10. Decepção ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Bocejo, indo até a mesa onde provavelmente já está servido o café, até que me assusto, me deparando com Matteo ali sentado, tomando seu café, parecendo estar calmo. Fecho a boca depois de bocejar e ele percebe minha presença, mas não diz nada, nem eu. Caminho até a mesa, puxando a cadeira para trás e me sentando, em completo silêncio, não querendo conversar com Matteo. Ainda não gosto da sua companhia.

— Dormiu bem, mia preziosa? — ele provoca, olhando pra mim, tomando seu café, se lembrando que chamei ele por um apelido ontem, antes de sair do seu escritório.

— Muito. — sou irônica, mas não minto em grande parte. Meu sono foi bom. — E você, amore mio? — provoco de volta, tirando um sorriso sarcástico do rosto dele. Faço careta para Matteo, ignorando sua presença novamente, enchendo meu prato.

— Nem parece a mesma quando chegou aqui. — ele aponta.

— Cheguei aqui porque me sequestrou. — rebato de volta, com a língua afiada, sem medo algum de estar falando assim com Matteo.

— Sempre foi respondona assim? — pergunta, querendo brincar comigo. — Onde está a educação que Romano te deu?

— Em casa. — retruco de novo, encarando meu futuro marido, tomando o suco de laranja.

Matteo se levanta da sua cadeira, acho que terminando seu café e vem até mim, sem tirar seus olhos dos meus. Ele fica atrás da minha cadeira e eu prendo a respiração, não gostando do contato próximo que estamos tendo. Ele apoia sua mão na mesa, se inclinando sobre ela e ficando com o rosto do lado do meu, pronto para dizer alguma coisa no meu ouvido e me deixar arrepiada. Pisco e volto a encarar reta o nada.

— Não deveria deixar você falar desse jeito comigo, sabia? — ele sussurra no meu ouvido e sinto sua barba relar minha orelha. Não me mexo, porque não consigo. Eu travo na cadeira, não mexendo um músculo sequer. — Qualquer pessoa que fala dessa maneira comigo, morre na mesma hora, sabia, mia preziosa? — não respondo. — Só não faço isso, porque temos um casamento marcado e preciso de você, mas não ache que não tenho essa vontade.

Não tenho tempo de parar e pensar no que acabou de me dizer, quando saio da posição de estátua, escutando um celular tocar e noto que é o de Matteo. Ele se afasta de mim, que finalmente consigo soltar a respiração, mas não saí das minhas costas. Matteo atende o telefone e fala brevemente com a pessoa da outra linha, soltando alguns xingamentos. A ligação não dura muito, quando ele desliga e eu olho para trás, ficando curiosa, querendo saber o que houve.

— Vou ter que ir agora, mia preziosa. — ele fala comigo, me deixando irritada com o apelido. — Infelizmente vai ter que terminar o café sozinha. — diz e sai da sala, mas antes que vá embora, eu me levanto.

— Espera. — chamo. Matteo se vira para mim, devagar, sabendo que ia pedir alguma coisa. — Quero meu celular de volta. — peço, praticamente exigindo que me dê o meu celular de volta. Ter meu celular estava no acordo que criamos ontem. Eu queria o que era meu por total direito.

— Vou pensar no seu caso.

Ele se vira e vai embora, me deixando sozinha.

....

Escuto alguém bater na porta do quarto e grito, dando a permissão para entrar. Lídia abre a porta, segurando alguma coisa que está embalada com papel de presente e minha curiosidade dá sinal, querendo saber do que se trata. Ela fecha a porta e caminha até mim, que antes procurava alguma coisa para se fazer nessa casa, não podendo nem ter meu celular, para poder conversar com a minha mãe.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora