11. Noiva ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Devo estar atrasada e torrando a paciência de Matteo. Guardo o pincel de maquiagem que comprei no dia das minhas compras no shopping com Bianca e me olho pelo espelho do closet, me achando bonita e fina. Matteo disse que íamos em um restaurante fino, então estou me vestindo como uma. Saio do quarto, antes que Matteo venha até aqui e me pegue pelos cabelos, coisa que acho possível, por provavelmente estar atrasada.

Na ponta da escada, vejo ele de costas para mim, devidamente pronto, olhando para o relógio de pulso e em seguida bufando, com certeza indignado com a minha demora. Parecendo estar inquieto, andando de um lado para o outro, ele se vira para mim, acho que para ir me chamar ou para ir me buscar pelos cabelos, quando para, me vendo pronta. Desço o último degrau da escada e encaro ele, cruzando os braços, esperando seu xingamento por estar atrasada. Matteo trava no meio do caminho, me olhando, sem dizer nada.

Tento manter meus olhos nos seus, mas não escondo a curiosidade de vê-lo tão arrumado e elegante, que até sinto o cheiro de perfume masculino no ar. Avalio sua roupa e ele a minha, tudo em completo silêncio. Matteo me olha dos pés a cabeça, depois de avaliar minha maquiagem e cabelo, que está solto mesmo e parece engolir em seco. Querendo cortar seu contato com meu corpo, decido lembrar ele para onde vamos.

— Estou pronta. Não está com pressa? — falo, cortando o silêncio um pouco constrangedor que formou entre nós dois, indicando que podemos ir.

— Vamos logo. — ele diz, ajeitando sua gravata e o terno que usa, caminhando em direção a porta, com passos largos, me deixando para trás.

Sigo Matteo, fechando a porta da mansão e quando vejo, já está entrando no carro preto esportivo, de extremo luxo. Desço os três degraus da entrada, quase caindo por conta do salto e ando sem pressa até o carro, querendo brincar com a paciência de Matteo. Me sento ao seu lado, mesmo detestando essa ideia e consigo sentir mais o cheiro do seu perfume, que é extremamente bom. E penso que pode estar sentindo o mesmo, mas com o meu perfume e coloco o cinto de segurança, olhando para frente, ficando em silêncio.

— Não quero que abra a boca sobre eu ter sequestrado você. — ele diz, ligando o carro e andando com ele, saindo para fora da casa.

— Por que? Se não a mamãe vai brigar? — respondo sem medo, sendo sarcástica e Matteo suspira ao meu lado, trincando seu maxilar, me ignorando. Mantenho os braços cruzados.

— Vou te apresentar a eles.

— Como sua noiva? — pergunto, querendo garantir. Ele afirma. — Como vamos em um jantar com sua família, que imaginava que nem tinha, sendo que eu nem te conheço direito e suponho que você também nem me conhece direito? Vai levantar suspeitas assim. — digo, virando o rosto pro lado, olhando pela janela. Matteo fica em silêncio por alguns segundos.

— Não vamos falar sobre nós.

— Sua mãe vai querer saber sobre a mulher que vai, infelizmente, ter que se casar com o filho dela. — viro o rosto para Matteo, vendo seu semblante fechado e sério, como se estivesse pensando no que eu dizia.

Eu tinha um ponto.

Obviamente a mãe dele iria querer saber sobre mim, sobre o casamento e sobre a relação entre mim e Matteo, como um casal de noivos. Vão querer fazer várias perguntas sobre nós dois, mesmo eu não sabendo que história Matteo vai inventar sobre nosso noivado, precisávamos ter uma base do que íamos contar, para não sair nada sem sentido.

— Tudo bem. — murmurou, vendo que eu estava certa. — Nos conhecemos em um evento. Apartir daí começamos a nos relacionar e algum tempo atrás te pedi em noivado. Se perguntarem outra coisa, deixe que eu responda. Não fale nada se não se diregirem a você.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora