18. Imprevisível ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Saio pra fora do carro, me sentindo completamente satisfeita pelo jantar, após me deliciar na comida do restaurante que Matteo nos levou. A comida era impecável, mas a sobremesa foi a melhor. Posso dizer que a noite foi agradável e pela primeira vez, não foi nada mal estar na companhia de Matteo, a sós com ele. Tudo bem que tivemos certos momentos indelicados da sua parte durante o jantar, mas nada que afetou o resto da noite e agora, acho que posso afirmar que conheço uma pequena parte do homem com quem irei me casar em breve.

Matteo respondia todas as minhas perguntas, algumas sendo irônico e outras, serviam apenas para me deixar sem graça. E mesmo assim, foi agradável jantar com a sua companhia e sinceramente, acho que isso vai demorar para se repetir novamente. Caminho em direção a entrada da casa, escutando a porta do carro abrir e Matteo deve estar provavelmente saindo de dentro, pronto para me seguir. A noite havia ficado fria, com ventos leves e isso me causou um arrepio na pele.

Pego meu celular que está dentro da bolsa, querendo continuar a conversa que estava tendo com Rico por mensagens, não prestando atenção a minha frente. O salto que eu uso é grande, me deixando alta e dolorida nos pés, que na consequência de não ser muito acostumada a usar um salto alto como esse, por descuido, acabo tropeçando logo no primeiro degrau da entrada, fazendo eu virar e torcer o pé com força, me causando dor.

— Ai! — gemo com a dor inesperada e me desequilibro, quase caindo no chão, a não ser pela pilastra enorme em que eu me apoio, fazendo careta de dor.

Me apoio com uma das mãos na pilastra, grunhindo com a dor que sinto no tornozelo, que faz ela ser completamente desconfortável. Guardo o celular de volta na bolsa, ainda fazendo careta com a dor que sinto e ergo o pé do chão, me sentindo burra por ter errado o passo curto que dei na hora de subir o primeiro degrau. Solto um gemido dolorido, pensando que não foi uma boa escolha colocar esse salto, apenas por ser um dos mais altos que comprei.

Não preciso virar a cabeça para trás, para ver Matteo se aproximando de mim, com certeza querendo saber o que aconteceu comigo. Ele para do meu lado e me analisa, sem entender o motivo do meu gemido e do meu pé estar levantado, evitando o chão.

— O que aconteceu? — ele me pergunta, soando preocupado, mas ao mesmo tempo expressando sua grosseria.

— Torci o pé com o salto. — explico, olhando para baixo e vendo meu pé, me certificando que não aconteceu nada a mais com ele.

— Talvez porque tenha sido o tamanho deles. — Matteo responde ao eu lado, olhando também para meu pé e isso me faz perceber que já tinha notado antes os saltos que eu usava. Ergo a cabeça, querendo evitar o que aconteceu.

— Não vou usar mais eles, não se preocupe. — decido soar um pouco irônica e tento dar um passo, colocando o pé torcido no chão, mas a dor me incomoda, ainda se tornando presente.

— Quer ajuda? — ele se manifesta, se disponibilizando a me ajudar e meu egoísmo fala mais alto, quando tento andar novamente, subindo um degrau.

— Não precisa. — murmuro, fazendo careta de dor.

Subo as escadas com dificuldade, tendo o olhar de Matteo sobre mim o tempo todo, vendo o quanto demorei para subir aqueles quatro degraus da entrada, até chegar na porta. Posso confessar que uma ajuda não seria uma coisa nada desperdiçada, mas não quero pedir a Matteo por isso, por mais que tenha parecido se preocupar comigo. Ainda não gosto dele, para pedir que me ajude, então, tenho que me virar sozinha.

Ao entrar na sua casa, praticamente andando em uma perna só, evitando colocar o outro pé no chão, me encosto na parede, encarando as escadas que sobem para o segundo andar da casa, onde ficam os quartos e aí minha ficha cai, de que vou ter que subir todos esses degraus, até chegar no meu quarto. Não escondo o semblante de chateação e tristeza, ao saber que tenho mais essas escadas para enfrentar.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora