Capítulo 7

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( GRÉCIA - 1 ANO DEPOIS )

ATENA

— Você simplesmente não pode sair por aí dançando na rua como se estivesse em um show da Broadway, Atena Belinni! - Grita Adam, gargalhando.

— Posso sim! O corpo é meu, as pernas são minhas e eu faço o que eu quiser com elas. - murmuro com um sorriso sínico.

— Você parece uma criancinha, irmã. - fala, fazendo carinho em meus cabelos. — Pode me dizer o motivo de tanta felicidade?

— Amanhã finalmente iremos dar um fim nessas viagens entre Grécia e Turquia e não poderia estar mais feliz com isso. Estou enjoada de ir apenas de um lugar para o outro, o bom é que amanhã será o fim e finalmente iremos pegar nossas férias. - exclamo, com um sorriso no rosto.

— Concordo com você, My Cherry. Amo a Turquia e Grécia sempre terá o meu coração, mas não consigo ficar muito em uma rotina monótona quando se trata do nosso trabalho.

Aceno com a cabeça entendendo perfeitamente o que ele quer dizer, pois me sinto da mesma maneira.

— Acho melhor apressamos o passo, querida. Não parece estar com cara de que vai parar de chover. - murmura Adam, olhando para o céu cinzento.

Estamos em Olímpia, na Grécia, e felizmente também estamos em Novembro, o mês mas chuvoso por aqui.

Felizmente porque adoro chuva, ainda mas quando é para ouvir o som dela. Gosto de dormir com o seu barulho e ficar o dia todo aconchegada em minhas cobertas.

Dando a mão para meu irmão, andamos juntos pelas calçadas debaixo de um enorme guarda-chuva e vendo várias pessoas correndo tentando se proteger de ficarem molhadas.

Andamos até o nosso carro alugado que está apenas algumas quadras daqui estacionado conversando de coisas aleatórias até que passamos de frente a um beco. Ouço um barulho de choro, parando repentinamente fazendo Adam tropeçar.

— O que foi Atena? Por que parou desse jeito? - pergunta franzindo o cenho.

— Ouviu esse barulho? - respondo, voltando a olhar para o beco quase escuro, já que está a noite.

— De chuva? De pessoas? De carros, ônibus e motos?! - pergunta debochado. Ignoro o seu tom sarcástico.

— De choro. - falo seria, dando-lhe as costas e seguindo até o barulho.

Cada passo que eu dou parece que o som aumenta e em meu peito cresce um aflito grande, deixando-me arrepiada. Ainda mas quando percebo que esse choro não é de um adulto e sim um chorinho fino de criança.

Avisto uma grande lata de lixo e ao seu lado, noto um pequeno movimento se mexendo na minha visão periferia. Me aproximo mais até me deparar com uma criancinha. Uma linda criancinha.

Seu pequeno corpinho está encharcado de água por conta da chuva. Suas roupas velhas e rasgadas maiores que a mesma, dando para notar nitidamente que essas roupas são de um adulto.

Me agacho devagar em sua frente, com uma grande dor na garganta por conta do bolo que se formou. Uma grande vontade de chorar vem como uma avalanche, mas me controlo.

A menininha está parada, ainda soluçando. Seu corpo se encolhendo aos poucos ao notar uma presença perto de si, ainda sim, de olhos fechados.

— Pode abrir os olhos querida, não irei te machucar. - falo de modo carinhosa, querendo mais do que tudo embalar essa criança em meus braços e cuidar da mesma.

— N-no v-vai? - pergunta baixinho, com sua voz de criancinha, abrindo os olhos aos pouquinhos.

Seu corpo ainda está encolhido me fazendo soltar um suspiro trêmula quando eu vejo ainda mais o estado da menina. Em um tempo desse, de chuva e frio nesse fodido país, essa criança está descalço, sem blusa de frio, e porra, aparentemente abandonada.

O Homem De Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora