47. Sem chão ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐄𝐑𝐓𝐎𝐋𝐈𝐍𝐈

— Precisamos ir a mais algum lugar depois daqui? — pergunto antes de colocar o garfo na boca, me deliciando na comida do restaurante, que era impecável.

— Não. Vou te levar para casa e os demais assuntos eu consigo resolver sozinho. — ele diz, comendo sua comida, prestes a dar fim nela.

Saímos cedo de casa, depois de Matteo me dizer na noite anterior que precisaria de mim para resolver questões de trabalho e como meu dever e esse, levantei e fui. Pensei que teria que ver a cara daquele verme do Marco, mas agradeci por escapar dessa tortura. Eu havia acertado os pontos dele e o colocado em seu devido lugar, assim como que estavam presentes naquela reunião, dias atrás. Nunca mais deixaria ninguém falar daquela forma comigo ou sobre minha pessoa. Queria ver quem seria o primeiro a ousar em dizer algo.

— Meu pai disse que conversou com você ontem. — comento o que eu sei. — Sobre o que falaram?

— Assuntos particulares.

— Tenho medo do que podem tramar juntos. — digo, bebericando meu vinho, imaginando o que poderiam ter falado e suponhando algo em minha mente.

— Não se preocupe. Está tudo resolvido. — tranquiliza-me.

— Eu espero mesmo. — Matteo termina de comer e se encosta na cadeira, me esperando terminar. — Ah! Bianca e eu marcamos de passarmos um dia juntas. Vamos fazer diversas coisas, então se não me encontrar em casa, estarei com ela. — informo empolgada, sabendo que o dia de amanhã seria muito interessante e destinado a deixar meu marido sem alguns zeros na conta.

— Você sabe algo sobre o homem com quem ela ficou ontem no evento? — ele pergunta, parecendo mais ser uma investigação do que algo de sua curiosidade.

— Apenas o nome. Vi ele de longe, quando ela me mostrou quem era o rapaz. Apenas isso.

— Qual era o nome dele?

— Leonardo.

— E o sobrenome?

— Era espanhol. Não me lembro. — digo, sendo algo indiferente para mim. Quem queria saber tudo da vida dele era Bianca e aos poucos, ela estava conseguindo. — Você voltou de madrugada. Onde estava? — pergunto, mudando o assunto e me recordando da sua falta de presença na cama esta noite.

— Trabalhando.

— Sobre aquele mesmo assunto? — Matteo afirma, tomando um gole do vinho, deixando a taça quase vazia. — Tem certeza que não quer que eu te ajude? O problema pode ser resolvido mais rápido e...

— Não. — nega, mudando seu tom de voz para grosseiro, assim como sua expressão fica petrificada e o jeito que me corta, é grotesco demais, fazendo toda minha disposição de ajudá-lo, começar a ir embora. — Não se meta, Kiara. Já disse.

— Estou começando a me preocupar, Matteo.
Tem seguranças demais, espelhado pela casa toda. Para onde nós vamos tem gente atrás. Algo bom não é. — digo, desabafando meu pensamento, que me consumiu essa noite, imaginando o que me escondia.

— Não precisa se preocupar. — dispara, talvez não gostando de estar dizendo esse assunto. — Está tudo sob controle. Não quero seu nome no meio disso, está me entendendo? Se tem gente atrás de você, é porque a quero segura. Não discuta mais comigo sobre esse assunto, ouviu?

— Tudo bem. — suspiro, engolindo em seco, ficando sem jeito de repente. Me remexo na cadeira, optando por nunca mais tocar nessa história. — Desculpa.

Ele mexe no celular, de forma rápida e parecendo estar procurando por algo. Termino de comer minha comida em silêncio, mas minha atenção é voltada para o outro lado da mesa, quando o vejo prestes a se levantar da mesa. Ergo a cabeça, pensando se já vamos embora.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora