Capítulo 89

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Cerol
Bônus

-Lúcio Veiga na certidão de nascimento, no crime Cerol. Tenho 28 anos com carinha de 18 dá licença que o pai é brabo!

-Tão querendo saber da minha vida né? TUDO FOFOQUEIRA! Coisa feia hein, quando morrer é dois caixão um pra língua e outro pro corpo!

-Dona Liandra minha mãe morreu eu ainda era molequinho, problema sério no coração mas nem sabia, minha vó Dona Benta guerreira terminou de me criar.

-Meu pai? Ou vulgo doador de esperma nunca nem vi. A história que conheço é que minha mãe era babá numa casa de rico no asfalto e o filho mais velho se engraçou com ela que caiu no papinho do cara e se perdeu com ele.

-Um tempo depois descobriu a gravidez, contou e o resumo já é de se imaginar, não acreditaram até acusaram ela de dar golpe da barriga, preta, pobre e favelada, demitiram e colocaram pra andar, mandaram o safado estudar no estrangeiro, mas minha vó abraçou e juntas me criaram.

-Vendia bala no farol pra ajudar em casa, foi assim que conheci a dupla de encreiqueiro o Bravo e Casagrande que já moravam na rua essa época e tinham passado por muita pica.

-Sempre tinha uns moleque brigando pelo ponto eu magrelo só tinha perna pra correr mas os valentões me defenderam ali começou uma amizade maneira, eu era a alegria que faltava pra eles, diz que não?kkkk.

-Depois nosso trisal nunca mais separou, eles vieram pra favela comigo e Dona Benta do coração bom abraçou os dois como podia.

-Casagrande e Bravo entraram no crime antes de mim, dá pra entender né, nem onde dormir tinham. Eu fazia uns bicos, minha vó ficou doente e descobriu essa doença no coração, a mesma que levou minha mãe, médico falou que é bagulho de genética tá ligado? Só que uns manifestam cedo, outros tarde e alguns só na hora de ir com Deus.

-Remédio caro, alimentação certinha, um monte de necessidade minha véia passou a ter, como ia deixar ela ficar pegando dois ônibus pra se matar em casa de madame?

-Meus manos tentaram ajudar não queriam isso pra mim pois segundo eles sou puro,mas eram vapor não ganhavam tudo isso e tinham que se manter, ainda iam sustentar mais dois? Tem nem como, abracei o crime e ele me abraçou e tamo aí, gerente geral da Rocinha e minha véia vivona.

-Sempre via a Mari passar papo de tá fazendo faculdade, comecei a notar ela faz uns 3 anos,parecia um anjo de tão linda, carinha de inocente, medrosa. Os cria ficavam zoando as roupa da mina, dando piadinha, mandava parar na hora.

-Ela nunca deu condição pra ninguém, menos ainda pra traficante, perguntando aqui,ouvindo ali fui pegando a visão, pai rígido pra caramba, tomou um corno, foi abandonado e colocou a filha numa bolha.

-Sou insistente né filhote, comecei a chegar junto no respeito, oferecendo ajuda pra carregar os bagulho, oferecendo carona que ela nunca aceitou, fazendo ela rir, pra me ajudar Flavinha chegou no favelão e formou um bonde e minha loira tava nele.

-Aos poucos ela foi se soltando, saía mais de casa com as meninas, foi a baile, conheceu o álcool e entrou na jogada Mari Cachaça essa me curte pô, quase abusou do meu corpinho que tava alcoolizado também.

-Depois disso alguma coisa mudou, parecia que ela me curtia,mas só me pegava com bebida na mente, um dia encurralei num beco e confrontei mesmo, resultado minha princesa nem tentou resistir me deu um beijão.

-Daí pra frente foi só sucesso, um beco aqui, um beijo ali, isso era o que eu pensava. Sei que não mereço ela toda certinha, eu com essa vida toda errada mas fazer o que coração não tem cérebro.

-Soltei o verbo pra ela, queria papo de futuro, lá na frente eu, ela, dois ramelentos e um cão. Tô ligado no que a gente ia ter que enfrentar pra ficar junto, pai dela capaz de me matar, mas o principal era ela querer e ter coragem de peitar mas não teve, sempre tinha uma desculpa, um espera mais um pouco, um não é assim preto e eu tentando entender.

-Um dia ficamo sozinho na Rafa, Furacão tava desaparecida, todo mundo ajudando como podia, começamo dar uns amassos no sofá, senti que ela não tava pronta, jamais vou forçar a barra, mas fiz um oral maneiro nela e tenho certeza que dei o primeiro orgasmo da sua vida. Acho que o primeiro beijo também.

-Tempo foi passando, ela achando que sou carretel só me enrolando mano, já tava ficando puto com tudo isso.

-Mari passou a negar voz,me ignorar, sair quando eu chegava, já peguei neurose. Comigo não tem essa eu chamo pra resolver seja o que for.

-Irmão quando ela abriu a boca dizendo que tinham me visto agarrando uma loira no beco e nem deu chance de falar, porque não ando pegando ninguém real, tô amarradão nessa maluca, mas confia tanto que não podia nem me ouvir?

-Já bati neurose de novo e falei que tava inventando historinha por que era covarde pra enfrentar o pai, se gostasse pra valer de mim dava a cara pra bater né não?

-Aí pronto, merda generalizada, me chamou de escroto pra baixo, que era um galinha, que só queria comer ela e não consegui então parti pra putaria.

-Sou um cara tranquilo, de bom humor mas se eu virar ninguém segura, mina me deixou no ódio. Eu respeitando pra valer, esperando o tempo dela, querendo levar a sério e vem com essa? Já avisei logo agora vai ver com mulher porque cansei de ser trouxa dela.

-Pior que enm tenho vontade das outras minas, esses dias Luana me pediu carona e dei só pra chegar nos ouvidos dela, mas foi melhor. Ela mesma viu e surtou no churrasco lá no Casagrande.

-Bom que surte mesmo Cerol bonzinho morreu pra ela, agora se quiser vai ter que correr atrás e provar que se importa.

-Sinto falta? Pra caralhooo!!! Mas não sou um moleque e nem vou aceitar ser tratado como.

À Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora