Capítulo 48

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Max Verstappen

Apesar de responder todas as perguntas de Marina, meus olhos não desgrudam um segundo sequer de Giulia. Mesmo após ela me dizer que estava bem, eu não conseguia acreditar plenamente. Seus olhos me transmitiam outra coisa, e eu sabia que os remédios estavam causando certo desconforto a ela.

Desvio meu olhar para a repórter e percebo que ela terminou a pergunta relacionada à Giulia, que permanece fixa em minha mente e coração.

— Foi apenas um pequeno susto, ela comeu uma sobremesa com amendoim. — Respondo, sentindo um alívio momentâneo. — Mas ela está bem, e não teria como eu correr sabendo que ela estava no hospital. Acho que todos entendem isso.

A verdade é que meu pai, Horner e praticamente toda a equipe da Red Bull não entendiam minha escolha. Isso ficou claro durante a discussão que tivemos logo após minha chegada, mas eu não me importava. Não poderia simplesmente correr enquanto Giulia estava no hospital.

— Acho que isso não parece com o Max dos últimos anos. — Marina brinca. — Você está mesmo apaixonado, Max Verstappen.

Sinto minhas bochechas esquentarem e deixo escapar uma risada.

— Desde o dia em que a conheci. — Respondo sinceramente. Eu me apaixonei por Giulia no instante em que nossos olhares se encontraram. — Agora, se você me permitir, preciso ir ver minha namorada.

Me despeço brevemente dos repórteres e me encaminho lentamente até Giulia. Ela está apoiada na lateral da parede, parecendo cansada. Eu sei que ela não dormiu bem a noite passada, mexendo-se a cada 10 minutos, mesmo após tomar o antialérgico.

Sem que ela possa me afastar, aproveito a situação e a abraço, colocando-a entre meus braços e deixando-a deitar sua cabeça em meu peito.

— Você deveria comer algo, não te vi comer nada além do sanduíche que fiz para você. — Comento, e ela bufa alto, agindo como uma criança mimada, o que me faz rir.

— Não quero, estou enjoada até com água. — Ela reclama olhando um pouco para cima, e eu tenho a visão de seu lindo rosto.

— Vou acabar pensando que você está grávida desse jeito. — Brinco, e ela me dá vários tapas no peito, o que me faz rir ainda mais. — Como se não houvesse essa possibilidade, a gente nunca se protegeu.

Falo mais alto e ela tapa minha boca em desespero, o que só aumenta minha diversão. Sei que, nesse momento, todos no paddock estão curiosos sobre o que acontece entre nós.

— Eu não estou grávida, menstruei desde a última vez. — Giulia diz irritada, afastando-se. — E só para constar, faz tempo que não fazemos nada, suas crises e compromissos do último mês atrapalharam nossa vida sexual. — Seu tom irônico fica presente na sua voz.

Sua resposta me surpreende e eu fico momentaneamente sem palavras. Seu jeito direto e sua sinceridade sempre me cativam, mesmo quando estamos passando por momentos difíceis. É impressionante como, mesmo no meio de uma situação complicada, ela consegue arrancar risadas de mim e fazer meu coração acelerar.

— Sinto muito, linda. Prometo que vou me esforçar para ficar mais presente e cuidar melhor de você. — Digo, olhando em seus olhos, enquanto tomo sua mão em minhas mãos. — Queria confirmar se estamos bem.

E tocar no assunto, que ela estava evitando, a faz mudar, de uma cara toda risonha, Giulia se fecha e ela literalmente me deixa sozinho no meio de todo mundo. Eu fico parado perplexo por alguns momentos, antes de sair e começar a ir atrás da menina de cabelos pretos que caminha firme para alguma direção.

E em passos apressados e gritando o nome dela, eu consigo agarrar seu pulso e a puxar para onde ficavam os trailers, e depois de alguns minutos estamos sozinhos no meu, nos encarando.

— Não da, para ficar evitando. — Eu digo firme para ela, que nem olha nos meus olhos. — Giulia, eu não vou evitar esse assunto, ok? Eu não consigo, não consigo fingir que nada aconteceu entre a gente.

Eu tento me aproximar, mas ela da dois passos para trás, odiava quando ela se fechava, e era isso que estava acontecendo bem na minha frente. Giulia estava subindo todos os muros que por um instante eu achei que não estavam mais lá.

— Por que não? — Ela diz um pouco mais alto que queria, e eu posso ver que ela está nervosa. — Porque não podemos simplesmente ignorar? Não é como se nós fôssemos ficar juntos no final de tudo isso.

Por mais que as palavras que saem de sua boca me abalam, eu ignoro e tento mais uma vez me aproximar, mas não consigo. Ela estava fugindo.

— Para! — Eu grito. E finalmente consigo agarrar seu rosto e o puxar para frente. Para mim. — Para de fingir que você não sabe o que está acontecendo, de que isso não é nada e de que você não quer estar comigo.

Olho dentro dos seus olhos intensamente, essa era a minha chance de ser verdadeiro com ela, de finalmente dizer tudo que está engasgado na minha garganta durante todo esse tempo:

— Eu cansei de lutar contra esse sentimento, entao eu estou aqui deixando todas as minhas defesas e meu orgulho de lado. — Suspiro, tomando um pouco de coragem. — Dizendo para você, que eu não sei viver mais sem você, que ontem quando eu recebi o telefonema do Lando, eu senti meu mundo parar e uma faca atravessar meu coração, e nada mais importava. Porque nada importa se não for você. De algum modo a minha vida se tornou você, sua alma completa a minha de formas que eu nunca pensei que seria possível, você já me tinha mesmo antes de me conhecer. Ter você na minha vida é como voltar para a casa, depois de um dia muito longo. E eu cansei de fingir ou tentar estragar algo tão bom. — Eu paro um minuto e me concentro apenas nela. — E a gente nunca fez isso direito, mas acho que não tem jeito certo para isso, mas você aceita ser a minha namorada? E eu peço para você ser minha namorada, porque não quero te assustar, mas eu te amo, e não quero viver mais um dia sem saber que você vai estar do meu lado.

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