27. Assaltantes ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Ajeito o óculos de sol sobre a cabeça, aprovando a roupa do dia, me sentindo extremamente bonita. É manhã e eu acordei com vontade de torrar o dinheiro de Matteo, por ainda ter seu cartão comigo ainda, que inclusive, nunca mais pediu de volta, então é claro que eu usaria ao meu favor. Precisava preencher alguns espaços do meu guarda-roupa. Pegando minha bolsa, ajeito ela sobre o ombro e decido sair do quarto, para buscar alguém que possa me levar para a cidade.

Não avisto ninguém até então, mas quando passo meu olhos em direção a sala, vejo meu alvo de costas para mim. Caio. Abro um sorrisinho e caminho em direção a ele, que ao escutar meus passos, que fazem barulho por conta do salto que uso, ele vira a cabeça, agora podendo me ver e sei que isso não o agradou.

— Está ocupado?

— O que quer? — devolve em tom sério.

— Preciso do seu serviço. Quero que me leve até a cidade. — digo, soando como uma ordem, sabendo que ele deveria obedece-la.

— Eu levo você.

Me viro, ouvindo essas palavras saírem da boca de outra pessoa e não da de Caio e para meu desagrado, vejo Matteo se aproximando de nós, ajeitando a camisa social que usa. Rolo os olhos por ele, não escondendo de admirar o quanto ficou atraente não estando todo coberto pelo terno e sim apenas de camisa branca e gravata, que destaca mais seu corpo. Ele também passa os olhos por mim, mas sem disfarçar e eu me lembro o que fiz ontem na frente dos seus funcionários, que o deixou com certeza irritado e percebo que está normal depois de ontem.

Ele está bem?

Matteo passou no meu quarto de noite, com certeza para discutir sobre isso, mas fingi que estava dormindo e ele foi embora. Será que ele bebeu naquele dia e não se lembra? Pensei que nem olharia na minha cara. Virando o rosto bruscamente, voltando minha atenção para Caio, depois de me lembrar da discussão que tivemos, tento ignorá-lo.

— Não precisa. Caio vai me levar. — falo, olhando na direção de Caio, depois de cruzar os braços e revirar os olhos.

— Ele vai sair comigo. Ou seja, eu levo você. — Matteo repete e eu quero bufar com isso, por não querer aceitar sua carona.

— Não tem outra pessoa para me levar então? — viro o rosto de volta para Matteo, encarando ele, não gostando da sua ideia.

— Não. — ele dá um passo. — E se não está com pressa, eu estou, então se decida. — diz, passando por mim, chamando Caio com gesto de cabeça, para que o seguisse.

Bufando, sigo eles, como se fosse uma mimida por não conseguir o que eu queria e ter que aceitar sua condição. Caminhamos os três em direção ao carro, que deve valer milhões de euros, vendo Matteo dar a volta no carro, para se sentar no volante. Por um momento, fico com dúvida se devo sentar na frente com Matteo ou atrás, mas ele dá a resposta na mesma hora.

— Ela vai na frente. — alerta Matteo.

Querendo provocar Caio, antes de abrir a porta da frente do carro, viro o rosto para ele e mostro a língua, como se fosse uma criança e abro a porta, entrando no automóvel e me sentando ao lado de Matteo, enquanto Caio se senta atrás. Tiro os óculos de sol da cabeça para não cair e deixo no meu colo. Puxo o espelho do carro, podendo me ver no reflexo, notando que meu batom havia ficado fraco, então decido passar uma segunda mão. Pego o batom de dentro da bolsa, abro e passo pelos meus lábios lentamente, fazendo ser sedutor até então.

— Para onde vai? — Matteo pergunta, me bisbilhotando pelo canto dos olhos.

— Centro. — fecho o batom e guardo ele de volta na bolsa, voltando no lugar o espelho do carro.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora