Capítulo 37

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Giulia Salvatore

Max me conduziu em silêncio até a mesa, e ao ver os rostos familiares ao redor, senti um certo conforto. Sem demora, me afastei do lado de Max e fui até Lando, que já estava de pé quando seus olhos encontraram os meus.

Ignorei todos ao nosso redor e envolvi meus braços ao redor dele, recebendo um abraço forte e reconfortante. Lando havia ficado sabendo do contrato um dia após a visita de Max ao meu quarto. Não consegui explicar completamente a situação, então contei a verdade a ele, meu único amigo verdadeiro nesse ambiente. Foi num momento em que ele apareceu no meu hotel com pizza e sorvete, e eu não pude mais segurar tudo que estava acontecendo.

— Shiu... — Lando sussurrou enquanto ainda me abraçava. — Não se preocupe, babe. — Ele afastou meu rosto gentilmente, e um pequeno sorriso surgiu quando meus olhos se encontraram com os seus doces olhos azuis. — Como você está?

Ignorando os olhares curiosos dos outros pilotos, Lando e eu nos permitíamos ser autênticos ali. Não havia câmeras, não precisávamos fingir tanto.

— Com a boca seca de tanto silêncio que foi estar ao lado dele. — Falei, e Lando olhou em direção a Max, revirando os olhos. — Não falamos nada.

— Você não tem que falar com ele, Giu. — Ele respirou fundo antes de entrelaçar nossos braços e me conduzir de volta à mesa. — Vamos para o bar.

Ele avisou a todos e caminhamos juntos até o bar, ignorando o olhar de Max que encontrou o meu. Antes, eu entendia tudo através daqueles olhos, mas agora, estava tudo confuso e incerto.

Chegando ao bar, Lando pediu duas tequilas e mais dois drinks que eu não reconheci.

— Você precisa de álcool para lidar com ele, e eu preciso de álcool para não dar na cara dele. — Lando conseguiu arrancar minha primeira risada da noite, e eu neguei com a cabeça.

Enquanto tomávamos nossas bebidas no bar, Lando continuou a me acolher e me ouvir. Era reconfortante ter alguém com quem eu pudesse desabafar sem julgamentos. Ele era meu porto seguro em meio ao caos que se tornou minha relação com Max.

— Sabe, Lando, às vezes acho que tudo isso não passa de uma ilusão. Um jogo de aparências que estamos interpretando tão bem que até nós mesmos estamos acreditando. — Suspirei, olhando para o fundo do copo.

Ele apoiou a cabeça no ombro dele e acenou concordando, mas sem dizer nada, apenas me ouvindo. Era o que eu precisava.

Precisava de colo e um amigo, e ele estava sendo mais do que isso.

•••

Apesar do jantar estar sendo tranquilo, por não ter que falar só com Max, eu ainda estava tensa. Os papos eram curtos, e eu não queria me aprofundar em nada. Nem nas brincadeiras eu estava participando, então, quando meu copo esvaziou, vou para o bar.

Mas sei que ele vem atrás de mim logo atrás, e com passos acelerados eu cruzo o salão.

Fecho meus olhos por um instante, sentindo o coração acelerado diante da voz de Max atrás de mim. Eu tento ignorá-lo, mas sua mão agarra meu pulso, e eu posso sentir sua presença ao meu lado, mesmo sem olhar para ele.

— Você está longe, Giulia. Parece que estamos mais distantes do que nunca. Não vamos conseguir enganar ninguém assim. — Max diz com a voz calma e um toque de tristeza. — Não somos mais um casal falso, linda.

Respiro fundo antes de encará-lo. Seus olhos azuis me fitam intensamente, e sinto uma onda de emoções dentro de mim. Ele parecia tão sincero, mas também era difícil ignorar todo o contexto em que estávamos envolvidos.

— É o que nós somos, não é? Um casal falso. — Digo com a voz contida. — Um contrato. — Desvio o olhar do dele.

Max suspira na minha frente.

— Sim, é o que somos no papel, mas não é o que eu quero que sejamos de verdade. — Ele se aproxima, colocando a mão em meu rosto. — Eu sinto saudade daquela garota que me encantou desde o início, da Giulia com quem eu me importo.

Meu coração dispara com o toque suave de suas mãos em meu rosto, mas tento manter a firmeza em minha voz e olho novamente para ele.

— Não posso fingir que é fácil para mim, Max. Isso tudo é confuso, e eu... Eu também sinto saudade do que tínhamos antes.

— Eu sei que cometi erros, e eu sinto muito por isso. — Ele olha nos meus olhos. — Mas eu ainda me importo, Giulia. Mais do que consigo explicar.

Meu coração se aperta diante das palavras dele, e é difícil ignorar a conexão que ainda existe entre nós. Mas as desconfianças e as incertezas não podem ser ignoradas também.

— Max, é difícil para mim. Eu me preocupo com você, com a sua imagem. — E vejo ele revirar os olhos, não era sobre isso que ele queria falar. — Mas não posso ignorar tudo o que aconteceu. — Minha voz embarga e olho para cima.

— Você sabe muito bem que quando digo que me importo não é da minha imagem que estou falando. — Ele vira meu rosto suavemente para ele de novo. — Não quero que você tenha inseguranças. Eu estou aqui, Giulia. Eu quero estar com você, de verdade.

— Não faz isso aqui. — Eu praticamente imploro quando minhas lágrimas escorrem pelo meu olho, ele as pega rapidamente com a mão.

— É o único lugar que eu tive acesso a você! Não me empurre para longe, não faz isso com a gente, linda.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora