Capítulo 106

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Flávia

-Mais um mês se passou,já fechando 7 meses de gestação Bernardo e Safira estão agitados e saudáveis,só agradecer por isso.

-Algumas coisas aconteceram nesse tempo que passou, Cerol se afastou muito de nós por estar com a minha irmã.

-O que chocou a todos e quebrou o coração da Mari foi que ele assumiu a Débora como fiel e a mesma vivia na casa dele. Dona Benta disse a ele, quer colocar qualquer uma como mulher então vá ter sua casa porque na minha casa não cultivo cobra pra me picar.

-Resumo da história ele se mudou levando a Serpente do Mal com ele, virou o que nenhum de nós imaginava, o bandido com fiel e várias peguetes pelo morro.

-Diego e Bravo dizem que ele não aguentou a decepção por Mari não confiar e não insistir neles. Ela foi o primeiro amor real dele e acho que único.

-Há quem diga que o amor da vida da gente só acontece uma vez e nunca esquecemos,quem sabe a história deles teve só uma pausa e não um ponto final, assim espero.

-Rafa e Bravo continuam feito cão e gato, ela diz que não tem como ajudar quem não se ajuda. Entende que o mesmo têm uma história difícil mas precisa querer se curar, dar espaço a quem possa auxiliar.

-Léo se tornou um grande amigo, tanto meu quanto da Rafa, ficamos horas conversando e rindo. Inclusive ele entra na brincadeira da Rafa que usa ele pra deixar o Bravo maluco.

-Só que na verdade o moreno do olho claro tá interessandíssimo na nossa Mari,mas a loira anda fechada pra romance tadinha da minha bichinha.

-Já eu e Casagrande a coisa complicou,ciúme foi o tema da vez mas da parte dele pois nele habita o machismo e acredita que não pode existir amizade sincera entre um homem e uma mulher, o engraçado é que com o Bravo e o Cerol tudo bem. Doido!

-As coisas desandaram um pouco,Casagrande vive bolado e têm passado muito tempo na boca, quando está em casa a gente discute.

-Eu estou desgastada emocionalmente sabe, a cabeça confusa nos faz repensar tanta coisa.

-Eu aprendi a amar essa Comunidade, aqui têm muita gente boa, mas eu sou o foco da mulherada que quer o meu marido.

-O que já ouvi de piadinha, muitas destilam seu veneno, inventam coisas, afrontam mesmo.

-Paz mesmo nunca tenho, agora em diz que culpa eu tenho se foi uma escolha deles ficar comigo?

-Número desconhecido mandando mensagem dizendo que ele tá com a pessoa, sendo que tá deitado do meu lado. Os absurdos que der pra imaginar acontecem.

-Essas coisas me trazem muita vontade de ir morar longe daqui, permitir criar meus bebês em paz, me curar minha alma,meu emocional.

-Só eu sei o que passei naquele sequestro, é claro que não posso nem imaginar acontecer algo assim com os meus filhotes, mato e morro por eles.

-Sei bem dos meus sentimentos, amo meu bruto. Da porta pra fora ele é o Casagrande, frio,calculista, impiedoso, da porta pra dentro é o meu Diego, que me mima, cuida, protege e ama.

-Exatamente esse amor que acaba fazendo permanecer e encarar o que surgir por mais duro que seja.o

-Falei em sair do Morro, se afastar do tráfico, despistar os inimigos, nem importo de viver de forma simples, sempre tive as coisas por esforço próprio.

-Lembro dessa conversa tensa como se fosse ontem:

💭Lembrança On:

Flávia: -Diego você já pensou na possibilidade da gente morar fora do morro?-pergunto.

Casagrande: -Claro que não pensei pois não seria seguro pra mim, Dono do Morro dando mole por aí?-fala.

Flávia: -Nunca pensou em largar o tráfico?-falo

Casagrande: -Tu têm noção de quem eu sou e tudo que eu sei? Sair não é uma opção!-diz.

Flávia: -Então você tá preso pra sempre nessa situação?-pergunto triste.

Casagrande: -Qual foi Flávia? Porquê dessas perguntas nada com nada aí? Tô entendendo legal não!-diz já se alterando.

Flávia: -Não estou gritando nem te ofendendo, só fiz umas perguntas.-respondo.

Casagrande: -E onde quer chegar com tudo isso? Que tá pegando?-questiona.

Flávia: Quer saber mesmo Diego?-digo já ficando irritada.

Casagrande: -Solta a voz parceira!-fala sério.

Flávia: -Virei teus manos agora?-digo braba.

Casagrande: -Tá enrolando porquê? Fala o qllue tu tá doida pra dizer aí.-fala irritado também.

Flávia: -Eu tô cansada Diego! Cansada de sair na rua e ter que me incomodar, ficar ouvindo piadinha, nunca poder ter paz.

Casagrande: -Tá de sacanagem?-pergunta.

Flávia: -Tenho medo dos meus filhos passarem pelo que eu passei, de perder eles, perder você.-digo triste.

Casagrande: -Quando tu precisava do dinheiro pra salvar aquela ingrata da tua mãe isso não foi um problema, agora nada tá bom?-fala bem brabo e eu me possuo.

Flávia: -Precisa ser muito escroto mesmo pra jogar essa merda na minha cara! Seu cretino!-grito.

Casagrande: -Tô gritando contigo nessa porra? Tá falando com bandido!-diz grosso.

Flávia: -Isso mesmo, tô falando com o Casagrande mas queria desabafar com o Diego, meu marido pai dos meus filhos!-falo.

Casagrande: -Engraçado né, que foi só esse tal de "LÉO" aparecer que tudo comigo ficou ruim!-diz furioso.

Flávia: -Só pode ser brincadeira! Quajtas vezes preciso dizer que ele é meu amigo?-grito.

Casagrande: -Amigo de cú é rola!-grita.

Flávia: -Tu tá sendo muito injusto cara, olha todo inferno que essas mulheres fazem na minha vida, isso se realmente tu não tá dando moral!-digo bolada.

Casagrande: -Vai me dar mulher na rua agora?-Fala sério.

Flávia: -A minha questão é ter paz pra terminar minha gestação, criar meus filhos sem medo que levem ele de nós todo tempo, sem o pavor que me dá sempre que ouço um tiro!-digo.

Casagrande: -Tu ne cinheceu assim Flávia,não entrou enganada, nunca te prometi que ia sair dessa vida!-diz firme.

Flávia: -Só para pra prensar se estou tão errada assim, se tu não gostaria de viver um pelo menos um tempo sem tanto perigo e conflito.-digo séria.

Casagrande: -Namoral? Vou até me sair pra isso aqui não acabar pior do que já tá!- diz e sai batendo a porta.

-Sento no sofá e choro todas as minhas dores, todos os meus medos. Será que estou tão errada de querer um pouco de paz pra minha família?

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora