Capítulo 39

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Giulia Salvatore

Entro no paddock de Montreal com uma mistura de emoções, mas mantenho meu foco no papel que tenho que desempenhar como a "namorada" de Max. Decido deixar meus sentimentos de lado e ser a atriz que precisa fingir ser feliz ao seu lado, pelo menos até o contrato terminar, mas ainda estamos em Junho.

Vejo a pequena rodinha de pilotos na frente do Box da McLaren e não me intimido de ir lá, afinal quem está aqui era a Giulia toda atriz, então bora.

Ao me aproximar do grupo de pilotos na frente do Box da McLaren, Lando me recebe com um sorriso animado e um abraço caloroso, quase me levantando do chão.

— Ele não deixa sua namorada em paz. — Ouço a voz de Lewis comentar com Max, que apenas da uma risada.

— Está tentando fazer ela torcer para ele. — Max diz quando me aproximo do grupo, ainda com os braços de Lando ao meu redor.

— Ela já torce, querido. — Lando diz em um tom de superioridade. — Quer que ela torça para quem? Você e seu ego gigante?

A interação entre ele e Max é descontraída, mas percebo uma leve tensão entre os dois. Dou um pequeno tapa em Lando e ele da os ombros.

— Vocês podem brigar, mas não adianta eu vim primeiro, Max. — Lewis olha para Max que falta revirar os olhos. — Agora não sei como você conquistou uma fã minha, elas te odeiam normalmente.

E o comentário de Lewis faz todos caírem na risada, inclusive Charles, que estava do lado dele, mas ainda não tinha dito nada, apenas dado um pequeno sorriso para mim quando cheguei.

— Ela me odiava no início também. — Max diz agora olhando diretamente para mim. — Foi o que você disse quando me conheceu certo?

— Apenas confirmei seu achismo. — É minha vez de dar de ombros. E o olhar dele me fazia ter enjoo de tão nervosa que eu ficava. — A conversa está ótima, mas eu tenho que ir resolver algumas coisas. — Digo me virando para Lando antes de dar um beijo em seu rosto. — Até mais tarde.

— The Last Of Us e pipoca? — O piloto da McLaren pergunta e eu assinto.

Era muito bom ter ele do meu lado, muito bom mesmo.

— Tchau, gente. — Dou um sorriso para os pilotos e vou em direção do Max. — Não esquece que temos gravação hoje.

— Depois do treino certo? — Balanço a cabeça em concordância. — Tá, mais que anotado na minha cabeça.

— Esse que é meu medo. — Comento implicando e ele solta uma risada forçada. — Até mais tarde, babe.

Eu tento continuar meu caminho, mas ele impede meu caminho e com um sorriso lascivo estampado no seu rosto.

— Meu beijo de boa sorte. — Ele diz, e sinto os olhares dos outros se voltarem para nós.

Com um sorriso debochado, aproximo-me e deixo um pequeno selinho em seus lábios. Ele parece surpreso com a iniciativa, e eu aproveito para falar baixinho.

— Você não precisa de sorte. — Minha mão toca seu rosto suavemente. — Se quisesse um beijo, bastava pedir.

Dou um passo para trás, sentindo-me novamente nervosa. A tensão entre nós é palpável, mas não posso me permitir ceder aos sentimentos confusos que ainda existem. Respiro fundo e me afasto, deixando Max para trás e seguindo para o Box da Red Bull.

•••

O treino de Max corre tranquilamente, ele faz o tempo esperado, e o carro estava em perfeito estado. Não tive grandes emoções enquanto assistia, pois tudo estava dentro do esperado. Ajeitei a agenda dele para a conferência de imprensa e a gravação do conteúdo para o canal do YouTube da Red Bull.

Christian Horner, chefe da equipe da Red Bull, se senta ao meu lado no sofá e comenta sobre o desempenho de Max.

— Meu menino está com a cabeça na pista de novo. Sabia que, com você aqui, ele também estaria. — Horner diz.

Olho para o cara mais velho ao meu lado e suspiro antes de revirar os olhos, fazendo ele dar risada e me puxar para um abraço de lado.

— Max sempre esteve aqui, e eu não sou amuleto da sorte dele! Ele é competente. — Digo me alinhando em seu peito, como eu faria com o meu pai. — Max é um piloto incrível e sempre foi.

Ele concorda sorrindo, mas fala:

— Max pode sempre estar aqui, mas a cabeça dele estava em você. O desempenho dele caiu nas últimas corridas sem você.

Tento ignorar o comentário e a conexão que sinto quando Horner fala sobre Max e eu. Ele continua com sua brincadeira.

— Acho que até você está acreditando que somos um casal de verdade. — Tento brincar e ele me olha com uma expressão séria. — Para com isso.

— Vocês são teimosos demais. — Suspira.

Horner se levanta e eu encaro meu tablet, não queria pensar em nada, então foquei na parte mais feliz da minha vida: meu trabalho.

Envolvo-me na organização das atividades de Max, mantendo uma postura profissional. Sei que, independentemente do que aconteça, o paddock é meu lugar e minha dedicação ao trabalho é a melhor maneira de lidar com as incertezas em minha vida pessoal.

The Contract • Max Verstappen Onde histórias criam vida. Descubra agora