Capítulo 10

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Giulia Salvatore

E mesmo no susto, eu tento me soltar dos braços de Max, mas ele tem outros planos. Ele me segura firmemente, envolvendo sua cintura ao redor da minha, impedindo qualquer fuga.

— Eu nem sei o que dizer — diz Horner, andando de um lado para o outro na sala.

— Desculpe, Horner, mas eu não aguentei mais vê-lo falar...— Eu respiro fundo. — E quando ele apontou o dedo para o rosto de Max, eu simplesmente surtei.

Admito, ainda insegura, incapaz de decifrar as expressões de Horner. A única coisa que percebo é que ele fica vermelho quando está com raiva.

— Você fez o que todos aqui queriam fazer— diz ele, soltando um pequeno sorriso e voltando-se para nós.— Vocês atuaram bem.

Horner aponta para as mãos de Verstappen em minha cintura, mas o piloto não as retira. Seus dedos apenas pressionam minha pele um pouco mais enquanto ele começa a conversar com seu chefe.

Eu tento processar tudo o que aconteceu dentro deste box nos últimos minutos. As emoções estão à flor da pele, e é difícil encontrar uma calmaria no meio dessa tempestade. Mas pelo menos agora, com o apoio de Max e a compreensão de Horner, sinto-me um pouco mais fortalecida para enfrentar o que vier a seguir.

Enquanto tento processar tudo o que aconteceu, Horner continua a falar com Max sobre a situação. Eles discutem estratégias e formas de lidar com a presença conturbada de Jos Verstappen. Percebo o olhar de preocupação nos olhos de Max, mas também vejo determinação e uma pitada de alívio por ter alguém ao seu lado.

Enquanto isso, mantenho-me em silêncio, aproveitando o calor reconfortante dos braços de Max ao redor de mim. Apesar das turbulências recentes, sinto-me protegida e grata por ter Max como parceiro nessa jornada.

Horner encerra a conversa com Max e se despede, deixando-nos a sós. A atmosfera fica mais calma e silenciosa. Max afrouxa o abraço, permitindo-me girar para encará-lo. Nossos olhares se encontram, transmitindo um misto de emoções: carinho, resiliência e uma pitada de incerteza.

•••

Max Verstappen

Enquanto observo Giulia imersa em seu próprio mundo, percebo que ela está distante desde que deixamos o paddock em direção ao hotel. Durante todo o trajeto, ela permaneceu em silêncio, sem fazer nenhum comentário sobre a minha ultrapassagem ou tocar suas músicas favoritas. A garota de cabelos pretos apenas encostou a cabeça no vidro e encolheu as pernas. Eu gostaria de entender um pouco mais sobre o que se passa em sua mente, mas, segundo Daniel, ela é do signo de Peixes. Parece que essas pessoas criam um mundo particular dentro de suas cabeças.

Não acredito que estou levando em consideração astrologia agora. Que merda.

Mas também não pude deixar de acreditar quando ouvi Giulia mandar meu pai calar a boca. Ninguém nunca havia se colocado dessa maneira em relação a nós, nem mesmo minha mãe.

Giulia simplesmente não teve medo e isso ficou claro quando ela se levantou da mesa e o enfrentou. Não sei o que teria acontecido com meu pai se eu não tivesse me intrometido.

Posso dizer que, apesar de sua estatura baixa, ela tem uma grande dose de coragem dentro dela. Giulia me defendeu como ninguém e eu nem sabia o quanto isso era importante para mim.

"Chegamos"

Comento assim que paramos o carro no estacionamento subterrâneo, e antes mesmo de despertar completamente, Giulia salta do veículo. Segundos depois, eu sigo atrás dela, acompanhando-a até o elevador. Agora que a mídia nos considerava um casal, não havia mais a questão de cada um em seu próprio quarto. Estávamos compartilhando o mesmo espaço.

— Estou exausta. — Ela comenta, pressionando o botão do último andar e se aproximando de mim. — Seu pai sugou toda a minha energia.

A garota à minha frente parece uma criança chateada. Giulia se aproxima e deita sua cabeça em meu peito, enquanto eu envolvo meus braços ao redor de sua cintura.

— Você... — Respiro fundo, sentindo seu abraço mais apertado. — Obrigado, Giu.

— Sempre estarei aqui para te proteger, Maxie. — Ela deposita um suave beijo em meu peito.

E parece que o pequeno Max dentro de mim agradece, afinal, era tudo o que ele sempre desejou. Quando criança, ser protegido assim como fui nesta noite por ela.

A sensação de ter Giulia tão próxima é reconfortante. Eu me perco naquele momento, sentindo uma mistura de paz e felicidade que eu nunca experimentei antes. No entanto, há algo que eu preciso admitir, algo que está transbordando dentro de mim.

O elevador chega ao último andar, e saímos juntos, caminhando até o quarto que compartilhamos. Ao abrir a porta, um silêncio confortável paira no ar. Ambos sabemos que há uma tensão sutil entre nós, mas decidimos deixar os sentimentos se desenvolverem naturalmente, sem pressa.

— Vamos descansar, amanhã será um novo dia. — Digo suavemente, enquanto Giulia assente concordando.

Entramos no quarto e nos preparamos para dormir. Apesar do contrato que nos une, sinto uma conexão especial com Giulia, algo além das obrigações profissionais. Ainda é cedo para expressar o que sinto, mas estou ansioso para ver o que o futuro reserva para nós.

E assim, adormecemos lado a lado.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora