01. Saudade ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Largo as malas no corredor do aeroporto, assim que avisto meu pai e meu irmão me esperando, com um sorriso no rosto e braços abertos para me receberem. Abro um sorriso alegre, não contendo a felicidade que sinto por estar vendo eles, depois de tantos anos e me atiro em cima do meu irmão, abraçando ele, que me aperta devolta.

— Ciao! — Rico, meu irmão mais velho, me saúda, ainda me segurando em seus braços.

— Estava com saudades. — falei, sussurrando pra ele, sabendo que também sentis saudade de mim. Fazia um bom tempo que eu não via Rico e só conversávamos por mensagens.

— Também estava, mia bambina. — Rico fala meu apelido, que me irrita como diz e eu reviro os olhos. Só por ser mais velho que eu, meu irmão me trata como se fosse nosso pai.

— Não vai dar um abraço no seu papà? — meu pai diz, abrindo seus braços para mim e eu me agarro nele, louca por sentir seu abraço.

— Senti sua falta, papà. — digo, afundando meu rosto em seu peito. Meu pai ri, me apertando contra ele.

— Também estava, mia figlia. — beijou minha cabeça e eu sorri, sentindo meu coração esquentar com o momento. — E inclusive — me separou. — Está linda! Cada vez mais linda. — me admirou, agora me olhando dos pés a cabeça, se sentindo orgulhoso por me ver como queria: linda e uma mulher.

— Obrigada, papà. — agradeço, adorando receber seu elogio.

— Vamos indo embora? Mais tarde tenho que voltar para o trabalho. — Rico diz atrás de mim, pegando minhas duas malas grandes na mão.

— Vamos. Estou louca por um descanso. — começo a falar, ajudando meu irmão a pegar minhas coisas, que eu mesma nem sei como consegui trazer essas malas sozinhas.

— Não dormiu no voo? — Rico pergunta, ao meu lado.

— Não consegui. Sabe que tenho dificuldade para dormir. — lembro ele.

Por mais que Enrico e eu não tenhamos sido criados a vida inteira juntos, só quando eu era pequena, ele sabe tudo sobre mim, assim como seu tudo sobre ele. Posso dizer que Rico e eu temos uma boa relação entre irmãos, por mais que seja seis anos mais velho que eu e já é um homem bem maduro, ao contrário de mim, que ainda estou amadurecendo e aos poucos. Estou no começo da minha vida ainda, como minha mãe começou a dizer, assim que fiz meus dezoito anos.

— Está trabalhando com o que? — pergunto ao meu irmão, do banco de trás do carro, deixando meu pai e ele na frente. Estou curiosa para saber o motivo de estar vestido de roupas sociais, coisa que nunca o vi usar.

— Trabalho com um homem grande. — é o que diz.

— Há quanto tempo?

— Quatro anos.

— Deve estar bem então. — digo, tirando uma risada dele. Meu pai olha para Rico, esperando sua resposta, sem dizer nada até então.

— Acho que sim.

— Posso trabalhar com você? — solto, de repente, apenas brincando com ele, mas parece que entende que é verdade, porque se assusta, como meu pai.

— Claro que não, Kiara. Não é um trabalho pra você. — meu pai diz, depois de ter olhado para meu irmão e depois para mim, pelo retrovisor do carro.

— Calma, gente. Eu tô brincando. — solto uma risada, não entendendo muito bem o motivo de terem se assutado com o que disse, mas relevo.

— Como anda sua mãe? — meu pai pergunta, depois de alguns segundos em silêncio.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora