Capítulo 43

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Narrador

— Me diz o que você quisesse que eu tivesse feito? — Giulia grita assim que entra no quarto de hotel.

Ela não aguentava mais ouvir Max reclamar, ele falava tanto de Jordan Poole que a fez ir embora do evento, antes que ele pudesse causar uma cena ali. Ela não pode falar com o estilista, conversar com pessoas, se conectar com a marca, nada do que ela tinha planejado, porque Max Verstappen não parou um segundo de reclamar na cabeça dela.

Ela estava exausta, exausta de se sentir sufocada por alguém que não tinha nada a ver com isso, exausta por não poder olhar para o lado e ele pensar algo, ou por ela não poder simplesmente ter uma conversa com o jogador da NBA que a Nexos representa.

— Você poderia ter simplesmente ignorado ele. — Max diz irritado.

Ele já nem sabia mais o porquê de estar brigando com ela, mas estava. Max estava irritado por diversos motivos, a Red Bull, o relacionamento falho com Giulia, a audácia do jogador de basquete foi apenas uma cereja no bolo, e ele sabia que não deveria estar fazendo isso.

Mas esse jeito era mais forte que ele, ele precisava descontar em algo e, nesse caso, estava sendo Giulia. A menina não tinha mais o mesmo sorriso no rosto, ela estava irritada, seus olhos tinham lágrimas de ódio.

— Você é um babaca egoísta, sabe quando eu estragaria um momento seu? Nunca! — Giulia aponta o dedo para ele se aproximando. — Mas você se acha no direito de estragar o meu dia com seu ciúme patético.

— Não aponte o dedo para mim! — Max responde na mesma altura e ela vira as costas, sabendo que aquilo não ia acabar tão cedo. — Não faça isso, não me dê as costas!

E isso a enfurece, quem ele pensa que é?

— Que mais? Quer que eu role e dê a patinha? — Giulia grita sentindo seu rosto se molhar. — Você imbecil, um idiota! Eu viro as costas para quem eu quiser, você não é nada meu!

E as últimas palavras parecem facas no coração de Max, que não abaixa a guarda, mesmo sabendo que deveria.

— Eu sou seu namorado!

— Você é meu namorado apenas no papel, Max! — Ela retrucou com firmeza. — Na prática, você não age como tal. Tudo o que faz é me sufocar com seu ciúme doentio!

As palavras ecoaram no quarto, criando uma atmosfera tensa e carregada de emoções. Giulia olhou nos olhos de Max, seus olhos estavam marejados e o coração apertado. Ela nunca pensou que chegaria a esse ponto, mas não podia mais suportar a pressão constante e o ciúme desmedido dele.

Max engoliu em seco, a dor de suas palavras atingindo-o em cheio. Ele sabia que estava errado, mas não conseguia evitar esse sentimento que o corroía por dentro.

Max sentiu um aperto no peito, aquelas palavras cortaram profundamente. Ele nunca imaginou que suas atitudes poderiam levar a essa situação. Ele se deu conta de que havia sido egoísta e inseguro, permitindo que seu ciúme destruísse o que tinham.

Mas já era tarde demais para Giulia.

— Eu não quero perder você, Giulia. — Ele disse, sua voz cheia de angústia. — Mas eu não sei como lidar com isso. Eu... eu tenho medo de te perder para alguém melhor do que eu.

Ela suspirou, sentindo o peso das palavras dele. Seu coração doía por vê-lo tão vulnerável, mas também sabia que não poderia permitir que essa insegurança contínua destruísse a ambos.

— Max, você precisa trabalhar suas inseguranças. Eu não sou propriedade sua, e você não pode controlar cada passo que dou. — Ela tentou explicar, com a voz embargada. — Nós dois precisamos de espaço e confiança para crescermos como indivíduos.

Max se aproximou dela, tentando segurar suas mãos, mas ela recuou um passo, criando uma barreira invisível entre eles.

— Eu sei que preciso mudar, Giulia. Eu não quero ser esse cara ciumento e controlador. Mas, por favor, não me deixe.

— Eu não posso me prender alguém como você, não sou remédio para ninguém. Não quero isso para mim.

Sem esperar uma resposta, Giulia deu as costas a Max e saiu do quarto de hotel, caminhando em direção ao banheiro para se recompor. As lágrimas escorriam por seu rosto, mas ela se recusava a deixar que Max a visse assim, frágil e vulnerável.

No banheiro, Giulia se apoiou na pia e respirou fundo, tentando acalmar seu coração acelerado. Ela estava magoada, mas também sentia uma mistura de tristeza e alívio por finalmente tomar uma posição contra a dinâmica tóxica de seu relacionamento com Max.

Enquanto a água corria na pia, ela olhou para seu reflexo no espelho, confrontando a si mesma com as escolhas difíceis que precisava fazer. Ela sabia que não seria fácil, mas estava determinada a priorizar sua própria felicidade e bem-estar.

Dentro do quarto, Max permanecia parado, perdido em seus próprios pensamentos e arrependimentos. Ele sabia que tinha magoado Giulia profundamente e que precisava enfrentar seus próprios demônios se quisesse ter alguma chance de reconquistá-la.

A briga tinha criado uma lacuna entre eles, e Max sabia que, para que pudessem se acertar, seria necessário mais do que simples palavras. Seria preciso uma mudança real, uma transformação em sua forma de pensar e agir.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora