Capítulo 65

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Tô sentindo cheiro de maratona!
Quem quer?

Narrador

Os olhos de Giulia começam a se entreabrir, revelando um piscar lento diante da luz suave do quarto. Max sente um misto de emoções, da ansiedade à alegria.

— Max? — Ela sussurra, como se estivesse emergindo de um sono profundo.

— Estou aqui. Você está segura. — Max responde, a voz embargada pela emoção.

Giulia deixa escapar um sorriso frágil ao reconhecer a presença tranquilizadora de Max. Seus olhos, marejados, não conseguem conter as lágrimas que percorrem seu rosto quando ele se aproxima. As mãos de Giulia buscam os cabelos escuros de Max, enquanto ela observa o menino de olhos claros que a preocupa e acalma ao mesmo tempo.

— Graças a Deus, vocês estão bem! — Max diz, suspirando, depositando pequenos beijos na mão de Giulia. — Eu não sei... — Sua voz vacila. — Não sei o que faria sem vocês.

Ainda atordoada, Giulia, com algum esforço, desliza a mão suavemente sobre a barriga, sentindo um leve desconforto. Seus olhos se arregalam ao olhar para Max.

— A batida foi intensa, acabou prensando vocês no carro. Houve um pequeno sangramento interno, mas agora está tudo bem.

A sala fica impregnada de um misto de emoções, e Giulia tenta articular as palavras para acalmar Max e a si mesma.

— Max, nós vamos ficar bem. — Sua voz soa fraca, mas firme. — O importante é que nosso pequeno lutador está bem aqui. — Ela coloca a mão na própria barriga, tentando sorrir.

Max, por outro lado, sente o peso da culpa e da preocupação desvanecer aos poucos. Ele beija a testa de Giulia com ternura, e seus olhos expressam alívio e gratidão.

— Eu deveria ter protegido vocês melhor. — A voz de Max traz um tom de arrependimento. — Deveria ter falado algo...

Giulia segura o rosto de Max entre suas mãos, forçando-o a encará-la. Ela tenta afastar a sombra da culpa que paira sobre Max.

— Max, não se culpe. O acidente foi inesperado. E agora, só quero focar no presente. O importante é que ele está bem. — Giulia acaricia delicadamente a própria barriga. — Não vi o carro...

— O motorista estava bêbado, amor. Passou no sinal vermelho. Não havia como você evitar. Ele foi preso em flagrante. — Max explica enquanto ela assente. — Alguma dor?

— Só estou muito dolorida. — Giulia fala com dificuldade, respirando com a ajuda dos tubos de oxigênio em seu nariz. — Pode chamar o médico?

Max sente uma constante oscilação entre o alívio e a tensão, feliz porque ela acordou, mas tenso devido à dor que ela enfrenta. Consciente de que uma batida de carro pode deixar o corpo dolorido, ele assente e sai rapidamente do quarto em busca do médico de Giulia.

Max localiza o médico nos corredores do hospital e o chama de volta ao quarto. O profissional realiza uma breve avaliação, explicando os possíveis desconfortos decorrentes da cirurgia e garantindo que tudo está dentro da normalidade.

Giulia olha para Max com um sorriso fraco.

— Vai ficar tudo bem, Max. — Ela tenta tranquilizá-lo, mesmo estando ela própria no hospital.

Ele assente, tentando não deixar que a preocupação o consuma. Enquanto Giulia recebia os cuidados médicos necessários, Max permanecia ao seu lado, segurando sua mão com carinho.

As próximas horas seriam cruciais para a recuperação de Giulia, mas a promessa de que ela e o bebê estavam estáveis trazia um alívio profundo para Max, que estava determinado a apoiá-la em cada passo da jornada de recuperação.

•••

Giulia Salvatore

Já se passou quase uma semana nesse hospital, e cada dia parece mais monótono, assistindo aos mesmos programas e percorrendo essas paredes brancas. Max conhece o cardápio do lugar de cor e salteado, e sua lista de sobremesas favoritas já está pronta. A cada entrada pela porta, ele trazia um buquê diferente, e sua determinação em superar as 110 rosas ainda persistia – agora, talvez umas duzentas rosas brancas enfeitavam o quarto.

Mesmo sentindo que estava melhorando, a incerteza persistia. Parecia que eu precisava estar 100% para deixar este lugar, e definitivamente, a última noite não foi das melhores. Não sei se foi a falta de Max, porque eu o forcei a ir embora, e ele poderia muito bem ter jogado uma praga, mas minha noite foi péssima.

— Como estão meus amores? — Max diz ao abrir a porta do quarto.

Lá vem ele com mais rosas.

— Você já ultrapassou o número de 110 rosas. — Brinco quando ele me dá um leve beijo nos lábios, e meu namorado revira os olhos.

— Aquele idiota nem sabe as flores que você gosta. — Ele comenta, colocando o buquê sobre o sofá antes de tirar sua jaqueta da Red Bull. — Como vocês estão?

Ele se aproxima e se deita em um pequeno espaço da cama de hospital. Eu me ajeito em seu peito, tomando cuidado com a mão onde estão os acessos para os medicamentos.

— Não dormi nada essa noite; talvez tenha sido praga sua! — Respondo, e ele ri, sabendo que eu estava me ajeitando para tirar uma soneca.

Enquanto seus dedos começam a fazer meu cafuné favorito, ele desliza os carinhos pelo meu rosto. Quando estou quase pegando no sono, Max se move bruscamente, fazendo-me levantar e olhar para ele.

— Você está fervendo de febre!

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora