14. Obedecer ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

A mesa do café está posta, me agradando por ver as variedades de comida dispostas. Caminho até a mesa com um sorriso satisfatório no rosto, vendo Lídia chegando com uma jarra de suco, que aparentemente é de laranja, um dos meus favoritos e coloca sobre a mesa, completando o café.

— Bom dia. — desejo a Lídia, enquanto me sento na mesa. Ela sorri de jeito gentil como sempre costuma fazer e devolve o cumprimento.

— Bom dia, querida.

— Fico feliz quando fazem suco de laranja. Meu preferido. — conto, mesmo achando que já percebeu isso ao decorrer dos cafés. Pego a jarra de suco, enchendo meu copo.

— Vou falar para fazerem mais vezes, então.

Não escondo o sorriso. Lídia pede licença, dizendo que ia ajudar as demais empregadas na cozinha e me deixa sozinha tomando o café, coisa que não me importo, mas claro que gostaria de uma companhia. Talvez, em exceto uma. O café acontece todo em silêncio e eu degusto de todas as comidas possíveis, até ficar realmente satisfeita. Como um pouco de cada coisa, como costumo fazer, até que encerro o café da manhã, ficando satisfeita. Limpo a boca com o guardanapo, tirando os vestígios de comida ao redor da boca, até que escuto uma voz familiar. Matteo. Ignoro até então, não me importando com sua presença, mas em seguida escuto ele falar com uma pessoa, que fico feliz de saber que está aqui.

— Não quero saber de Caio vindo falar para mim que vocês são uns incompetentes por não conseguir fazer o serviço, está me entendendo? — Matteo diz em tom de repreensão, aparentando estar com pouca paciência, coisa que me acostumei a ver.

— Claro, chefe. — Rico confirma. Nessa hora, estou me levantando da cadeira e indo com pressa até onde escuto a conversa, louca para ver Rico.

— Rico! — sorrio alegre, correndo na sua direção, abrindo os braços e pulando em seu colo e abraçando seu pescoço, ignorando por completo Matteo, que presencia a cena. — Estava com saudade.

— Também estava, mia bambina. — provoca com o apelido e eu não faço uma cara de desaprovação, não me importando mais como me chama para me irritar às vezes. Eu sentia demais a falta de Rico e da nossa relação de irmãos, que não queria perder meu tempo em criar uma pequena briga por conta desse apelido.

— Terminem isso logo. — Matteo pede, se intrometendo. Olho para ele, que foca seu olhar em Rico. — Espero você no meu escritório.

Matteo sai de perto de nós, nos deixando sozinhos e eu agradeço por isso, sabendo que posso desfrutar mais da presença do meu irmão. Vendo Matteo se afastar, volto a abraçar forte Rico, que responde da mesma forma, me apertando em seus braços, deixando um beijo em meu ombro. Faz alguns dias que não tínhamos nos visto de novo e agora que eu tinha minha liberdade de sair dessa casa e fazer o que eu quisesse, eu poderia ir visitá-la, mas só em um lugar, onde não queria ir. Se eu fosse visitar Rico, teria que ir até a nossa casa e consequentemente ver meu pai, coisa que não queria no momento.

— Sinto sua falta em casa, mesmo que tenha passado poucos dias lá. — ele confessa e meu peito dói um pouco por estar dizendo isso. Eu me afasto do abraço, mas ainda fico perto de Rico.

— Eu sei. Mas infelizmente vou ter que morar aqui agora. — digo, evitando soltar um suspiro triste e sem escolhas. Decido mudar o assunto logo, antes que fique um momento ruim entre nós. — O que estava fazendo? — pergunto curiosa.

— Coisas erradas e perigosas. — diz, escondendo o que de fato fazia, mas me dando a certeza de que não era uma coisa boa e sim, realmente errada.

— Ainda não gosto de saber que faz parte de um grupo de traficantes perigosos. — digo, abraçando meus braços, descendo um pouco o olhar e sendo sincera ao falar. Não gostava de saber que Rico mexia com essas coisas, que iam contra a lei.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora