Capítulo 105

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Casagrande

-Hoje era um dia feliz pra caralho, a ONG tava sendo inaugurada, o sentimento de alegria e satisfação tava mil grau dentro de mim.

-Porra, poder ajudar minha comunidade era da hora, fazer a diferença na vida de alguns,ainda mais a criançada que agora ao invés de ficar pela rua ia ter um lugar maneiro onde passar o tempo e aprender vários bagulhos.

-Maneiro mesmo foi a quantidade de gente de voluntários, gente querendo mesmo ajudar e dividir o que sabe.

-Veio gente até da pista pra dar aula, claro que isso faz a gente ficar mais atento e redobrar a segurança pra não ter erro, nem dar vez a X9.

-Minha dona tava ansiosa demais pra esse dia chegar, ela se esforçou pra caramba, correu atrás de muita coisa pra oferecer o melhor.

-Ela e as meninas colocaram várias ideias em prática, alfabetização de adulto,reforço escolar e outras coisas, aula de dança, capoeira por aí vai.

-Minha Bela vai fazer 1 aninho, os gêmeos tão no forno mas com saúde, passei tanta merda nessa vida, sem família, vivendo a maldade das ruas, abracei o crime por tá sem opção, então queria pelo menos deixar pros meus filhos um bom exemplo, de que alguma vez fiz algo certo, tá ligado?

-Vou atrás do Meu Furacão que não sai nunca daquele quarto, tá se arrumando faz horas, chego lá tem muita roupa espalhada e Flávia tá sentada chorando.

Casagrande: -Que houve morena? Tá sentindo alguma coisa?-pergunto preocupado.

Flávia: -Houve que eu tô enorme, parece que engoli uma melancia e nada me serve!-soluça.

Casagrande: -Que enorme o que cara? Tu tá grávida, de gêmeos ainda, cada dia mais linda minha deusa, nem se tu quisesse ficava feia, para com isso cara!-digo abraçando ela.

Flávia: -Deixa de ser mentiroso Diego, tu só quer que eu pare de chorar!-diz sentida.

Casagrande: -Quero também, mas tu sabe que é linda e gostosa pra porra! Insegurança nem combina contigo que é uma mulher foda!-falo.

Flávia: -Quer saber?É tudo culpa tua!-diz braba

Casagrande: -Minhaaaa? Tá maluca?-pergunto

Flávia: -Tua culpa sim, que inventou de jogar dentro e não satisfeito meteu 2 filhos em mim de uma só vez!-Diz irritada. -A mamãe ama vocês tá bebês!-diz acariciando a barriga, essa porra desses hormônios.

Casagrande: -Tá falando nada com nada aí cara, fiz sozinho por acaso?-falo.

Flávia: -Ahhh quer saber? Some! Vaza desse quarto agora! Não sou maluca? Vou te mostrar a porra do hospício!-diz. -Vamos querido, se movimente pra fora, sai, sai!-diz furiosa.

-Saio fora pra não perder a lógica, essa mulher tem horas que fica o cão de saia, repito meu mantra: É culpa dos hormônios!

-Fico na sala mexendo no celular, resolvendo uns assuntos, até que a onça decide descer. Tá lindona, aquele cabelão solto, rosto lindo e mais redondinho, um vestido branco justinho que marca a barriga que já tá grande e eu me amarro.

-Já me preparo pro estresse mas ele não vem, ela passa por mim me ignorando, olhando pra frente e vai saindo pra garagem senta no carro e espera o motorista aqui sem dizer nada.

-Chegamos lá e a festa tá rolando, as meninas vieram na frente pra coordenar tudo,têm várias barraquinhas de comida, brinquedos pra molecada, lugar tá cheio, comunidade veio em massa.

-Vejo o Bravo num canto mais afastado e vou pra lá antes que eu leve mais grosseria da bipolar.

Bravo: -E aí irmão, suave?-diz fazendo toque comigo.

Casagrande: -Suave porra nenhuma! Mora com um grávida pra tu ver! Bipolar!-digo.

Bravo: -Furacão passou por casa mano?-diz rindo da minha cara.

Casagrande: -Tá tenso irmão, foda! E tu? Essa cara de cú é porquê?-pergunto.

Bravo: -Nem me fala! Já conheceu o professor de capoeira?-pergunta irritado.

Casagrande: -Não, mas a Flávia chegou esses dias toda animada falando como as crianças tinham sorte porque o "Léo" era uma ótima pessoa e professor, dei logo um trava!-digo.

Bravo: -Hãn! O pica de mel esse cara, mulherada do morro babando nele e Rafaela não tá diferente,"acompanhou" ele até o pé do morro. É o que? Tá trampando de segurança e eu nem sei?-fala bolado.

Casagrande: -Eita que a ruiva te pegou de jeito em irmão!-digo rindo.

Bravo: -Ela não anda mais é me pegando essa capeta chefe! Disse que cansou de insistir em quem não quer!-diz magoado.

Casagrande: -Sei que é foda mano, mas se tu curti ela real vai ter que se esforçar, tentar um pouco todo dia, melhorando.-aconselho.

Bravo: -Acredita que ela disse nao minha cara, não quer meu filho, têm quem queira!-diz.

Casagrande: -Ali não é só a cabeça de fogo não, é ela toda, tu tá fodido!-digo rindo.

Bravo: -Ri mesmo filho da mãe, enquanto isso olha lá quem tá de papinho gostoso com a tua mulher!-diz rindo.

Casagrande: -Tá querendo ir com Deus, só pode uma porra dessas! Bora lá.-chamei.

-Fui na reta dos 3 que conversavam e Bravo atrás, tá na hora de me apresentar, né não?

Casagrande: -Atrapalho?-digo sério.

Flávia: -Tava falando em você! Léo esse é o Casagrande meu marido!-apresenta.

Casagrande: -Marido, pai dos filhos dela e Dono do Morro, satisfação!-digo debochado.

Léo: -Satisfação, Leonardo!-diz estendendo a mão.

Casagrande: -Ué, mas não era Léo?-digo bem cínico e apertando a mão com raiva.

Léo: -Pros amigos é Léo mesmo!-diz o fdp.

Bravo: -Faz amizade rápido tu né? Sou o Bravo Sub do Morro!-diz cruzando os braços.

Rafa: -Sabe o que é Bravo,ele é muito sociável, disposto a conhecer as pessoas,ser agradável essas coisas sabe?-diz afrontosa.

Bravo: -Pelo visto as pessoas tão loucas pra conhecer ele também né Rafaela?-diz puto.

Rafa: -Com certeza!Léo o convite pra conhecer o baile da Rocinha tá de pé viu!-pisca pra ele.

Léo: -Obrigada Rafa, vamo marcar! Flávia pensa no que te falei dos exercícios pra grávida, se precisar de ajuda só chamar! Vou chegar, tá na minha hora.-diz o folgado e sai.

Casagrande: -Folgado do caralho!-digo puto.

Bravo: -Quer virar lembrança só pode!-diz.

Flávia: -Credo vocês dois hein, comandam o morro e nem recebem as pessoas direito!-diz puta e sai.

Rafaela: -Papelão os dois mesmo! E tu Bravo, já teve sua chance, deixa meu cavalo andar, eu hein!-diz bolada e sai também.

-A gente se olha sabendo que esse porra vai dar dor de cabeça,mas eu curo ela rapidinho a bala.

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora