Capítulo 117

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Casagrande

-Festa da minha Bela hoje, parece foi ontem que Laura apareceu dizendo ser eu o pai, era mesmo, mas aquela coisinha pequena,do olho bonitão e sorriso banguela me laçou desde a primeira vez que eu vi.

-Eu que nem sabia direito como era essa parada de amor aprendi até demais nesse último ano.

-Primeiro foi a Flávia, aquele Furacão que veio pra balançar e bagunçar a vida do vagabundo aqui, linda, gostosa, atrevida, mandada e claro Encreiqueira,mas a mulher da minha vida pô!

-Depois chegou a Bela, aquele cheirinho de bebê mó bom, cê é doido! Minha princesa por quem daria a vida, bagulho forte, sei nem te explicar.

-Em breve tá chegando meu casal Bernardo e Safira, como pode irmão tu amar umas criaturinhas dessas sem nunca ter visto, mas são tudo pra mim também.

-Se parar pra pensar o cara lá de cima foi meu parceiro pra valer, eu um escorraçado pelo pai, mãe morta, morador de rua, hoje formei minha família maneira.

-Sem contar a família que ganhei e tá comigo no claro e no escuro, até os que chegaram depois como a Rafa Maluca, a Mari Cachaça e a Bárbara Namastê.

-Dia de comemorar pra caralho, parto pra festa com a minha de fé que tá a coisa mais linda mesmo parecendo uma patinha quando anda.

-Chegando lá fico olhando tudo, porraaa ficou da hora, bagulho tá lindão, coração fica como sabendo que tô podendo dar pra minha filha tudo que nunca tive?

-Papo até de ficar emocionado, tô ficando é mole mesmo, perdendo a pose de bandido mal.

-Cada vez fico mais gamadão na minha mulher, mina é foda demais, ajudou Laura pra caramba a organizar a festa, mesmo com o peso da barriga, pé inchado, ela correu atrás e fez tudo que pode pra sair tudo assim.

-Logo quando chego Laura já vem com o papo me tonteando pois tenho que ficar na porta com ela recebendo os convidados porque a Bela não têm só mãe e a maioria fui eu quem chamou.

-Não me agradei nada disso não, bagulho nada a ver ficar com outra mulher pagando de casal, dei o papo nela que disse que eu tava de má vontade pra fazer a festa da minha filha perfeita.

-Furacão já tinha ido sentar, a Bela grudada nela que nem carrapato, essas duas se adoram e minha mulher é boadrasta, nela nem existe nada de mal.

-Fico mais pro lado pra evitar confusão, meu mano Professor passa por aqui sempre com cara de quem comeu e não gostou, toda hora vai na rua fumar, uma situação de merda.

-Não fiz nada errado eu acho, fiz minha parte de pai e já era, Laura tá ligada que com ela é poucas ideia, como diz minha mulher e seus ditados...tu dá asa pra Tatu e ele vai querer fazer buraco na lua!

-Clima já tava estranho, povo mais quieto que o normal, parecia que a qualquer momento ia explodir algo.

-Mari e Cerol quebraram o pau e foram embora cada um pro seu rumo ainda bem que povo não se ligou muito no que tava rolando nessa mesa.

-Mas como desgraça pouca é bobagem chegou um aliado na mesa dando parabéns e confundindo Laura como minha mulher, ali parei pra pensar que nem devia ter deixado ela entrar na minha mente, Flávia não merecia.

-Olho pra minha mulher tá com uma carinha de triste, me dá uma coisa ruim no peito,louco pra levar ela pra casa, colocar no colo,falar que amo e dar carinho porque tô ligado que ela tá muito mais sensível com a gravidez.

-Mas como deixo a festa da minha filha pra trás e meto o pé? Situação de merda mano, Flávia tá posturada, sem reclamar e dizer uma palavra e isso só mostra o mulherão da porra que ela é porque com certeza tá pensando no bem da minha pequena.

-Laura me chama pra avisar que tá na hora do Parabéns, já sai me puxando em direção mesa do bolo dizendo que os pais tem que ficar ali com a menina, blá-blá-blá.

-Peguei Bela no colo, pro meu azar ela agarrou no pescoço da mãe e no meu abraçando os dois, ficou foda parecia família, não tava curtindo aquilo, procurei minha mulher com os olhos e nada, tinha muita gente na frente da mesa, pensei logo que ela preferiu ficar sentada, melhor assim daí não vê essa merda e nem se magoa.

-No que terminou aquela função, tirei a tal foto ficando puto já pela situação, fui logo atrás da minha mulher bater um papo reto,última coisa que eu penso é em fazer mal pra ela.

-Fui na mesa nada dela, perguntei as meninas se sabiam dela, acharam que a mesma tinha ido ao banheiro, fui lá fiquei esperando um tempo chamei e nada.

-Voltei nas meninas, Roberta resolveu pesar na minha dizendo que assim como Professor meteu o pé por ver a família de comercial de margarina, Flávia devia ter feito o mesmo.

-Começou o bate boca, já tava mandando ela a merda e saindo em busca da minha mulher aí meu rádio chamou, era um dos vapor da boca dizendo que Débora tinha chegado lá correndo e avisando que Julieta e mais duas estavam batendo na Flávia no beco perto do salão.

-Deixei nem ele terminar e sai correndo, hoje eu mato aquela imfeliz, só vejo todo mundo vindo atrás quando chego no tal beco escuto o grito da Rafa e vejo Flávia desmaiando.

Casagrande: -Bravo pega essas filhas da puta e deixa na sala da tortura!-falo e ele chama mais uns e sai arrastando elas.

-Vou até Flávia, balanço, chamo, grito e nada, ela tá com o rosto todo machucado, os braços e as pernas arranhados, grito pra trazerem o carro correndo.

-Pego ela no colo e entro no carro, Ogro já tá na direção, Bárbara e Rafa vem junto e a gente mete o pé pro hospital, já ligando pra médica dela.

-Quando chega já tem a maca e uma equipe esperando, pegam ela e entram correndo mas não me deixam ir junto, vontade de meter bala em todo mundo nesse caralho.

-Muito tempo de espera e desespero, as minas já desidrataram de tanto chorar, eu quase fiz um buraco no chão andando pra lá e pra cá, a médica finalmente vem dar notícias, conversa comigo, explica tudo e pede que um de nós fique de acompanhante da Flávia, nem penso e digo que sou eu.

-Passo a noite naquela poltrona olhando pra minha mulher dormindo profundamente, raiva, culpa um monte de sentimento misturado.

-O dia já ta clareando, vou no banheiro lavar o rosto pra despertar, quando volto ouço aquela voz...

Flávia: -Diego.-fala fraca.

Diego: -Porra Furacão, que susto!-digo.

Flávia: -Cadê meus bebês Diego?-pergunta já chorando e olhando pra barriga murcha.

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora