The Contract • Max Verstappen

Capítulo 33

Giulia Salvatore

As palavras de Jos ecoam em minha mente, e meu estômago se revira, tudo parece acontecer em câmera lenta, e filha da mãe é linda, cabelos pretos, olhos azuis como de Max, seu estilo clássico combinava com o dele. Eles com toda certeza faziam mais sentido que nós.

Não faziam? Óbvio que faziam, todos notavam. Desde sua família até suas fãs, o jeito que ele estava tão confortável com ela antes de eu chegar, me mostrava que eu não havia passado pelo seus pensamentos nenhum vez, e de que ele nunca tinha a empurrado para longe.

— Oi, linda. — Max interrompe meu pensamento, posicionando-se ao meu lado, mas tudo parece tão desconfortável.

Sinto-me como se tivesse invadido uma festa sem ser convidada.

Ele rapidamente sela nossos lábios, quase sem que eu sinta o toque, e volto à realidade.

— Essa é a minha namorada. Luka, diz oi. — Max apresenta-me ao seu sobrinho.

O pequeno esconde o rosto no pescoço de Max, e vejo nele a miniatura do piloto, olhos azuis e cabelo loiro escuro. Seu tímido sorriso me alegra, e apenas respondo com um pequeno "oi", segurando sua mãozinha.

— Olá, é um prazer te conhecer. — A irmã de Max se aproxima e me abraça. — Ele fala muito de você.

Embora quisesse sair dali imediatamente, decido ficar e cumprimentar a todos, incluindo Victoria, Jos e até mesmo Kelly, que observa a cena. Mas é evidente que ela não parece ser a "a mais" no encontro da família Verstappen, e sim eu.

— Vamos dar uma volta, Luka está começando a ficar inquieto. — Victoria sugere, quebrando o silêncio tenso.

Percebendo a oportunidade de sair daquela situação desconfortável, aceno em concordância. Enquanto a família de Max se afasta, volto-me para ele.

— Giulia... — Max tenta se aproximar, mas me afasto, dando passos firmes para trás.

Meu estômago se embrulha ainda mais, e entro apressadamente em uma das salas dos boxes da Red Bull, antes de começar a vomitar na lixeira. Meu corpo já não suportava mais a tensão com Max.

Minha respiração estava ofegante, e eu me sentia fraca. Aquilo tudo era demais para eu lidar em um só dia. Não podia ignorar o que havia visto e sentido durante aquele encontro com sua família.

Max se sentou no sofá, e eu respirei fundo antes de começar a conversa.

— Max, precisamos falar sobre o que aconteceu lá fora. — Disse, buscando sua atenção.

Ele olhou para mim com expressão séria, e sua atitude defensiva não me escapou.

— Não aconteceu nada, e eu não quero discutir antes da corrida.— Respondeu, cruzando os braços.

Engoli em seco, buscando as palavras certas.

— Ficou claro para mim e para todos ali que você ainda tem sentimentos por Kelly. A forma como você a olhava e o jeito como reagiu quando eu cheguei...Não tem como negar. — Desabafei, olhando em seus olhos. — Parecia que eu era " a mais" ali.

Ele desviou o olhar por um momento, mas logo voltou a me encarar.

— Eu... não posso negar que tive algo com ela no passado, Giulia. — Disse, com um tom mais suave. — Nos namoramos por anos.

Aquelas palavras me atingiram como uma flecha no peito, mas eu precisava saber a verdade.

— E você ainda tem algo com ela no presente? Ainda tem sentimentos por ela? — Perguntei, com a voz embargada.

Ele hesitou antes de responder.

— Não sei, Giulia. Eu não sei o que sinto por ela agora. — Confessou, olhando para o chão. — Não é como se não fosse nada.

As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu sentia um misto de tristeza e raiva. Como ele podia ter dúvidas sobre seus sentimentos por mim?

— Isso é o suficiente para mim. — Disse, enxugando as lágrimas. — Eu não posso ficar em um relacionamento onde não há certeza, onde eu sinto que estou competindo com o seu passado.

Max tentou se aproximar, mas eu me afastei.

— Giulia, por favor... — Pediu, com a voz angustiada.

— Eu preciso de tempo para pensar. — Falei, antes de sair da sala.

Caminhei pelo paddock, sentindo um nó na garganta. Eu não queria que fosse assim, mas eu não podia continuar ignorando o que estava acontecendo. Eu precisava saber que ele estava comigo por inteiro, sem dúvidas ou resquícios do passado.

Enquanto eu caminhava, sentia um misto de tristeza e incerteza. Não sabia o que o futuro reservava para nós, mas uma coisa era certa: eu precisava colocar minhas emoções em ordem antes de tomar uma decisão.

O paddock estava movimentado e caótico, mas eu me sentia perdida em meio à multidão. Eu não sabia se conseguiríamos superar essa discussão, e isso me apavorava. Mas uma coisa era certa: eu não podia continuar em um relacionamento onde me sentia insegura e onde minhas emoções eram postas em xeque.

Decidi pegar um táxi e ir embora do paddock. Eu precisava de um momento de calma para pensar e refletir sobre tudo que havia acontecido. O que quer que acontecesse, uma coisa eu sabia: eu precisava me colocar em primeiro lugar e cuidar do meu coração.