31. Solução ⚓

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━━ 𝐌𝐀𝐓𝐓𝐄𝐎 𝐁𝐄𝐑𝐓𝐎𝐋𝐈𝐍𝐈

Com o cigarro acabando, desfaço dele no cinzeiro, assoprando a última fumaça que eu segurava. Precisava fumar, quando Emilio vinha até minha casa e começava a tratar comigo, diversos assuntos, na qual uns, eu nem queria saber. Me relaxo na cadeira, observando Emilio, do outro lado da mesa, com tédio. Eu não tinha nada de importante para fazer no momento e o que me restou, foi aturar Emilio.

— E Kiara?

— Você tem alguma obsessão por ela? Sempre pergunta de Kiara. — reviro os olhos, já aguardando pelo momento em que ele iria fazer essa pergunta. Eu já havia me preparado para ela.

— Gosto de saber como vocês estão, principalmente das evoluções que têm.

— Estamos bem.

— Todo ódio do começo passou? — diz com ar de graça. — Porque vocês definitivamente não tiveram um bom começo.

— Estamos bem, certo? — respondo rude. — Kiara nunca mais me deu problemas, se é isso que quer saber. — Emilio balança a cabeça, satisfeito com a resposta mal educada.

— Sabe... — voltou a dizer, depois de parecer pensar. — Já percebi que está acontecendo algo entre vocês. — solta, parecendo estar satisfeito por isso. Endireito o corpo. — Vocês são péssimos em esconder.

— Está ficando louco? Estamos escondendo o quê? — elevo a voz, não acreditando na loucura que estava falando.

— Posso ser velho, mas eu percebo ao meu redor. — franzo o cenho, não sabendo o que diz. — Acha que não reparei na tremenda atração que sentem um pelo outro? — sendo pego desprevenido, fico em silêncio, engolindo em seco. Maldito homem.

— Você bebeu. — volto a relaxar na cadeira, negando com a cabeça, achando Emilio um louco por estar dizendo isso, mesmo que eu saiba o quanto isso é verdade.

— Não perca seu tempo tentando negar isso, Matteo. Já percebi, desde quando apareceram juntos na última festa em que eu estava. — ele conta e aquilo me enlouquece por dentro, porque isso não deveria ter acontecido. — Vocês estão tendo algo?

— Quer saber se eu já beijei ela? — tiro as costas da cadeira, colocando meus braços em cima da mesa e me direcionando a Emilio, com braveza. — Já. Mais de uma vez e todas elas foram eu quem a puxei e beijei. Satisfeito? — um sorriso de satisfação aparece em seu rosto e não nega o quanto ficou feliz com a informação.

— Bem... Isso me deixa feliz. — diz o óbvio. — Acho que isso explica o porquê de estarem bem.

— Eu não podia ter feito isso. Não podia ter beijado ela pela primeira vez e muito menos nas vezes seguintes. — eu conto, querendo dizer a verdade por trás de tudo isso e achar alguma maneira de fazer tudo o que quero com Kiara, mas não tem. Não posso descumprir minha palavra.

Emilio franze o cenho, ficando completamente confuso.

— Por que não podia? O que tem de errado em beijar ela?

— Eu simplesmente não podia, Emilio. — explodi, sendo tanta raiva e frustração que eu sentia, eu não controlei. — Prometi que nunca faria isso com ela e ontem mesmo descumpri a promessa, beijando-a e desejando tudo que eu poderia desejar com uma mulher.

— Ainda não encontrei um motivo para achar que beijar ela e deseja- lá, é um erro.

— Mas é um erro. Um maldito erro.

— Tem medo de que ela não se sinta atraída por você, assim como claramente você é por ela? Se pensa assim, chamaria você de idiota.

— Porra, não é essa a questão. — me levanto da cadeira, caminhando até a janela do meu escritório, tentando controlar a raiva que sinto. — Eu sei da atração que temos um pelo outro. Eu sei que ela existe e é gigantesca, mas eu não posso desejar aquela mulher.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora