25. Marca ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Arregalo os olhos, ao me deparar com uma marca em meu pescoço. Passo a mão sobre a marca, pensando ser alguma mancha ou algo do tipo, até que me dou conta do que é. Um pequeno chupão. Gemo, ao perceber o que era de fato aquilo marcado em meu pescoço, me recordando da noite de ontem. Não acredito que ele fez isso. Se fez, foi de propósito. Encaro mais uma vez a marca arroxeada no meu pescoço, perto da clavícula, pensando em como esconderia aquilo.

Era vergonhoso, em certa parte. Matteo deixou aquilo como uma recordação de ontem e isso me deixou irritada, porque me lembrei da babaquice que fez comigo, ao me largar na cama, atordoada com o beijo que tivemos, que foi pra lá de bom, como se nada tivesse acontecido e como se não quisesse mais olhar na minha cara. Dormi brava essa noite. Pegando minhas maquiagens, todas guardadas na penteadeira, começo a esconder aquela marca roxa e levemente avermelhada, que ganhei no pescoço.

Maldito! Isso vai ter volta.

Com a marca devidamente escondida, guardo tudo no seu devido lugar, agora com um único pensamento. O café já deve estar na mesa, fazendo minha barriga roncar com o pensamento e eu não demoro muito para estar a caminho da mesa, onde consigo sentir o cheiro de algo muito bom terminando de ser feito ou já finalizado. Lidia e mais uma empregada trabalham, sem notarem minha presença quando me aproximo e quando Lidia se vira, sorri ao me ver.

— Bom dia, querida. — disse docemente. — Dormiu bem?

— Até demais. — não escondo o sorriso que aparece em meu rosto, quando me sento na mesa, escolhendo com qual comida iria começar, dentro de tantas opções.

— Parece estar animada. Algum motivo em especial? — Lidia me olha desconfiada, tentando imaginar o motivo da minha animação, que nem havia notado.

— Não que eu saiba. — mexo os ombros. — Matteo está?— questiono, me servindo com uma das diversas opções de pratos que tem na mesa do café.

— Não. Está viajando.

— Viajando? — franzo o cenho, sendo pega de surpresa com a notícia, mal sabendo dessa viagem. Lidia confirma. — Para onde?

— Palermo.

— O que foi fazer lá? Ele nem me falou sobre isso. — digo, ficando sutilmente irritada e indignada pelo fato de Matteo não ter me dito sobre nada dessa viagem, que nem sonhava que tinha.

— Trabalho.

Resmungo, não querendo me importar com isso. Ele poderia ter me falado, me avisado sobre isso, mas não. Ele nunca me conta nada. Pode ser a coisa mais simples e mínima que faça, ele nunca me conta. E isso me faz pensar o quanto é mais babaca e escroto possível quando quer, porque pela segunda vez, depois de ter me beijado daquela forma no meu quarto, que me deixou com as pernas fracas, ele decide sumir. Agora, para mais longe ainda. Qual seu problema para ficar em casa no dia seguinte, depois de me beijar? Certeza que faz isso de propósito, porque Matteo é um tremendo de um babaca quando quer.

— E como foi a festa ontem? — Lidia pergunta, saindo do assunto de Matteo. Dou um gole no suco de laranja, que quase todos os dias era servido no café da manhã para mim.

— Bom. Fiquei com Rico na maior parte do tempo.

— Ah, ele foi? — se surpreende e eu afirmo. — Que bom. Vocês aparentem serem muito próximos.

— Sempre fomos, mesmo morando longe.

— Fico feliz. Rico parece te amar muito e se preocupar com cada passo que você dá. — ela observa e isso descreve perfeitamente meu irmão.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora