Capítulo 74

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Flávia

-Aqui estou eu amarrada sentada em cima desse colchão sujo, sem ter ideia de como vai ser meu destino. Já chorei, me escabelei, orei, mas não têm nada que eu possa fazer por enquanto a não ser ter fé.
-O homem ruivo entra de novo onde eu tô e mais uma vez traz comida e água. Ele vê que eu nem tinha mexido na marmita anterior.

Ruivo: -Aí mina, te aconselho a comer porque pra onde tu vai nem sei se vão querer te dar comida não.-fala sincero.

Flávia: -Não comi, vai que colocaram alguma coisa aí! Onde eu vou?Que tá acontecendo?- pergunto desesperada.

Ruivo: -Sei de nada não mina, sem muito papinho! Ninguém vai colocar nada no teu rango não porque quem mandou te buscar tá pagando muito caro por tu.-diz e sai.

-Senhorrrr quem será que tanto quer o meu mal? Nem tenho nada a perder mesmo, essas alturas se eu morrer sem ser torturada já tô no lucro, então resolvo comer já que estou com a fome de uns três mendigos.
-Quando não aguento mais de vontade pra ir no banheiro eu grito e entra alguém que me desamarra e fica na porta do banheiro de arma na mão e tenho que mijar com plateia. Já ouvi tanta piadinha escrota que perdi a conta,ainda têm uns que são pau no cú e acham que têm o direito de te passar a mão, tapa na bunda, pura humilhação.
-Se aqui já tá horrível imagina pra onde vão me levar se todo mundo que vem aqui diz que vai ser bem pior. Impossível não questionar o cara lá de cima por quê eu? Parece que tenho ímã pra sofrimento. Choro até adormecer e acordo achando que vou me afogar, jogaram um balde de água em mim, o tal chefão ri.

Diablo: -Acorda bela adormecida! Garanto que na Rocinha tu não tinha esse tratamento especial, vai nos esquecer nunca.

Flávia: -Por favor moço, não fiz nada, ele nem liga pra mim.-digo segurando o choro.

Diablo: -Sem chance! Quem tá me pagando liga muito e também vai me ajudar a tirar teu maridinho do poder.-sorri diabólico.

Flávia: -Eu não tenho nada a ver com os negócios do Casagrande!-choramingo.

Diablo: -Mulher de bandido mina, se fudeu! Tu vai entrar no banheiro caladinha tomar banho e colocar a roupa que vamo deixar pra tu lá. Se aprontar vai sofrer, tenho que entregar uma mercadoria com boa aparência!-ri e sai.

-O ruivo entra novamente me desamarra e leva para o banheiro onde tem um cano sem chuveiro, ele me dá uma toalha, um sabonete manda eu me virar com isso, nunca lavei cabelo com sabonete mas éno que têm, pelo menos esse respeita e fica de costas. Minha mente viaja se eu tivesse força e coragem atacava ele por trás, mas a realidade vem e me dá na cara, luta corporal com um homem de 1,80m e armado? E quando sair do quarto tem mais quantos? Sem vontade nenhuma de virar peneira tomo aquele banho horrível, me visto, arrumo o cabelo com a mão mesmo e saio. O cara me amarra novamente e sai, mas em seguida Diablo abre a porta e diz:

Diablo: -Pronta pra conhecer teu novo lar?-ri

Flávia: -Você não vai em falar nada?-questiono

Diablo: -Não te devo explicação mina! Olha só quem veio te buscar.-fala e da espaço.

-A pessoa passa pela porta e aí que não entendo mais nada nessa porra toda.

Flávia: -Você? Mas por quê?-pergunto.

???: -Oi anjo! Por quê? Por tudo, eu tenho dinheiro e isso move o mundo, você e o teu maridinho facilitaram muito pra mim.

Flávia: -Te fiz nada, por quê tenho que passar por isso?-falo assustada.

???: -Primeiro por quê eu posso, segundo eu quero, terceiro tu atravessou meu caminho e quarto Casagrande vai pagar por toda merda que já fez. Nada passa em branco.

Flávia: -Isso é loucura! Pensa bem, me deixa ir. Tenho nada com isso, por favor.-imploro.

???: -Ué tu não é a bucetuda, afrontosa e debochada? Cadê a marra agora? Deu de papo! Levanta e vamo embora que hoje tu vai conhecer o teu canil cachorra!-fala com raiva.

-Entram uns homems e rapidamente me apagam de novo, quando acordo estou numa casa simples, percebo que tem barra de ferro na parede por toda extensão da casa que não é grande, presa na barra está uma corrente grossa e extensa que está ligada a uma pqp... é uma coleira de metal, está no meu pescoço fechada com um cadeado. Que loucura é essa? Deus me ajuda por favor!
- A pessoa entra está sempre acompanhada de homens armados e mal encarados, alguns me olham com malícia e o medo toma conta por mais forte que eu tente ser.

???: -Oi cadela! Vim te apresentar nosso hotel 5 estrelas e te passar as regras.-fala firme.

Flávia: -Que palhaçada é essa? Coleira? Não sou um animal!-grito e levo um belo tapa na cara.

???: -Cala a boca! Aqui quem manda sou eu! Tu é uma cachorra e vai ser tratada como uma, ajoelha.- fico no mesmo lugar.

-Péssima ideia porque levo um monte de porrada até me ajoelhar na sua frente e um sorriso doentio surgir.

???: -A coisa vai funcionar assim, aquele tapete ali no canto é onde tu pode te acomodar, aquelas duas tigelas ali na parede são onde vai ter água e comida e como uma boa cachorra tu vai agachar e comer e beber ali ou morrer de fome e sede. Necessidades vai ser levada pra fazer na rua se fizer em casa apanha, tudo que não obedecer terá punição. Toda vez que eu chegar te quero de joelhos como um bom animalzinho.-ri.

-A loucura desconhece limites, o pior é que os "seguranças" acham tudo engraçado. Onde vim parar, gente sádica e lunática. Só queria minha cama e um abraço das minhas amigas. Tenho pavor de pensar em tudo que vou enfrentar daqui pra frente.

???: -Ahhh esqueci de avisar que tem câmera por tudo, então não tente nada pra não ser punida. Bem vinda ao inferno cachorrinha!-ri diabolicamente e sai porta a fora.

-O que me resta é chorar e pedir a Deus que Diego esteja me procurando e me ache, não sei até onde aguento.

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora