Capítulo 58

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Giulia Salvatore

Calor. Calor. É isso que eu sinto. Parece que todos os meus sentidos aumentaram, e eu posso confirmar que o capeta quis da uma amostra grátis do inferno nesse GP, porque não é possível, e olha que eu tô de vestido!

Mas eu acho que não é normal o quente que está aqui, o Max perdeu peso no treino, e agora estava em uma conferência de imprensa, conferência essa que eu me recusei a ir, porque se eu andar até lá eu tenho certeza que cozinho.

Então como a boa mimada da red bull que sou, encontro-me estirada na sala de reuniões, ar-condicionado no máximo, enquanto o pandemônio acontece lá fora. Às vezes, penso que engravidar de Max tem suas vantagens. Não posso falar um "A" e já aparecem com um séquito de ajudantes a oferecer tudo:

Quero água? Eles pegam! Tô com vontade de sorvete? Eles acham! Quero uma almofada? Ganho três almofadas de três tipos de penas diferentes, para eu poder escolher.

É como se eu estivesse carregando o futuro da Red Bull na barriga e Max se orgulhasse disso. Mas, na verdade, gosto de pensar que eles fazem isso porque fui a única a mandar Max para o inferno sem qualquer receio.

Mas como se a vida não pudesse ser perfeita, a porta se abre, e lá está Max com uma expressão séria. Antes que eu possa questionar o motivo de sua carranca, surge Joe Verstappen. Não consigo evitar um revirar de olhos ao vê-lo entrar.

— Então, é verdade? Você está grávida? — Ele pergunta, observando minha mão sobre a barriga.

— Não, são gases. — Respondo, utilizando meu tom irônico favorito, sabendo que isso irrita pai e filho.

— Giulia... — Max suspira, sabendo que meu nível de paciência para o pai dele era zero.

— O que? olha a pergunta burra que ele me faz. Max, você precisa ensinar ao seu pai sobre biologia básica. — Levanto uma sobrancelha, exasperada. — Ou talvez sobre bom senso. Acho que isso que falta.

E como a minha paz durou pouco, eu já me levanto do meu conforto, Max vem ao meu lado querendo me ajudar, mas estou irritada demais para aceitar a sua ajuda. Que saco, o que esse homem está fazendo aqui?

— Era só o que faltava, tanta mulher no mundo e logo ela? — Jos questiona Max.

Sinto meu sangue ferver, mas antes que eu pudesse dar um tapa bem dado na cara desse velho nojento, Max se coloca na minha frente.

— Tanto homem para ser meu pai, e olha quem Deus quis me dar. — Max responde firme, e vejo os olhos do Jos saírem da sua cara. — Vou ser sincero com você, se for para você continuar sendo assim com a minha mulher, eu prefiro que você se retire, daqui e das nossas vidas, porque eu não vou deixar você fazer nada do que fez comigo com o meu filho.

O clima fica pesado, mas é um peso que eu nunca soube que precisava aliviar. Max, o protetor, o homem que escolhi para ser o pai do meu filho, enfrentando seu próprio pai para nos defender. Pela primeira vez, sinto uma segurança que nunca imaginei existir.

Jos parece engolir em seco diante da firmeza de Max, e por um momento, o silêncio domina a sala. Sinto-me pronta para aplaudir o meu homem por enfrentar o passado daquela forma.

— Você mudou, Max. Está mais duro, mais frio. Não é o garoto que eu criei. — Jos tenta apelar para a nostalgia.

Max não se deixa abalar. Ele se aproxima de mim, colocando um braço ao redor dos meus ombros.

— Mudei sim, pai. Mudei para proteger quem amo. Isso inclui a Giulia e o nosso filho. Se você não entende isso, então realmente não faz parte da nossa vida.

Jos parece prestes a dizer algo, mas Max o corta:

— Saia, pai. Não quero que veja a nossa felicidade se não puder respeitá-la.

Jos sai da sala sem mais palavras, mas lança um último olhar que mistura desdém e amargura. Max fecha a porta atrás dele, e finalmente, a tranquilidade retorna à sala.

— Desculpe por isso, Giulia. Não achei que ele iria aparecer aqui. — Max diz, preocupado.

— Não precisa pedir desculpas, Max. Você fez o que era certo, e eu amo ainda mais por isso. — Respondo com um sorriso, sentindo um peso sair dos meus ombros.

E, como uma cena de um filme romântico, eu me aproximo dele, passando meus braços pelo seu pescoço antes de puxá-lo para um pequeno beijo, tentando dissipar o péssimo clima que Jos Verstappen trouxera consigo.

— Eu sei que você deve estar sem fome, porque almoçou seu pai nessa discussão. — Comento quando nos afastamos, provocando risadas nele. — Mas eu e o bebê precisamos comer.

— O que vocês querem comer? — Ele pergunta, rindo.

Afasto-me dele, seguro minha barriga e pergunto:

— Pizza? — Como se o bebê respondesse, sinto como se estivesse concordando. — Pizza, definitivamente pizza.

— Você sabe que ele ainda não te entende, certo? — Max diz com um sorriso, e eu dou um tapa no ombro dele.

— Ele me entende sim! — Respondo irritada. — E o que você está falando? Você narra corridas antigas para a minha barriga.

— Está no sangue, é Fórmula 1!

— Pizza de quatro queijos também está no sangue!

E assim, em meio a risos e um tom descontraído, deixamos a sala de reuniões. Max, com seu jeito protetor, ainda estava sério, mas ao menos a tensão que o pai dele trouxera estava se dissipando.

— Você acha que ele vai embora? — Pergunto enquanto caminhamos pelo paddock em direção ao nosso carro.

— Eu espero que sim. Não quero essa energia negativa perto de você e do nosso pequeno. — Max responde, passando o braço ao redor dos meus ombros. — Amo vocês.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora