Capítulo 79

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DAVINA

- Então realmente era você... - digo com a voz mais fria possível, tentando não me sentir abalada com a visão da pessoa em minha frente.

Minha irmã.

Embora eu e Ângela nunca fomos tão próximas uma dá outra por conta do ciúmes tóxico que ela tinha dos nossos pais comigo, não imaginaria nem em anos luz que minha própria irmã estivesse, de alguma forma, envolvida no pior pesadelo da minha vida.

- Davina eu...eu posso explicar! - ela gagueja, me olhando com os olhos arregalados em puro choque.

- Explicar o quê, sua imunda? - inclino minha cabeça para o lado, em falsa confusão - Que você foi a filha da puta que sequestrou os meus bebês recém-nascidos? - me aproximo dela, meus saltos fazendo um barulho agudo no piso.

Não preciso virar minha cabeça para saber que Owen está bem atrás de mim, protegendo-me de qualquer coisa e qualquer um. A tensão de seu corpo transmitindo em fortes ondas de raiva, que chega quase a ser palpável.

- Meus bebês, vocês estão bem? - pergunto, virando para observar meus filhos.

Deixo meus olhos vagarem por Axel, depois Adam. E é quando meus olhos finalmente pousam em Atena que meu coração aperta e sinto uma onda de escuridão nublar meus olhos.

Sem pensar muito, levanto a glock em minha mão e atiro no joelho de minha irmã, que grita alto em dor e cai no chão.

- DAVINA! - ela grita enquanto começa a chorar.

Ando rápido em sua direção, bufando em raiva e sem ao menos dar a ela a chance de perceber o que pretendo fazer, a ponta do meu salto já está acertando seu rosto. Com força.

- Sua vadia, o quê fez com a minha filha?! - pergunto nervosa, arranhar sua cara como uma gata raivosa.

- Não foi eu! Não foi eu, sua louca! - ela grita com raiva.

Caminho até onde Atena está e me ajoelho, choramingando quando vejo uma de suas pernas posicionadas de um jeito estranho.

- Amor, quem fez isso com você? - murmuro baixo, pesarosa.

Atena permanece quieta. Sua cabeça tomba para o lado enquanto me observa com seus grandes olhos azuis da cor do céu, tão parecidos com os meus.

- Estou bem. - ela diz após um tempo, baixinho. Seu olhar ainda preso em meu rosto como se me analisasse.

Seguro seu rosto com as duas mãos e suspiro observando as manchas de sangue seco e sujeira em toda parte.

- Owen, você pode...- antes que eu termine de falar, um lenço e uma garrafa d'água é estendido para mim sobre o ombro.

- De onde veio essa garrafa? - murmuro confusa, jogando um pouco sobre o pano e estendendo o restante para Atena beber. O que ela faz com destreza.

Pelo canto do olho vejo Owen dar de ombros, os olhos presos nos homens da minha irmã.

Limpo o rosto de Atena com carinho, bem devagar e sem pressa.

- Irmã...- começa, mas logo lhe corto com a agilidade de uma lâmina afiada.

- Cale a boca, porra. - rosno entre dentes. - Não está vendo que estou ocupada? Não se apresse tanto, irmã. Já irei direcionar minha atenção para você!

Término de limpar o rosto da minha filha, deixo um beijo em sua testa e me levanto.

- Axel? - Chamo meu filho que está parado apontando uma arma para... Ryle. - Você?! - pergunto, soltando uma risada alta. Incrédula.

O Homem De Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora