Capítulo 77

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Flávia

-Já se passaram 15 dias que estou aqui, sei disso porque ouvi um dos caras falando que tava aqui todo esse tempo sem mulher, idiota.
-A dor é imensa, a física é grande mas a dor psicológica é muito maior. Nunca vi alguém tão ruim, com tanta raiva e sem remorso. Bem que dizem quem vê cara não vê coração, pois olhando tu não diria que esse ser é capaz de tanta maldade.
-No início banquei a durona, debati, briguei, desobedeci.Tá maluco viver como uma cadela literalmente? Pois é assim que tenho vivido, se quiser comer e beber é ajoelhada numa tigela de cachorro, uma comida horrível, fria , misturada parecendo lavagem para porcos. Mas depois de dias sem comer tu acaba se obrigando a engolir aquilo mesmo, tudo sou punida, das mais diversas formas, quando não estava aceitando a comida, fui obrigada a comer a mesma enquanto levava de cinto nas costas, pernas e bunda, onde pegar pegou.
-Têm alguns homens fazendo a segurança e isso me dá muito medo do pior acontecer, pois eles dizem o tempo todo, quando vamo partir pro esculacho, disseram que a gente ia poder comer ela, tô só pelo surubão com essa gostosa, quantos homens tu aguenta num dia. Tudo isso já ouvi e temi demais, a "sorte" é ter câmera e a ordem de quem manda é não me violentar "ainda".
-A ordem é quando a pessoa que ordenou meu sequestro chegar devo ficar de joelhos como uma boa "cachorra".Eu custei muito pra aceitar isso e paguei de forma aterrorizante, lembro como se fosse hoje.

☆Lembrança On:

???: -A não vai obedecer? Então vai aprender o que acontece com quem não anda na linha.Os
Três aí levem ela para o quartinho e façam o combinado.

Flávia: -Nãooooo! comigo? Por favor chega!-ali chorei apavorada.

???: -Não te interessa, quis medir força comigo né? Tu vai ver que é fraca.-falou.

Xx1: -Bora cachorra gostosa! Vamo se divertir bastante.-diz me tirando da "coleira".

-Saíram ne arrastando pela casa, eu chorava demais, implorava pra não fazerem nada,orava
Mas nada parava eles que só riam.
Quando chegamos no tal quartinho eles trancaram a porta e me jogaram no chão e gritavam comigo.

Xxx: -Tira a porra da roupa!-gritou

Flávia: -Não pelo amor de Deus moço isso não, me bate, me mata,isso não!-implorei.

Xx1: -Tá surda porra? Não tirou essa merda ainda por quê?-falou me sacudindo.

Xx2: -Tu tira ou a gente rasga e tu vai andar pelada pela casa todos os dias.-falou brabo.

Flávia: -Vocês não tem família? Mãe? Irmã? Imagina se fosse elas aqui?-argumento.

Xxx: -Cala a porra da boca e começa!-falou.

-Eu tremia e chorava compulsivamente,eles riam,como pode se agradar da desgraça alheia isso nunca vou entender juro.
-Sem saída comecei a tirar devagar a roupa velha e fedida que eu usava mas pelo menos me cobria, até que fiquei só de calcinha e sutiã mas não tinha coragem de seguir e um deles se manifestou.

Xxx: -Chega! Tá bom assim, senta na cadeira.
-disse sério,eu fui logo pra não piorar.

-Eles vieram até mim e me amarraram com os braços pra trás e os pés também, passava muitas possibilidades na minha cabeça e nenhuma era boa. Ali nem ligava mais chorava na frente de qualquer um, força se esgota, as minhas estavam indo de ralo como diz Cerol.
-Ahhh que saudades dos meu amigos, colo era tudo que eu queria, até do Bravo que mal fala sinto falta. Uma saudade gigante do coroa careca, sei que ele pisou na bola e se eu sair dessa ele vai passar trabalho pra me ter de volta.
-Na verdade eu não pensei em nada quando dei perdido nos vapor e fui sozinha pra praia me colocando em risco sem querer. No início tive muita raiva do Casagrande por ter me deixado lá sozinha mas a decisão de "fugir" foi minha e isso me trouxe até aqui.
-Sou tirada do meu transe, voltando pra dura realidade que me encontrava. Semi nua, num quarto com três homens e amarrada.

Xx2: -Qual foi gostosa, tá no mundo da lua?

Xx1: -Se tu quiser te faço ver estrelas!

-Nojo é o que me define, eles abriram o zíper das bermudas, colocaram aquelas pirocas pra fora, coisa mais angustiante e começaram a bater punheta, falando absurdos pra mim, às vezes eles passavam a mão nos meus seios, apertavam e um deles resolveu enfiar o dedo na minha boca e mandou chupar, sem pensar eu mordi seu dedo e levei um belo soco na cara que desceu o melado do nariz na hora.
-Os asquerosos não pararam, seguiram com aquelas coisas pra fora punheteando, me xingando, puxavam meu cabelo, até gozarem por cima de mim, pegando em qualquer lugar, no meu rosto, seios, davam risada como se tivessem no circo e não destruindo todo meu psicológico.
-Quando acabaram me desamarraram, levaram pelos cabelos para o banheiro e mandaram tomar banho, mas ficaram na porta aterrorizando. Depois me vesti e levaram de volta onde estava quem mandava.

???: -Foi bom?-gargalhou. -Aprendeu quem manda aqui não foi? Ajoelha cachorra.-disse.

☆Lembrança off.

-E foi assim por instinto de sobrevivência eu ajoelhei, me tornei a cachorra que queriam, me entregando a uma tristeza enorme e deixando meu eu ser destruído todo dia um pouquinho.
-Perguntas passam na minha mente. Até quando vou suportar? Têm alguém me procurando? Onde está o Diego? Será que vou morrer aqui? Apesar que um pedaço meu já morreu.

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora