Capítulo 74

360 37 7
                                    

ATENA

Olho entre as paredes pensando nas possibilidades de sair daqui, de voltar para a minha família.

Não sei exatamente há quanto tempo eu estou aqui. Se são horas ou dias, mas sei que estou cansada. Meu corpo parece que ganhou mais energia extra que nunca, mesmo que faça muito tempo dês de que alguma coisa tenha entrado no meu organismo.

Costume

Me levanto do colchão velho e mofado e vasculho o local a procura de algo que me ajude, mas solto um grunhido quando não encontro nada além de poeira nesse lugar.

Suspirando, dou as costas e bato meu pé no chão, impaciente.

Ouço um barulho de trinco se abrir e me viro para a porta, estreitando os olhos para quem quer que fosse.

Deus, se Ryle passar por aquela porta, eu vou estrangula-lo, nem que eu saia daqui morta...

- Trouxe comida. - diz a vadia mirim passando pela porta, filha do monstro que me sequestrou.

Avanço em cima dela mas a mesma logo levanta a arma em sua mão, mirando em minha direção. Bufo o riso ao observar o quão errado a garota segura sua arma.

Com toda a certeza, se eu agisse rápido e acertasse um lugar que a distrairia, teria uma chance de escapar. Mas não vou fazer isso.

Por enquanto...

- O que você quer? - pergunto calmamente a observando.

Ela franze o cenho e estende a bandeja com sopa em minha direção com apenas uma mão, já que com a outra a arma continua estendida.

- Você precisa comer. - ela murmura me olhando.

Não faço nenhum movimento para realmente pegar a bandeja de sua mão e ela suspira, colocando-a no chão.

- Olha, eu sei que...

- Você assédiou meu irmão, não foi? - pergunto calmamente, lembrando da confissão de Adam há alguns dias atrás.

Allie fica vermelha, mas duvido muito que seja por vergonha. Ela revira os olhos.

- Eu não assediei ele. Eu queria ele e agi sobre. - ela dá de ombros. - E ele é homem. Não pode ser tratado como um assédio realmente.

Passo minha língua pelos meus lábios, meus olhos ardentes de olho em sua direção.

- Ou você é burra, ou você é burra. - digo lentamente, respirando fundo.

Existe uma agitação no meu peito que faz com que eu queira estourar a cabeça dela na parede, apenas batendo com ela com as minhas próprias mãos.

- Cuidado! Não sou eu que estou presa nesse lugar e na mira de uma arma. - ela avisa com deboche.

Lentamente. Bem lentamente mesmo, desço devagar e pego apenas a vasilha da sopa, mordendo os lábios quando vejo que a mesma está quente.

- Está bem quente, não é mesmo? - pergunto suavemente, me indireitando. Ela acena, o olhar desconfiado em minha direção.

- Sim, a cozinheira acabou de...- ela para de falar assim que a sopa quente atinge sua cara.

Gargalho quando ela grita pelo susto e pela ardência que eventualmente atinge sua pele.

- Sua maldita! - ela explode, apontando a arma em minha direção e atira.

Gargalho mais alto quando a bala passa bem longe de mim, mesmo que eu não tenha movido um centímetro para sair do lugar.

O Homem De Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora