• 𝐒𝐞𝐢𝐬 𝐦𝐞𝐬𝐞𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬
━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐄𝐑𝐓𝐎𝐋𝐈𝐍𝐈
Caio me entregou a pistola com cuidado, dizendo para eu tentar mais uma vez atirar no centro do alvo, coisa que ando treinando bastante e eu a segurei com as duas mãos, sentindo o peso do metal frio contra minhas palmas. Minhas mãos tremiam um pouco, mas respirei fundo novamente, tentando acalmar o nervosismo. Eu precisava acertar. Estávamos aqui faz duas horas e eu não consegui acertar nenhuma vez o meio. Coloquei os protetores de ouvido e os óculos de segurança, ajustando-os com dedos que agora estavam mais firmes.
Levantei a arma, posicionando meus pés como Caio havia me ensinado, com um leve afastamento para garantir o equilíbrio. Minhas mãos seguravam a pistola com firmeza, e eu fixei o olhar na mira à frente. Meus lábios se comprimiram em uma linha determinada, enquanto eu tentava controlar a respiração. Foco, Kiara. Você consegue.
Quando puxei o gatilho pela primeira vez, o som do tiro se estalou pelo estande, um som alto e poderoso que ecoou em meus ouvidos, mesmo com os protetores. O impacto fez meus braços recuarem, mas consegui manter a postura. Pisquei, me assustando de leve com o barulho de tiro, que eu já estava me acostumando e mantive o olhar fixo no alvo, que agora exibia uma marca visível do tiro. Foi por pouco. Droga!
A adrenalina corria por minhas veias, mas, em vez de hesitar, ajustei a postura e me preparei para o próximo disparo. Eu ia conseguir. Ajustei meu corpo para uma nova tentativa e foquei no alvo à minha frente. Dessa vez, minha respiração estava mais controlada, e o tiro saiu com mais confiança, mais firmeza, por pouco acertando o centro do alvo. Cada vez que puxava o gatilho, sentia o nervosismo inicial se transformar em um foco determinado, querendo sair daqui com uma bala perfurada no centro do alvo.
Quando terminei, depois de disparar a última bala que restava na arma, senti meus olhos se decepcionarem com o resultado, não conseguindo realizar o que eu desejava. De todas as tentativas, conseguir chegar próximo do centro apenas duas vezes. Eu ainda ia conseguir. Baixei a arma e a devolvi a Caio com um aceno de cabeça silencioso, frustrada por não ter conseguido.
— Você chega lá. — disse ele, satisfeito com o meu resultado, que até agora havia sido bom e aceitável, mas eu não achava isso. Eu queria melhorar. — Está melhor do que há três meses atrás. — aprova, limpando a arma e guardando ela no suporte que tinha ao nosso lado, com várias outras opções de armas.
— Ainda quero melhorar. — resmungo.
Caio e eu, desde quando me casei e virei oficialmente mulher de Matteo, podemos dizer que tivemos um grande recomeço. Decidi me acertar e começar de uma forma melhor minha comunicação com ele, que desde o começo, foi péssima e nossa relação um com o outro não era uma das melhores, se tornando uma amizade de cão e gato. Propus a ele um recomeço e mesmo sendo duro, aceitou a proposta. Talvez tenha aceitado com má vontade, mas com o decorrer do tempo, a ideia pareceu ter sido boa. Ainda dávamos umas alfinetadas de vez em quando, mas nada que levassemos a nos matar.
Hoje em dia ele se tornou um bom amigo e sempre me ajuda em certas coisas, principalmente quando Matteo está fora e suas obrigações viram as minhas. Inclusive, ele se dispôs e me ensinar a atirar e disse que seria meus instrutor, quando Matteo não pudesse ser e me ensinar a como mexer em uma arma. A ideia surgiu de repente na cabeça do meu marido, me pegando de surpresa, alegando que depois do que aconteceu comigo, onde fui raptada por Viktor, há seis meses atrás, o melhor seria eu aprender a me proteger, tendo uma arma ao meu favor, quando estivesse sozinha e sem ninguém para me proteger. Eu me neguei a fazer isso no mesmo instante em que me propôs a aprender a atirar e eu permaneci na mesma resposta. No fim, fui convencida a fazer essa loucura e aqui estamos.
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𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎
Romance𝐒𝐢𝐧𝐨𝐩𝐬𝐞: Ela foi sequestrada e foi obrigada a se casar com um mafioso. 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 decide ir morar com o pai e o irmão na Itália, querendo novas experiências de vida, novas oportunidades, conhecer pessoas novas e lugares novos, cansada de vive...