Capítulo 1

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Flávia

   -É hoje povo! Meu primeiro dia oficial na cidade maravilhosa, cheguei ontem e vim direto da Rodoviária para um hotelzinho perto
da Rocinha que é para onde estou indo no momento pois terá uma reunião de professores e vou aproveitar que a diretora disse ter a professora de matemática que está querendo dividir o aluguel e ver se dá certo pois preciso de um canto pra chamar de meu.
   -Passei no Concurso Público, agora só falta tomar posse da vaga, recebi orientações de como proceder quando chegar lá.
   -Estou aqui na tal barreira pensando cadê aqueles traficantes lindos e gostosos que descreviam nas fanfics pois aqui vindo na minha direção tem três mavambos judiados. Um parece um mosquitinho segurando aquele fuzil que se bater um vento enverga, ao seu lado um Buda barrigudo que deve roubar só padaria e mercado e não menos importante temos o porteirinha que deve ter perdido os atacantes vulgo dentes em um pedaço de carne. Eu sei gente vocês não me conhecem mas eu sou pessoa sincera e nem sou baú pra ficar guardando o que penso.

Mosquitinho: -Fala aí mina, pensa que vai onde gata?

-Senhorrrr pode nem com ele e quer jogar o charme que nunca teve!

Flávia: -Boa tarde moço, sou a professora nova, a diretora Lúcia disse já ter deixado avisado ao Dono do Morro que eu iria frequentar a Comunidade e já estou quase atrasada para a reunião.

   -O Porteirinha se afasta falando naquele rádio em língua estranha pois no meu português não era e voltou afirmando que podia passar. Nisso vem o Buda me oferecendo pra levar de moto, dá vontade de dizer... só vou se tu for comigo a pé, era dois minutos pra ele desistir. Mas como sou mocinha educada agradeci e disse que gostaria de ir andando pra conhecer mais a favela. Até gostaria de conhecer mas não no sol escaldante de 40°. Mais acima encontrei uma alma boa chamado moto táxi que me deixou na escola.
   -Durante a reunião que não me disse nada com coisa nenhuma tinha uma colega que já nem quero conhecer chamada Julieta, uma loira toda siliconada, muito bonita mas nojenta igual dando contra tudo que era falado. Ao meu lado tinha sentado uma loirinha bem tímida e calada mas vendo minha irritação do nada sorri pra mim e fala no meu ouvido: Essa ai é casinho do dono do Morro e acha que é a dona da favela liga não, a propósito sou a Mariela professora dos pequenos das séries iniciais, digo meu nome a ela e rezo pra acabar a tortura.
   -Quando estava saindo Lúcia me chama.

Lúcia: -Flávia está é Rafaela nossa professora de matemática que está procurando alguém pra dividir a casa e as despesa com ela.

Rafaela: -Garota que sorriso hein, já quero o telefone do dentista...se for gato é claro. Se quiser te levo pra olhar a casa agora.

Flávia: -Oi Rafaela, bem humorada você hein. Sou a Flávia e adoraria ver a casa logo.

   -Tudo resolvido a casa é ótima tem 2 quartos, sala, cozinha, banheiro, laje e um quintalzinho e o valor ficou bem acessível pois preciso mandar todo dinheiro possível pra casa, história longa . A Rafa é a verdadeira menina maluquinha, adorei ela, direta, divertida e verdadeira. Meu número, gosto de gente sincera e acho que vamos nos dar bem, o santo bateu legal.

Rafaela: -Flávia tudo certo então só falta mesmo no quarto uma cama. Agora vem a parte chata, precisamos ir na boca falar com o Dono e avisar que você vai morar aqui, regras.

Flávia: -Como vocês Cariocas dizem: bora lá!

Gostaram da Flávia sincerona? Como será o primeiro contato dela com o dono?
Votem, comentem, críticas construtivas são mais que bem vindas!

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora