Capítulo 114

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Casagrande

-Mente atribulada, cheia de neurose, foi assim que o bosta vulgo meu pai me deixou depois de brotar do inferno e trazer lembranças que por mim podiam ir pra puta que pariu.

-Tu pode me dizer ah Casagrande já passou, tem que perdoar pra seguir,mas como que faz essa porra?

-Como esquece de quem fez tua vida um inferno, te machucou pra caralho, tirou a vida da pessoa que mais me amou, minha mãe.

-Ainda pra completar me jogou na rua sem nada nem ninguém, tenho que me virar pra sobreviver, foda parceiro.

-Os primeiros dias foram uma merda mas me apeguei com o que tenho de mais precioso, a minha mulher e os meus filhos.

-Flávia inventou um churrasco aqui em casa como a gente fazia antes, só a família de fé , tô ligado que ela só quer me fortalecer e acho que vai ser da hora.

-Tem duas opções ou vai dar muito bom ou muito ruim porque juntando Mari e Cerol no mesmo lugar tudo é possível.

(...)

-Povo já chegou, menos Cerol, bagulho já tá gostosinho, a loira tá gelada, carne assando, som bombando, até Dona Benta veio porque ela é tipo a mãe de todos não podia faltar.

-Bela tá aqui com a gente,sem minha pequena bagulho não ia tá completo, meus irmãos, até as doidinhas do bonde tão aqui perturbando a mente da gente.

Casagrande: -Aí, quem foi que deu caipirinha pra Mari, namoral?-pergunto, todos riem.

Mari: -Ihhh, que foi Casagrande? Deixa meu cavalo andar, eu hein!-fala puta.

Rafa: -Deixa ela gente, tão com medo de que? Só porque Mari Cachaça entra e a verdade sai?-pergunta rindo.

Mari: -Ah é Rafaela, mulheres unidas merda nenhuma né?-fala irritada.

Dona Benta: -Minha filha se aquele Lazarento do meu neto aparecer e tu disser verdades na cara dele eu bato é palmas!-diz serinha.

Ogro: -Cerol tá fudido!-fala rindo.

Bárbara: -Pessoal, vamos repreendendo todo espírito de Flávia, digo barraqueira, hoje é só no amor,sem treta por favor.-diz com deboche.

Flávia: -A pronto! Barraqueira é quem arma barraca, se lascar pra lá!-fala raivosa.

Casagrande: -Verdade amor tu é Encreiqueira!- falo rindo.

Bravo: -Esse tá querendo dormir com os cachorros só pode!-diz debochando.

Hiago: -Tio Casagrande o senhor pode dormir lá em casa, né mãe Rafa?-fala inocente.

Rafa: -Você me chamou de que meu bem?-ela pergunta emocionada.

Hiago: -Desculpa?-fala envergonhado.

Rafa: -Desculpa por quê?-pergunta.

Hiago: -Te chamei de mãe, acho que você não gostou né?-diz sem graça.

Rafa: -Eu amei! Se você me vê como uma mãe e quer me chamar assim eu vou ficar muito feliz, tá bem?-fala com lágrimas e já tá todo mundo emocionado.

Hiago: -Combinado mãe Rafa!-diz sorrindo.

Casagrande: -Aiiiiiiiiiiiiii mais um motivo pra comemorar hoje, é oficial, a ruiva doida virou mãe!-falo e todo mundo grita.

-A gente continua nessa resenha maneira, só zoando, uma barulheira, Bela já até acostumou Ogro avisa que a carne tá pronta, quando fica um silêncio e todo mundo olha pra porta,quem chegou? Se disse Cerol e sozinho acertou!

Cerol: -Piscininha amor!-chega brincando.

Casagrande: -Porra irmão, satisfação tava faltando tu pra família ficar completa.-digo.

Cerol: -Uma pessoa esperta me mostrou que família a gente não abandona! Agora cadê o rango, tô na larica.-diz rindo.

-Namoral fiquei felizão, essa é minha família real, leal, quero ver alguém dizer que não é, esse moleque é bom só tá confuso.

-Povo almoçou na paz, Cerol parecia o mesmo de sempre brincando e falando merda, de vez em quando pegava umas olhadas dele e Mari.

-Mas como diz minha mulher, nem tudo são flores depois vem os fedores. Ouvi uma gritaria no meu portão, vi um vulto passando e parou na mesa onde estavam todos.

Casagrande: -Que porra é essa aqui? Virou bagunça minha casa?-pergunto irritado.

Xxx: -Poxa Patrão essa maluca chegou aí já arranhando todo mundo, querendo entrar, mas ela é mulher do Cerol, não podemo meter a mão né?-diz.

Débora: -Não tô entendendo essa palhaçada aqui, o MEU HOMEM tá aqui não fui convidada por quê?-fala gritando e encarando a Mari.

Flávia: -Simples, é um almoço de família, você não faz parte dela! E baixa o tom que tu tá na minha casa.-diz calma.

Débora: -Olha aqui sua...-diz Mari interrompe.

Mari: -Olha aqui você calcinha dura do caralho, confundiu o endereço aqui não é o teu covil de cobra não! Flávia tá gravida mas eu não tô, te espalha que te junto na porrada!-fala puta.

Rafa: -Conta aí Débora comprou essa Lace na Shopee?-debocha e todos riem.

Cerol: -Deu dessa merda! Chega!-falou sério.

-Todo mundo ficou mudo olhando pra ele, já fiquei logo escaldado imaginando que esse Zé Vacilão vai defender essa Serpente do Mal!

Débora: -Isso amor, vai deixar esse povinho falar assim com a tua mulher?-fala manhosa.

Cerol: -Vai pra casa Débora!-fala firme e todo mundo fica espantado.

Débora: -Tá maluco? Falando comigo assim, não vou sem você!-diz alterada.

Cerol: -Eu já mandei tu passar pra casa, vai me testar? Tá querendo perder as regalias?-diz.

-Como mágica ela vira as costas e mete o pé bufando que nem boi brabo, burra não é vai querer perder a barbada? Vai nada!

-Cerol me encheu de orgulho, deu pra ver que ele tava chateado mas ficou com a gente, aos poucos o clima foi melhorando, do nada Flávia aparece cheia de papel e caneta.

Flávia: -Gente eu vi um psicóloga dizendo que as vezes um ritual simbólico pode nos ajudar a curar feridas, um dos exemplos era escrever num papel algo ou alguém que te feriu, depois queimar ao lado de quem te daria forças pra passar por cima disso. Vamos fazer? Desejo de grávida!-diz rindo.

-Assim foi,cada um escreveu no seu papel , dobrou, guardou, aí resolveram queimar na churrasqueira mesmo, eu que não ia deixar fazer fogueira no meio do meu quintal, mas te falar o bagulho foi maneiro, conforme cada um jogava pra queimar ia passando pelos outros que te abraçavam e falavam umas coisas maneiras, teve gente chorando, de tudo um pouco mas o importante é sentir que nunca tá sozinho, é uns pelos outros sempre.

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora