À Flor da Pele

Capítulo 26

Flávia
Festa Parte II

-Sentamos todos pra jantar e pelo menos a comida valeu a pena pois as pessoas nem tanto, têm bastante gente escrota aqui!
-Sabe o mais engraçado? A tal Grazi que veio tirar satisfação por eu estar com o "seu" homem estava acompanhado outro traficante, acreditam no tamanho da cara de pau?
-Chega na mesa um homem que parece um Gibi, até um lado do rosto tem tatuagem, cumprimenta a todos e se apresenta pra mim como Cascavel, bem apropriado esse vulgo. Homem estranho sabe, dá arrepios, uma energia negativa medonha, quero distância, eu hein! Estou distraída quando ouço chamarem meu nome e saio do transe.

Cascavel: -Então linda, você faz o que?-fala malicioso.
Casagrande: -Ta chamando minha mulher de linda por quê?-genteee fui promovida?kkkk
Flávia: -Sou professora!-digo seca.
Cascavel: -E ensina o que?-seguro Casagrande
Flavia: -Ensino a criar vergonha na cara, se quiser tem vaga na turma!-falo séria.
Cascavel: -Sorte em Casagrande, as ariscas são as melhores!-homem doido.
Casagrande: -Qual a tua parceiro? Tá tirando vagabundo?-Fala furioso
Cascavel: -Calma irmão, só fiz um comentário, sem stress.-ergue as mãos e vai saindo rindo.

-Casagrande senta bufando, ofegante, parece um touro bravo. Homem atentado aquele, cada um que aparece. Sabem quem era sua acompanhante, a tal Grazi que embaçou comigo. Casal escrotice, perfeição!
-A Festa segue, os homens se retiraram e fizeram uma reunião lá e já voltaram, a bebida rola solta por aqui, e pasmem estou tomando Chandom, deve ser minha quinta taça e vou voltar pra água porque é aquelas a bebida entra e a verdade sai e só dá merda.
-La pelas tantas Casagrande me tira pra dançar, tava tocando um pagodinho e não é que o homem sabe dançar? Desgraçado tudo que faz é bem feito, ódio! Quando vejo ele está cantando no meu ouvido um trecho da música

Quem sou eu?
Não sei quem sou quando estou com você
Me sinto artista de cinema
Esqueço de qualquer problema

Onde está?
O meu juízo aonde foi parar?
Perco o sentido é só você chegar
Com essa vontade de me namorar

-Genteeee perninha até tremeu, aquela voz rouca cantando pra mim, chorei só não digo por onde, kkkk. Preciso de ar antes que agarre esse homem aqui mesmo, Nossa Senhora das Assanhadas me ajuda aí vai? Que custa?kkkk
-Voltamos para a mesa naquele clima bom de azaração e aviso que preciso ir ao banheiro e vou indo. Eles são lá no outro canto do salão, mais afastados. Quando estou quase chegando, já no hall de entrada sinto uma mão firme no meu braço me puxando pra si e me joga contra a parede. Arregalo os olhos assustada sentindo um frio subir pela espinha

Cascavel: -Oi de novo gostosa!-diz sorrindo
Flávia: -Me solta cretino!-me debato e tomo um tapa na cara.
Cascavel: -Essa bouquinha é muito suja ela ia ficar melhor chupando meu pau!-que ódio.
Flávia: -Você tá maluco, quer o que comigo?
Cascavel: -Grazi disse que seu preço como acompanhante é uma boa foda e isso eu posso fazer por você!-passa uma mão no meu corpo enquanto a outra segura meus pulsos no auto da cabeça me prensando com seu corpo.
Flávia: SOCORROOOOO!-grito desesperada.

-Só vejo Cascavel voar longe e Casagrande ir pra cima dele enchendo de socos e o massacrando. Ele tava irado.

Casagrande: -Isso aqui é um recado pra quem ousar me desrespeitar e esquecer quem sou e do que sou capaz!-ele grita e sai me puxando pela mão!

-Quando chegamos no carro acho que o choque passou e tive uma crise de choro, ele só me abraçou e ficou quieto ali alisando meu cabelo e me senti segura novamente.

Casagrande: -Me desculpa Furacão te deixar passar por isso!-diz chateado.
Flávia: -Você não tinha como saber mas chegou a tempo, sempre chega!-falei mais calma sorrindo pra ele.
Casagrande: -Sempre que puder vou te defender.-fala sincero e senti algo diferente.
Flávia: -Podemos ir? Preciso de banho e cama.
Casagrande: -Claro, bora lá vou te deixar em casa.

-E assim foi...ele me deixou em casa e partiu, não sei porque mas não gostei, talvez insegurança de ficar sozinha né. Deito processando tudo que aconteceu hoje e adormeço.