Capítulo 62

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Narrador

O ronco dos motores na pista contrastava com a tensão que se espalhava pelos corredores do hospital. Max Verstappen, vestindo ainda seu macacão de corrida, estava impaciente enquanto aguardava notícias de Giulia e do bebê.

A notícia do acidente dela após a corrida se espalhou como fogo, e os olhares da equipe, outrora radiantes pela vitória, agora estavam mergulhados em apreensão.

Enquanto aguardava, Max repassava mentalmente cada momento. O som dos pneus na pista foi substituído pelo eco dos próprios pensamentos, e cada curva da corrida parecia agora um labirinto de incertezas.

Horner se aproximou, tentando trazer alguma calma para o piloto desgastado. "Max, eles estão fazendo o possível. Devemos esperar."

Mas a espera era uma corrida própria, uma corrida contra o tempo e a ansiedade. Quando finalmente um médico se aproximou, Max levantou-se, a esperança e o medo dançando em seus olhos.

— Senhor Verstappen, a situação é grave. Sua namorada e o bebê estão passando por cirurgias. Foi um acidente sério, mas estamos fazendo o melhor que podemos.

Um silêncio pesado se abateu sobre os corredores do hospital. Max sentiu um soco no estômago, a notícia mais amarga do que ele poderia imaginar.

— Posso vê-la? — Max perguntou, sua urgência agora direcionada para estar ao lado de Giulia, não importando o estado dela.

— Assim que tivermos notícias mais concretas, você será informado. Agora, precisamos dar o nosso melhor para ela.

Max assentiu, sem palavras, sua mente girando com a turbulência dos eventos recentes.

Os corredores do hospital se tornaram testemunhas silenciosas da reviravolta na montanha-russa emocional de Max Verstappen. A corrida, que começou nas pistas, agora se estendia pelos corredores hospitalares, onde as curvas do destino eram tão imprevisíveis quanto nas corridas de Fórmula 1.

Dentro da sala de espera, Max se sentou, mas a ansiedade o impelia a levantar repetidamente e dar voltas, como se pudesse escapar da agonia que pairava sobre ele. O tempo, normalmente um aliado nas corridas, agora era um adversário silencioso.

"Os policiais disseram que o motorista estava embriagado, ultrapassou o sinal vermelho quando Giulia estava chegando no hotel, a uma velocidade de 180 km/h." Ele captava à distância a conversa de Horner ao telefone.

Para a cidade, 180 km/h era rápido, mas para sua profissão, era uma velocidade relativamente comum. No entanto, era rápido demais para colidir com alguém. Ele já havia visto fotos do carro; o impacto foi direto na porta do motorista, exatamente onde Giulia estava.

Imaginar Giulia sendo prensada entre os ferros, a barriga, o choque que enfrentaram, deixou Max enjoado, como se visse tudo escapar de seus dedos, como uma areia fina escorrendo.

Tudo isso por causa de uma briga, uma discussão por ele não tê-la defendido, por não ter sido rápido o suficiente para responder às falsas alegações de Piquet sobre ela e o filho deles. Os arrependimentos pesavam mais do que o carbono em seu carro de corrida, e a realidade do que aconteceu atingia mais forte do que qualquer curva na pista.

— Eu vou fazer aquele velho pagar por isso! — Daniel exclama assim que surge no campo de visão de Max, encontrando o amigo no chão do hospital, encolhido contra uma parede.

Sua resposta imediata é se sentar ao lado de Max, colocando uma mão reconfortante em seu ombro. Ao observar o rosto de Max, que está todo vermelho por causa do choro, Daniel sabe que algo sério aconteceu.

— Disseram que o estado deles é grave. — Max murmura, antes de soltar um suspiro profundo, tentando conter as lágrimas que se acumulam em seus olhos.

— Max, a culpa não é sua. Não podia prever isso. — Daniel tenta consolar, mas Max apenas balança a cabeça, incapaz de aceitar qualquer conforto no momento.

— Eu devia ter feito algo, devia ter protegido ela, evitado essa briga maldita. — Max murmura, com raiva acumulada.

Daniel aperta o ombro de Max com mais firmeza.

— Ninguém poderia prever isso. E, com todo respeito, aquele Piquet é um babaca.

Max encara o chão por um momento, e então olha nos olhos de Daniel com uma determinação renovada.

— Vou fazer ele pagar, Daniel. Não vou deixar isso assim.

— Primeiro, precisamos saber como Giulia e o bebê estão. Depois, lidamos com esse velho. Não podemos fazer nada no estado emocional em que estamos agora. — Daniel aconselha, tentando manter a cabeça fria na situação caótica.

Max respira fundo, tentando seguir o conselho de Daniel, mas a raiva e a preocupação continuam fervendo dentro dele.

— Eu não posso perdê-los, Daniel. Não posso.

Daniel respira fundo, compartilhando o peso do sofrimento do amigo.

— Não vamos perder. Vamos lutar por eles. E se depender de mim, aquele velho vai pagar cada lágrima que você derramou hoje.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora