05. Fugir ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

O café da manhã está no pé da cama quando eu acordo.

Não faço ideia de que horas sejam, que horas fui dormir ontem e nem que hora abriram a porta do quarto e colocaram a comida aqui. Sentindo minha barriga roncar de tanta fome, avanço sobre a comida, decidindo devorar primeiro o bolo, que parece ser de laranja. Ontem fiquei a noite inteira pensando em alguma maneira de fugir daqui, sem que alguém pudesse me ver, porque ainda não sei se é verdade o que aquele homem falou, que a casa é vigiada o tempo inteiro e que tem vários seguranças em volta, atentos para se caso eu escapar.

Não vi nenhum outro homem mais, a não ser aqueles dois, na qual eu nem sei o nome. Acho que posso chamar eles de sequestradores. Meus sequestradores. Não quero ficar pensando no quando essas duas palavras soam assustadoras, porque jamais na minha vida pensei que seria sequestrada algum dia. Ando controlando meus nervos a todo momento, evitando chorar e mostrar a eles que estou assustada com tudo isso ainda, o que não deixa de ser mentira, mas não deixo que percebam isso.

Eu preciso escapar, de qualquer forma. Meu papà e Rico devem estar preocupados comigo, devem ter me ligado diversas vezes no celular, na qual eu nem sei onde está e se não está quebrado e tenho certeza que meu papà deve ter ido até a polícia e relatar sobre meu sumiço. Estou a 24h desaparecida, um dia que não volto para a casa e que ninguém tem absolutamente uma notícia sobre mim. Rico deve estar ficando louco, igual meu pai. Estou preocupada com eles. Queria poder falar com eles de alga forma, mas não sei como. Aquele homem que vem aqui não vai me deixar sair desse quarto tão cedo.

E o que mais me deixa apavorada, é que não faço a mínima ideia onde estou e quem é chefe daqueles dois homens, que até agora não vi. Acho que tenho que chamar esse cara como meu sequestrador. Isso não soa nada bonito e sim, completamente assustador, que me deixa com vontade de gritar e implorar para que me soltem e que me deixem ir, mas sei que isso só torraria a paciência daquele homem arrogante.

E eu nem quero saber o que acontece comigo, se eu decidir ser rebelde e fazer o que me mandou NÃO fazer.

Mas isso não me deixa em não continuar pensando em fugir desse lugar. Eu preciso tentar, mesmo arriscando algo muito perigoso. Não sei quem esses dois caras que vieram aqui são, muito menos com o que e com quem trabalham. A única coisa que posso ter certeza, é que não é uma coisa boa. Mas eu tenho um plano em mente, o único ao meu alcance e eu espero muito, muito mesmo, conseguir.

E se der errado, vou sofrer a consequência de ter arriscado.

━━ 𝐌𝐀𝐓𝐓𝐄𝐎 𝐁𝐄𝐑𝐓𝐎𝐋𝐈𝐍𝐈

Ao entrar pelas portas do meu escritório, dou de cara com Romano, que está conversando com Caio ali, parecendo aflito, só pela expressão que me olha ao perceber que cheguei. Arquio a sombrancelha, não fazendo ideia do que está fazendo aqui, logo cedo, com esse jeito aflito e preocupado. Mal lembro a última vez que Romano veio aqui e agora, aparece de repente no meu escritório, com esse jeito em que se encontra, é de se estranhar.

— Matteo, finalmente! — Romano diz, parecendo se aliviar por me ver. Faço sinal para Caio sair e na mesma hora ele sai, me deixando sozinho com Romano.

— O que foi agora? — pergunto, ajeitando meu terno e passo por ele, tentando ignorar a forma que está e me sento na cadeira de couro, atrás da minha mesa de trabalho.

— Matteo, por favor, eu preciso da sua ajuda...

— Nem lembro a última vez em que veio aqui e me pediu algo. — debocho um pouco, ajeitando o relógio no pulso.

— Per favore, é muito importante. Se não fosse tão importante e urgente assim, não estaria aqui e você sabe disso. — ele diz, mantendo a voz firme, não deixando sua inquetude falar mais alto.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora