Capítulo 32

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Maratona: 3/3

Narrador

Giulia olha mais uma vez para cama vendo Max com as roupas de ontem ainda deitado, depois de desmarcar as coisas antes do almoço, aqui estava ela com o coração apertado. Porque ele não conseguia confiar nela? Porque é tão difícil? Seria um sinal de que isso não era para ser e ela estava sendo teimosa com o universo?

Quanto mais Max a empurrava para longe, mas incertezas ela tinha e mais cansada ela se tornava. Afinal, amar era fácil não era? Então porque eles estavam sendo tão difíceis?

Giulia suspira e volta para dentro do quarto, ela olha para Max que começa a se movimentar e ele a procura na cama, sinal que ele lembrava que estava aqui, e tudo que tinha acontecido na noite passada.

— Bom dia. — Ela diz baixinho vendo os olhos de Max irem até ela. — Desmarquei meus compromissos de manhã.

Ele se sentia culpado, e envergonhado perante a menina de cabelos escuros a sua frente. Max se senta na cama e puxa os confortáveis lençóis mais para si.

— Você não precisava. — A sua voz é falha, já que sua boca está seca da bebedeira da noite passada, e sua cabeça dói.

— Tem água e remédio aí do seu lado. — Ela aponta para a mesa na lateral da cama, e ele pega. — Pedi café da manhã também, não sei se você ia acordar a tempo.

O clima era estranho e tenso, tão desconfortável, como se eles não se conheciam mais. Max vê a menina de olhos escuros se sentar na mesinha onde estava o café, e vai no banheiro antes de ir até ela. Giulia não tinha começado a tomar seu café até ele estar ali na sua frente.

E ambos começam a tomar o café em silêncio, Max percebe que ela tinha pedido tudo que ele gostava, mesmo depois do papelão que tinha feito ontem em sua porta.

— Por que você está me empurrado para longe de você? — Giulia quebra o silêncio com a sua pergunta de um milhão de dólares. — Porque é isso que você está fazendo quando vem bater na minha porta insinuando coisas.

Max pode sentir seu estômago embrulhar e não é pelo álcool. Ele tinha que ser sincero com a mulher a sua frente e sabia disso.

— Porque eu sinto que não sou bom o bastante para você, e não quero te ter para a mim por causa de um contrato que fizemos quando minha imagem estava péssima.

— Mas isso não cabe a você decidir, se você é bom ou não! — Giulia suspira. — Você deveria deixar eu amar você, Max.

Giulia diz as palavras se sentindo tão frustrada por ser afastada, que mal percebe que diz amar para Max.

Ela suspira, sentindo-se exausta com a situação. Ela entende as razões de Max, mas não pode aceitar que ele duvide dela sem motivo.

— Max, eu também tenho inseguranças, mas precisamos aprender a confiar um no outro. Se continuarmos assim, nossa relação vai se desgastar. — Ela olha nos olhos dele com firmeza. — Eu não quero que nossa história seja marcada por brigas e desconfianças.

Max abaixa a cabeça, envergonhado e arrependido por ter estragado o momento dela em Paris com suas inseguranças. Max a olha nos olhos, sentindo seu coração apertar com as palavras dela. Ele sabe que precisa enfrentar suas próprias questões e trabalhar em sua autoconfiança quando a questão é relacionamento.

— Eu... sinto muito, Giulia. Você tem razão. Eu tenho que aprender a confiar em você e deixar o passado para trás. Você é incrível e eu não quero perder você por causa das minhas inseguranças estúpidas. — Ele fala com sinceridade, desviando o olhar por um momento, envergonhado.

Giulia coloca a mão no rosto dele, acariciando-o com carinho.

— Eu sei que não é fácil, Max. Mas estamos juntos nisso. Sei que podemos superar esses obstáculos e construir algo especial. — Ela sorri suavemente. — Quero que você saiba que quando eu disse que ficaria, eu realmente estava disposta a ficar.

Max suspira, sentindo um alívio imenso ao saber que Giulia ainda está disposta a lutar por eles.

— Não vou mais te afastar, linda.

Giulia sorri e se aproxima, beijando-o com ternura. O beijo é suave, mas cheio de significado. Eles sabem que têm muito trabalho pela frente, mas estão prontos para enfrentar juntos.

•••

Depois do pequeno acontecimento em Paris, Max havia partido no mesmo dia, enquanto Giulia permaneceu na cidade, mesmo cansada após a discussão. Ela não interrompeu sua agenda e continuou sendo a queridinha da moda, presente em todos os desfiles na primeira fila.

Embora estivessem se dando bem, a insegurança tomava conta de Giulia. Sentia-se apegada a alguém que não confiava plenamente nela, e a possibilidade de ser afastada a qualquer momento a assombrava.

Max era emocionalmente instável, e todos sabiam disso, tanto dentro como fora das pistas. A pergunta que persistia era até quando ela aguentaria ser empurrada para longe pelo menino prodígio da Fórmula 1.

Enquanto caminhava pelo Paddock, os passos de Giulia eram lentos, não só por causa dos paparazzi, mas também pela ansiedade em encontrar Max. Cada encontro com ele era uma surpresa, podiam estar bem ou mal, e isso estava fora de seu controle, dependia do humor do piloto principal da Red Bull.

— Finalmente a melhor vista do Paddock voltou! — Lando diz animado ao avistá-la. — Giulia!

Ele se aproxima e a abraça com entusiasmo, ignorando os paparazzi ao redor, elogiando sua beleza.

— Max fica insuportável sem você, Giulia. Será que pode parar de ir a desfiles e voltar logo para cá? — Lando brinca.

— Minha presença agora é muito requisitada. — Giulia responde com bom humor. — Estava com saudades.

— Eu também estava. — Lando dá um beijo em seu rosto. — Posso ter sua atenção mais tarde? Ou será que preciso te enviar 110 rosas também?

— Não acredito que ele te contou isso. — Giulia revira os olhos, enquanto é abraçada pelo amigo, ambos rindo.

— Não é todo dia que sua namorada recebe 110 flores de um jogador de basquete. — Os flashes dos paparazzi os lembram de que estão no meio do Paddock.

Giulia suspira, sabendo que provavelmente essa história será vendida para algum veículo de notícias. Lando também percebe e os dois se encaminham para o Box da Red Bull, sua presença faz Giulia se sentir menos tensa, com ele ao seu lado, a vida parece simples e fácil.

Lando se despede, convidando-a para um almoço no dia seguinte, deixando um beijo estalado no rosto da brasileira antes de partir. O nervosismo retorna ao encarar a porta do Box da Red Bull sozinha.

Ela entra, sendo cumprimentada por algumas pessoas. Seus olhos buscam Max e o encontram, sorrindo com um bebê no colo, provavelmente seu sobrinho Luka.

Próximo a Max, há uma mulher loira que Giulia imagina ser Victoria, e ambos sorriem para outra mulher de costas, de cabelo preto, provavelmente a mãe de Max. No entanto, a confusão começa quando Giulia percebe Jos ali também. Ela sabia que os dois não se davam bem, mas não culpava a mãe de Max, afinal, quem se daria bem com alguém como ele?

Quem seria a mulher de cabelo preto? Essa pergunta toma conta de sua mente, e antes que possa pensar demais, ela se aproxima, e Max nota sua presença, mas seu sorriso murcha por um breve instante, apesar do esforço para colocá-lo de volta no rosto.

— Giulia! — diz o pai de Max ao se aproximar dela, ainda a alguns metros de distância. — Você deve conhecer Kelly.

E assim que o nome dela sai da boca do pai de Max, Giulia percebe que para quem ele estava rindo era para sua ex, foi por isso que seu sorriso tinha desaparecido por segundos quando ela entrou? Porque ele estava sorrindo para a sua ex?

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