09. Conselho ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

É madrugada.

Estou com o plano feito na minha cabeça. Não sei ao certo quem mora nessa casa, mas tenho certeza de que todos estão dormindo a essa hora, principalmente Matteo. Não é de hoje que penso em fugir daqui e ir embora desse lugar, para nunca mais voltar e é hoje que vou colocar isso em ação. Desde o primeiro momento que me dei conta que fui sequestrada e que estou presa aqui, eu pretendo fugir, de alguma maneira. Pular pela janela não é uma coisa inteligente de se fazer e já descartei essa ideia.

Não quero quebrar alguma parte do corpo, por pular do segundo andar de uma casa, que fui obrigada a morar, tudo por culpa do meu pai. Ainda não acredito que teve coragem de me entregar para um cara desconhecido, me obrigando a me casar com ele, tudo por conta de dívida. Estou pagando por um erro que meu pai cometeu no passado.

Visto a blusa de frio, esquecendo tudo isso. Coloco o capuz, decidindo fazer isso. Eu vou sair daqui. Ou pelo menos tentar. Abro devagar e com calma a porta do quarto, não querendo fazer um barulho sequer, para não correr o risco de acordar alguém. Fecho a porta e ando até as escadas, examinando tudo ao meu redor, me certificando de que ninguém está me vendo. As luzes da casa estão todas apagadas, deixando o lugar todo escuro. Desço as escadas, vendo se não tem ninguém mesmo acordado ou perambulando para a casa.

Encaro a porta de entrada, sabendo que não podia sair por ela, que meu risco seria maior. Eu teria que sair pelos fundos. Ando com pressa até os fundos da casa, encontrando a porta enorme de vidro, que dá acesso para a parte externa. Já percebi o quão grande é essa casa e eu sei que posso me perder facilmente nela, então gravei cada lugar, quando Lídia me mostrou a casa, indicando o que era cada cômodo. Abro a porta de correr de vidro, vendo tudo lá fora apagado, sendo a única iluminação a luz da lua. Fecho a porta, olhando para os dois lados, decidindo por onde posso dar a volta na casa. Esquerda. Sigo em direção a lateral da casa, não tendo a certeza de que minha ideia daria certo.

Me alívio, ao ver um corredor estreito que me leva até a entrada da casa. Corro, mantendo o cuidado e ajeito o capuz na cabeça, para não correr o perigo de alguém me ver. Mas eu paro, me encostando na parede da casa, quando escuto a voz de alguns homens perto de mim. Respiro fundo, fazendo silêncio. Os homens falam sobre alguma coisa na qual eu não sei o que é e quando tiro a cabeça de trás da parede, para espiar quem são os homens e o que estão fazendo, vejo Matteo.

Arregalo os olhos, não imaginando que estaria aqui e sim dormindo no seu quarto. Estou longe dele, do lado da garagem onde tem vários carros chiques e caros, todos de cor preta. Sei disso porque o portão da garagem está aberto e estou do lado dela. Matteo não vai conseguir me ver, seu for esperta o bastante em sair daqui, sem tirar sua atenção dos demais com quem conversa.

Fico espiando eles ali, esperando o momento certo para agir. Um carro preto chega e para perto do carro de Matteo, descendo duas pessoas dele, armados e se junta para falar com os demais. Não sei o que pode estar acontecendo, mas tenho certeza de que não é coisa boa. Escuto Matteo xingar, brigando com algum do seu funcionário e acho que esse é um momento certo para fugir. Me certifico de que tenho essa chance e escondo meu rosto com o capuz da blusa.

— Se eu fosse você não faria isso.

Congelo, escutando a voz de Caio atrás de mim. Não me mexo e não me atrevo, sabendo muito bem quem é o tipo de pessoa que acabou de me aconselhar a não fugir. Fecho os olhos, não acreditando no azar que acabei de ter, com Caio vendo o que eu estava prestes a fazer. Maldito.

— O chefe não vai gostar nada de saber que você estava tentando fugir. — Caio diz, com ar de provocação, sabendo que ia me dedurar para Matteo. Isso era certeza.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora