drogas. - falo revoltado.
Nina é como se fosse uma mãe para mim e Atena. Estamos com ela dês de que nós nos estabilizamos em uma casa e ela estava precisando de um emprego urgentemente. Dês de então, quando viajamos sempre levamos ela para qualquer lugar que fossemos.
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O Homem De Las Vegas
Romance"Para aqueles que estão na cidade do Pecado, se divirtam sem medo. Prometo-lhes guardar seus segredos..."