Capítulo 56

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ATENA

Durante a pequena viajem de carro de volta para o Hotel, ficamos em silêncio. Não um silêncio bom, mas sim um que nos deixa constrangidos e desconfortáveis.

Queria ter algo para falar, mas acabo que fico tão perdida em pensamento sobre a conversa que irei ter com os meus...pais, que a última coisa que me vem em mente é conversar.

Percebo quando o carro para no estacionamento do hotel e suspiro cansada, já me preparando psicologicamente para descer e enfrentar 23 anos da minha vida sendo jogados em minha cara como avalanche.

Retiro o cinto e assim que tento abrir a porta do carro, sinto a mão grande e firme de Axel segurar meu pulso, me parando.

Me viro para olhar o homem ao meu lado. A expressão tensa no rosto de Axel me faz franzir o cenho.

— Eu te amo, Atena Belinni. - ele exclama de repente, me pegando de surpresa.

Relaxo no banco quando seus lindos olhos azuis cristalinos me olham com amor.

— E eu te amo, Axel Beaumont. - digo, lhe lançando um sorriso carinhoso.

— Me prometa que nada no mundo vai fazer você me deixar. - desfaço meu sorriso aos poucos, notando sua voz soar com uma pontada de desespero.

— Por que está me perguntando isso, Axel? - pergunto, tentando entende-lo.

Axel morde seus lábios fortemente e passa sua mão carinhosamente em meu rosto, me acariciando. Posiciono meus dedos sobre seus lábios capturando seu lábio inferior, para que ele não se machuque.

— Eu prometo, com toda a minha vida, que não importa o que acontecer, nunca irei te deixar. - digo firmemente, olhando em seus olhos.

Vejo o alívio surgir ali e me pergunto o que deveria estar passando em sua cabeça ao ponto dele estar tão tenso.

Perdoar Axel pelo seu abandono repentino não foi tão fácil quanto pareceu. Mas eu entendi e compreendi. Sei que se Adam ou Nyx tivessem passando por uma situação igual, eu abandonaria tudo para estar ao lado deles.

Eles são minha família e sempre vem em primeiro lugar junto de Axel, que se tornou tão importante quanto.

Depois de descobrir que seus pais eram os meus pais e que eu e meu irmão fomos sequestrados recém nascidos de seus braços, a única coisa que pude pensar foi em como Axel poderia estar lidando com tudo isso.

Tecnicamente, somos irmãos. Não de sangue, claro, mas Davina e Owen cuidaram deles dês que que eram crianças.

Beijo seus lábios com carinho e doçura o fazendo relaxar. Ele segura minha nuca levantando meu olhar para o seu. Posso ver amor, desejo e paixão brilhando sob suas esferas e meu coração aquiece.

— Precisamos ir. - sussurro, me separando dele.

Abro a porta do carro rapidamente sem me preocupar com o cinto, já que o tinha tirado antes.

Vou até a porta de trás e a abro, desprendendo Hera de sua cadeirinha e a pegando no colo. Minha filha tem seus olhinhos curiosos analisando tudo a nossa volta.

— Ei, amorzinho da mamãe. - chamo sua atenção, fazendo ela me olhar. — A mamãe te ama. - falo com carinho.

Minha filha sorri com as minhas palavras e beija a ponta do meu nariz. Dou uma pequena risada de seu gesto e beijo suas bochechas gordinhas.

Levanto minha cabeça quando noto que Axel está em silêncio e vejo ele nos olhando, admirado.

— São as pessoas mais perfeitas que existem nessa droga de mundo. - ele diz, me fazendo ficar envergonhada.

O Homem De Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora