08. Aliança ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Me assusto, assim que a porta do quarto onde fico presa o dia inteiro se abre e aquele maldito entra, olhando pra mim, dos pés a cabeça, me deixando irritada. Fecho a cara, me virando por completo para ele, sabendo que veio falar alguma coisa importante, porque só vem aqui para visitar sua prisioneira, quando quer falar comigo sobre um assunto sério. Paro de ver a vista da janela do quarto, sendo o único lugar que me distrai e me faz pensar com calma, tendo minha atenção para Matteo.

— Vamos tomar café. — solta, de repente, fazendo gesto para sair do quarto e acompanhar ele e isso me deixa confusa. Franzo o cenho, não entendendo.

— Não vou. — nego, não sabendo se interpretei direito o que quis dizer. Eu não ia tomar café da manhã com ele. Nem morta.

— Não tenho o tempo todo para aguentar suas birras, garota. Agora pare de se fazer de criança e vamos. — disse, de jeito mais autoritário e eu fechei mais a cara, não querendo obedecer ele.

— Não vou. — nego, pela segunda vez.

— É a última vez que eu falo. — suspirou, controlando de explodir de impaciência comigo. — Vamos descer e tomar café, se não, você vai ficar aqui presa o dia inteiro de novo, sem comer. Qual você prefere? — disse, com estupidez, me fazendo ficar pensativa do que disse. Esse homem era cruel o bastante para me deixar sem comer nada o dia inteiro.

— E se eu for? Como e volto pro quarto, pra ficar presa o dia inteiro? Que perda de tempo me tirando daqui. — debocho, mas falando um pouco mais baixo, falando meu pensamento apenas comigo e viro o rosto para o lado, cruzando os braços.

— Eu só vou dizer uma vez. — arregalo um pouco os olhos, vendo ele entrar no quarto e fechar a porta, caminhando até mim, que estou do outro lado do quarto, mas para, ficando em uma distância aceitável entre nós.

— Vai me matar? — falo, mas ele me ignora completamente.

— Criei um acordo com seu pai. As dívidas pagas dele, por você, como bem sabe. Seu pai aceitou, mas com condições. Não vou deixar você mais presa, contando que não tente fugir. Vai morar comigo agora, como bem deve, então isso te dá a liberdade de andar pela casa toda e fazer o que quiser. Se continuar fazendo birra e não descer para o café, eu quebro essa primeira condição que seu pai me fez aceitar e eu falo que você não quis aproveitar ela. E então? Qual você escolhe? Desce comigo e toma seu café, ganhando sua liberdade ou vai ficar aqui e continuar presa nesse quarto?

Ele diz tudo e eu não sei o que respondo. Eu penso. Não quero descer e ficar perto desse cara, muito menos com sua companhia logo no café da manhã. Mas também quero minha liberdade, porque estou começando a enlouquecer dentro desse quarto o dia inteiro, sem ter absolutamente nada para me distrair. Nem um livro, nem um celular, nem uma folha e lápis para desenhar, nada. Eu quero mais do que tudo ficar fora desse quarto e só vou ter essa liberdade, se eu descer com esse homem e tomar um maldito café da manhã com ele.

Que merda.

— Eu vou. — murmuro, baixo, a contra gosto. Eu odeio ele.

— Que garota esperta você. — sorriu debochando pra mim, me deixando irritada, pronta para dar bons murros na sua cara. — Vamos. — Matteo se vira e caminha em direção a porta, para eu poder segui-lo. Hesito, depois sigo ele para fora do quarto.

Acompanhei ele até o primeiro andar, olhando tudo à minha volta, imaginando o quanto essa casa poderia ser grande, que teria a grande probabilidade de eu me perder. Olho tudo com receio, pensando se Matteo está me julgando nesse momento em sua mente, por estar fazendo isso. É tudo muito chique, com cores escuras, mas bonitas, dando um toque na decoração e parece ser tudo muito bem organizado. Continuo seguindo Matteo, ainda me sentindo insegura com essa proposta que me deu, de me deixar ficar livre pela casa, sem nenhum problema. A não ser que eu tenha a brilhante ideia de fugir.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora