The Contract • Max Verstappen

Capítulo 34

Giulia Salvatore

Ao abrir a porta do meu quarto, Lando não hesita em me abraçar, e o choro toma conta de mim. Minhas lágrimas caem quentes pelo rosto enquanto soluços escapam de minha garganta. A sensação de vulnerabilidade é avassaladora, e sinto que qualquer um no corredor do hotel pode ouvir minha dor.

— Giulia, você está bem? — Ele pergunta, com olhos cheios de genuína preocupação, e me conduz cuidadosamente para dentro do quarto.

— Não estou, Lando. — Respondo com a voz trêmula e os olhos marejados.

Ele me abraça com mais força, me conduzindo até a cama e sentando ao meu lado, segurando minha mão com carinho.

— Eu não sei o que fazer, Lando. — Falo entre soluços, e ele calmamente limpa meu rosto. — Ele disse que ainda tinha sentimentos por ela. Ela estava lá, você sabe. Todo mundo sabe, está em todos os portais de notícia a minha cara de trouxa indo embora do paddock e ela lá!

— Giulia, calma. — Ele segura minha mão, tentando me acalmar. — Max deve ter se arrependido do que falou assim que você saiu. Daniel teve que segurá-lo para eu poder vir aqui sem ser seguido por ele. — Sua voz é reconfortante.

— Eu me sinto insegura, como se eu não fosse suficiente para ele. E ver ele com a Kelly só piorou tudo. — Confesso, sentindo um peso se aliviar ao desabafar com Lando. — E palavras não têm como ser voltadas atrás. Você sabe quantas vezes ele me infernizou por ciúmes? Sendo que lá está ele sorrindo para ela, e ainda me dizendo que estava confuso. — E as lágrimas não param de cair. — Você sabe o que é ter alguém desconfiando de você o tempo todo sem você dar motivo? Mas óbvio que ele estava desconfiando, olha o que ele me disse.

Lando não diz nada, apenas me abraça novamente. Suas palavras não são necessárias; ele compreende minha dor. Max estava agindo como o idiota que eu já sabia que ele era, e eu me sinto tola por ter caído nessa armadilha.

Quem em sã consciência acharia que ele se apaixonaria por mim? Ou melhor, que um relacionamento falso se tornaria real?

— Você é mais do que suficiente, Giulia. Max precisa entender isso e superar seu passado. Se ele realmente te ama, ele precisa lutar por você. Mas você também precisa se amar e se valorizar. Não aceite menos do que você merece. — Lando me olha nos olhos, transmitindo determinação.

Seu apoio e palavras sábias me fazem sentir um pouco mais forte, como se eu pudesse enfrentar essa situação difícil.

— Obrigada, Lando. Eu não sei o que seria de mim sem você. — Agradeço, apertando sua mão com gratidão.

Antes que ele possa responder, seu celular começa a tocar, e eu vejo o nome "Max Verstappen" na tela. Mas Lando não recusa a ligação, ele atende o telefone, e a expressão em seu rosto muda completamente.

— O que você quer? — Lando suspira e volta a falar. — Por que você não vai pros quintos dos infernos? Não, não, você não vai falar com ela. — Lando se levanta. — Caguei, Max! Não vai, se ela quisesse te ver ou falar com você, não seria eu que estaria com ela nesse momento, certo? Então tchau, Max, e se você me ligar de novo, vou te bloquear.

E assim Lando desliga o telefone antes de se virar para mim com um sorriso doce no rosto. Eu me deito na cama e ele faz o mesmo, antes de me puxar para um abraço, e eu caio no choro em seu peito.

Com Lando ao meu lado, sinto que posso enfrentar qualquer obstáculo que a vida colocar em meu caminho. Seu apoio incondicional é um conforto em meio ao caos, e sei que não estou sozinha.

•••

Max Verstappen

Daniel me chama de burro mais uma vez, e, sinceramente, concordo com ele. Deixei-me levar pela situação familiar que meu pai havia armado, e com a presença de Kelly, parecia que eu estava voltando a ser o Max de um ano atrás, com uma vida supostamente certa e tranquila. Ela estava sempre ao meu lado, sem planos próprios, e isso parecia cômodo, fácil demais.

Ter Kelly no paddock com a minha família foi algo confortável, a palavra perfeita para descrever o sentimento que tive. Mas quando vi Giulia ali, tudo mudou. Foi como se eu estivesse cometendo um erro terrível com ela. Agi como se ela não fosse nada, como se nosso relacionamento não significasse nada. Só percebi o tamanho da burrada que fiz quando vi seus olhos marejados ao me deixar no paddock.

Não sei como consegui correr, meu desempenho foi horrível, fiquei em oitavo lugar, minha pior posição esse ano, tudo porque eu não conseguia tirar da cabeça a cena dela indo embora.

— Liga para ela de novo. — Peço a Daniel, que nega com a cabeça. — Droga, então liga para o Lando.

— Não vou ligar, você não merece saber onde ela está, e mesmo se eu soubesse, não te contaria! — Daniel diz irritado, sentando-se na cadeira à minha frente. — Achei que você tinha deixado de ser um idiota quando a Giulia entrou na sua vida, mas pelo visto, estava errado. Basta a Kelly e seu pai voltarem, e você volta a ser o Max idiota Verstappen.

A irritação cresce dentro de mim, e sinto meu maxilar travar.

— Alguma coisa a mais para me dizer, Daniel?

— Centenas de coisas. — Ele debocha. — Ela te deu um pé na bunda do nada, agora que te vê feliz como você nunca esteve. Nunca esteve. Ela aparece acompanhada do seu pai? Logo do seu pai, e você caiu no jogo deles? Você voltou a ser o idiota de sempre só porque é mais familiar para você? — Ele se levanta. — Giulia não merece o que você faz com ela, as desconfianças e tudo o mais que você fez. Espero que ela te dê um pé na bunda e jogue o contrato na sua cara. Sabe por quê? Porque você correu atrás da garota errada e vai perder a certa. Então, volte, Max, volte para a zona de conforto, porque apesar de você ser um piloto de Fórmula 1, odeia viver na velocidade alta quando se trata da sua vida.

As palavras de Daniel me atingem como um soco no estômago. Eu sabia que ele tinha razão, mas não queria admitir. A verdade doía, mas era hora de enfrentá-la. Giulia merecia alguém que a valorizasse e confiasse nela, e eu precisava ser essa pessoa. Era hora de tomar uma decisão importante e enfrentar meus próprios medos e inseguranças.