Capítulo 56

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Giulia Salvatore

O caos que tomou conta de nossas vidas após o vazamento da minha gravidez era além do que eu imaginava. Nossa privacidade desapareceu e cada pedaço de tranquilidade que tínhamos conquistado se desfez, como se nossa vida se transformasse em um incessante reality show que todos queriam assistir.

Entretanto, esse período de vulnerabilidade acabou por nos unir ainda mais, fortalecendo nosso amor e determinação em construir uma família feliz. Eu acreditava, profundamente em meu coração, que seríamos os melhores pais que nosso filho poderia desejar. O amor que compartilhávamos nos fornecia a força necessária para superar qualquer desafio, e estávamos prontos para a jornada que se desenrolava diante de nós.

— Estou grávida, só isso. — Reclamei quando Max me pegou no colo para evitar que meus pés se molhassem na chuva do paddock.

— Exatamente, e se você escorregar e cair? — Ele questionou seriamente, enquanto eu não consegui resistir ao seu olhar e comecei a rir. — Você sabe que o médico disse que precisa de cuidados e descanso, deveria estar em repouso.

Eu bufei em resposta. De acordo com nosso médico, eu deveria estar praticamente em repouso nestes primeiros meses de gestação, longe do estresse. Mas ele não faz ideia de que estou grávida do meu estresse diário, também conhecido como Max Verstappen.

E desde que a palavra "repouso" entrou nos ouvidos de Max, ele não me permite fazer absolutamente nada. Para ter uma ideia, ele chegou ao ponto de comprar fraldas geriátricas para me evitar levantar toda vez que precisasse ir ao banheiro à noite.

— Prefiro estar aqui evitando os problemas que você pode causar em uma coletiva do que em casa. — Eu disse, me acomodando em seu colo enquanto caminhávamos em direção à área da Red Bull.

Estar grávida ao lado de Max Verstappen era uma aventura diária, um turbilhão de pequenas implicâncias e risadas. À medida que caminhávamos pelo paddock, as gotas de chuva dançavam ao nosso redor, mas Max não conseguia se conter.

— E o médico disse "repouso", Giulia. — Ele me lembrou, com um olhar que misturava preocupação e teimosia.

— Sim, doutor Max. — Brinquei, fazendo uma saudação militar para ele. — Não vejo por que está tão tenso. Talvez eu até ganhe músculos nas pernas de tanto que você me carrega.

Nossas risadas ecoaram pelo paddock, e mesmo sob os holofotes, havia algo íntimo e especial em nossa relação. Max Verstappen, o piloto destemido, agora era também o "papai coruja". O contraste era cativante.

— Meu médico disse que precisava evitar estresses, né? — Eu perguntei com um olhar travesso.

Ele riu, entendendo o que eu estava sugerindo.

— Sim, ele disse.  — Max respondeu, olhando-me com curiosidade sobre aonde eu queria chegar com essa pergunta.

— Acho que o meu contato diário com você está me imunizando. — Respondi com um sorriso travesso.

— Você é um caso à parte, Giulia.

Ele riu, e logo entramos na área da Red Bull. A equipe estava concentrada, mas Max não pôde evitar uma pequena brincadeira.

— Olá, garotos. O futuro piloto da Fórmula 1 está a caminho. — Brincou, fazendo a equipe rir.

Eu dei um leve tapa no ombro dele.

— Max, não vá enchendo a cabeça dele com essas ideias de velocidade, okay? — Disse com uma expressão séria, embora um sorriso brincasse em meus lábios.

— Claro, babe. Mas e se ele quiser ser um piloto de kart? Você sabe como é difícil dizer "não" para um Verstappen. — Brincou, provocando-me com um olhar travesso.

Ri da resposta de Max, enquanto caminhávamos pela área da Red Bull. A atmosfera ali estava carregada com a energia da equipe, todos concentrados e focados. Era incrível como, mesmo com toda a confusão que nossa vida estava se tornando, a Fórmula 1 ainda era uma paixão para ele.

— Você sempre vai querer que ele ou ela seja um piloto de corridas, não é? — Perguntei a Max, olhando-o com um sorriso terno.

Ele acenou com a cabeça, aquele brilho característico de determinação em seus olhos.

— Claro, babe. Se ele herdar o gosto pela velocidade, não vou impedir. Mas você sempre terá a palavra final. — Ele disse com um tom sério, o que era raro para Max. — Já aprendi que quem manda é você. — Ele brinca.

Agradeci por ele entender que, apesar do amor que ambos tínhamos por esse mundo da Fórmula 1, a segurança e a felicidade de nosso filho eram a prioridade máxima.

Nossas vidas podiam estar se tornando um reality show involuntário, mas a maneira como enfrentávamos isso, com amor, humor e compromisso um com o outro, nos tornava ainda mais fortes. A cada dia, eu tinha mais certeza de que estava prestes a começar uma das maiores aventuras de nossas vidas, e eu mal podia esperar para vivê-la com Max e nosso pequeno milagre a caminho.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora