Capítulo 13

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Flávia

-Chegou aquele dia do mês que muitos adoram e eu choro, dia de pagamento. Recebi minha fortuna, paguei as contas, tirei 100,00 e parti descer o morro e ir no banco mandar pra casa tudo que sobrou pra ajudar no tratamento da senhora minha mãe. Passo em frente a boca de fumo do outro lado da rua e fico admirada com a cena tem uns mavambos bonitinhos até, mas o que têm de judiado e as marmitas estão lá mesmo assim rendendo, alisando barrigudo, rindo com um magrelo que parece parente do ET. Coragem viu!!!
-Resolvi minhas obrigações, voltei ao morro subi tudo aquilo odiando ser sedentária, cheguei em casa tomei um banho e fui descansar um pouco até a hora de ir para o Bar do Seu Joca, hoje tinha pego folga na escola. Fico pensando que esse mês vai ser apertado, nem a baile posso ficar indo já que fiquei a zero ainda bem que tenho esse extra do bar pra pagar a comida se não estava lascada.
-Quase 19hs e partiu trabalhar, quando chego seu Joca vem com uma cara nada boa e diz que precisamos conversar.

Joca: -Flavinha o que eu tenho pra te falar não é bom mas quero que saibas te acho uma menina maravilhosa, seu trabalho aqui sempre foi ótimo.
Flávia: -Credo seu Joca, tá me deixando nervosa, fala logo o que houve?
Joca: -Olha menina não sei o que você fez para o Casagrande mas coisa boa não foi. Eu devo pra ele um dinheiro que peguei pra fazer uma reforma aqui e hoje ele veio me dizer que ou eu te demito ou pago ele imediatamente, não tenho esse dinheiro.
Flávia: -Meu Deus! O senhor tá me demitindo? Não acredito, preciso muito disso.-fala quase chorando de desespero.
Joca: -Infelizmente não tenho outra escolha! Sinto muito mesmo.-fala de cabeça baixa.
Flávia: -Tudo bem, entendo seu lado! Tchau.

-Sai dali sem rumo, uma raiva me dominando. Quem esse careca pensa que é? Mas ele vai me ouvir. Sigo rumo a boca, chego lá espumando e vou entrando, estranho não me barrarem. Quando abro a porta o filha da puta tá sorrindo com cara de deboche e disse:

Casagrande: -Estava te esperando, chegou a hora de bater um papo reto.
Flávia: -Não quero papo nenhum contigo, só quero meu emprego de volta. Nem vou enumerar o quanto escrota foi essa atitude!
Casagrande: -Abraça o papo que vou te dar mina sou bom mas não sou bombom! Fiz isso e vou manter porque chegou a hora de tu entender que tá lidando com bandido, aqui nada passa batido, cada ação tem um reação. Achou que ia brincar comigo e não ser cobrada?
Flávia: -Acho que quanto mais você abre a boca mais longe fica de conseguir aquilo que a gente sabe que cê quer e não sabe pedir. Passar bem!-virei as costas e vazei.

-Infeliz, cretino, babaca era só o que eu pensava enquanto chorava de soluçar sentada no sofá ódio desse homem! Rafa aparece na sala apavorada com meu choro compulsivo, assim que acalmo conto tudo pra ela que me diz que está comigo e vai me ajudar mas é foda, não posso virar um peso. Respiro fundo e fico pensando no que fazer, nem posso me abalar, preciso reagir!

Flávia: -Já sei amiga! Vou fazer os bolos de pote que já queria e vou vender, ainda tenho 100,00 e vou comprar os ingredientes . Ainda vou na frente da boca oferecer para os judiadinhos e mostrar para esse cretino que não é qualquer coisa que derruba uma guerreira!-falo sorridente.

-Esse imbecil vai conhecer a persistência de uma mulher forte! Tá com ego ferido coitado.


Genteeee não odeiem Casagrande, os dois ainda vão ter que aprender muita coisa!

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora